Despertar a curiosidade científica e mostrar como a Física é interessante e de grande aplicaçã
o no cotidiano. Essas eram as necessidades da professora Rita Cavadas quando a proposta do projeto Com Ciência Física foi lançada,
no Ensino Médio da Escola Estadual Liddy Mignone, localizada em Arcozelo, município de Paty do Alferes.
Ao deparar-se com as dificuldades demonstradas pelos alunos em aprender a matéria, Rita buscou orientação nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s) para identificar outras metodologias de trabalho que pudessem ser aplicadas na classe. Durante essa pesquisa,
a professora conheceu a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade que tem, dentre suas propostas, o objetivo de oferecer
apoio aos educadores da rede pública através da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Depois de manter contato com os professores da SBPC, a professora resolveu mudar o seu método de ensino. “A partir daí, comecei
a introduzir os conteúdos de forma que os alunos se sentissem mais motivados. Sempre partia de situações concretas, permitindo
que eles também formulassem hipóteses. Dessa forma, a teoria passou a ser introduzida depois do experimento”, revela Rita,
acrescentando que os professores e técnicos do Departamento de Física Aplicada e Termodinâmica da Uerj contribuíram muito
para o desenvolvimento do projeto.
“Essa foi uma parceria muito bem-sucedida. Os profissionais da Universidade oferecem oficinas aos educadores, ajustam os experimentos à
nossa realidade e ajudam a confeccionar os aparelhos com materiais simples e acessíveis a qualquer escola. Depois desse encontro com os
profissionais da SBPC, percebi que a Física da sala de aula não poderia mais ser a mesma”, garante.
Como parte da conclusão do trabalho, as turmas apresentaram todas as experiências realizadas ao longo do ano letivo em uma
exposição realizada para a comunidade no pátio do colégio. Cada grupo se responsabilizou por um tema, fazendo
demonstrações dos experimentos e explicando aos visitantes os fenômenos físicos ali ocorridos.
A cama de faquir, uma das engenhocas confeccionadas pelos aprendizes, foi uma das atrações mais interessantes da palestra ministrada pelos
professores e técnicos do SBPC. “A cama de faquir, na verdade, é uma cadeira cujo assento é feito com pregos, explica Rita, contando que,
durante a apresentação do experimento, as pessoas são convidadas a se sentarem na cadeira, para que seja feita a demonstração do
fenômeno físico mostrando a relação entre a força aplicada e a área de atuação”. De acordo com a professora,
no circo, por exemplo, ao ser feito o número da cama de faquir, os expectadores não entendem como os voluntários não se machucam. “Essas
atividades servem não só para mostrar a atuação da Física, mas, também, para deixar claro que o fato de a pessoa não se
machucar tem toda uma explicação científica por trás”, adverte.
Na opinião da professora, apesar do curto espaço de tempo que possui para ministrar esses ensinamentos, a equipe pedagógica conseguiu
atingir o objetivo de maneira eficiente, passando o conteúdo e mostrando que a Física não é o bicho-de-sete-cabeças que muitos estudantes
pensavam. “O grupo conseguiu muito mais do que se pensava, isto é, a motivação para aprender a disciplina”, comemora a professora que acabou
montando, juntamente com a direção, um laboratório permanente para uso de toda a escola”, completa Rita, lembrando que os professores que desejarem
conhecer o trabalho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) devem acessar o site: www.sbpcnet.org.br ou entrar em contato, via e-mail, através
do endereço: sbpc@sbpcnet.org.br.
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