Projeto mostra aos alunos as vantagens de uma alimentação saudável

Por Cláudia Sanches

Alimentação saudável também se aprende em sala de aula. Prova disso é a experiência da Escola Municipal Ministro Alcides Carneiro, localizada em Campo Grande. Segundo a professora de Educação Física Herizete Staneck, idealizadora do projeto Alimentação Alternativa, que empolgou os estudantes de 5.ª a 8.ª séries, a abordagem do assunto surgiu a partir das dificuldades e necessidades dos alunos.

A idéia principal foi tornar o grupo capaz de reconhecer uma alimentação que contribua para a boa qualidade de vida do indivíduo. “Alguns adolescentes chegavam na sala de aula, pela manhã, com vertigem porque não se alimentavam bem em casa. Outros, apresentavam problemas de obesidade, além de outros distúrbios ligados ao mau uso dos alimentos”, relata a professora.

Especializada em Informática Educativa, Herizete desenvolveu uma webquest – site de pesquisas sobre nutrição – com o propósito de oferecer aos alunos mais uma fonte de pesquisa nesse segmento. Ao entrar na página, os visitantes encontram uma pirâmide de alimentos, links para outros sites, atrelados ao tema, e outras dicas. Segundo a educadora, o sucesso da webquest foi tanto que o Senac disponibilizou-o no seu portal, bem como outras escolas.

Na primeira etapa do projeto, os alunos debruçaram-se sobre as pesquisas e, a partir daí, fizeram o levantamento de dados acerca do assunto. Além da parte teórica, todos os grupos envolvidos tiveram de anotar tudo o que comiam duran­te a semana, juntamente com as respectivas tabelas calóricas, e apontar, por exemplo, as carências nutricionais acarretadas pela deficiên­cia de vitaminas no organismo.

Interdisciplinar, o projeto foi compartilhado com vários docen­tes. Na área de Ciências, por exemplo, o professor da disciplina ensinou seus alunos a produzirem uma receita deliciosa à base de iogurte e pão. Em Língua Portuguesa, a professora Rosa Heleni orientou os aprendizes na elaboração da produção textual do trabalho, através das redações sobre os alimentos. Enquanto, uns relatavam os benefícios de uma nutrição correta, outros pesquisavam, no Laboratório de Informática, as causas e conse­qüências da má alimentação. “Toda a produção partiu do concreto para o abstrato, o que torna a vivência mais prazerosa e possibilita que o aluno seja construtor do próprio conhecimento”, frisa a idealizadora do projeto.

Segundo Herizete, no decorrer do estudo, que durou quatro semanas, o que mais surpreendeu as turmas foi o desperdício de alimentos. Os jovens ficaram surpresos com a quantidade de vitaminas que são jogadas, diariamente, nos lixos domésticos e industriais. Contudo, não foi apenas o lado negativo que os surpreendeu. Eles também aprenderam que cascas e sementes podem ser excelentes fontes alimentares, basta que se faça a utilização correta desses complementos, muitas vezes chamados, erroneamente, de “restos”.

Durante a culminância, cada aluno recebeu a missão de compor um cardápio individual segundo suas próprias deficiências e necessidades. Ao final do evento, empolgados com os resultados do trabalho, os estudantes criaram um cardápio para a escola com receitas bastante criativas, a partir de alimentos pouco aproveitados pela população. Isso contribuiu para suprir a carência nutricional da merenda oferecida no colégio, já que faltam alguns grupos alimentares no cardápio, entre eles vegetais e legumes.

Para a equipe de educadores da escola, o projeto foi bem-sucedido porque possibilitou a transformação da realidade. “A partir do desenvolvimento do projeto, eles (os alunos) concluíram que uma boa nutrição pode afastar várias doenças e prevenir outras, como arteriosclerose e prisão de ventre, além de melhorar o condicionamento físico e metabólico do usuário”. Ao final, professores e estudantes chegaram a uma conclusão: “Não é preciso gastar muito dinheiro para se alimentar bem. Basta, para isso, usar a criatividade e a informação”, ensina a professora Herizete.




Escola Municipal Ministro Alcides Carneiro
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