 O primeiro evento foi um sucesso e já que em time que está ganhando não se mexe, o Colégio Estadual Bertha D’Alessandro, localizado em Nilópolis, realizou, pelo segundo ano consecutivo, a Semana de Arte e Cidadania da escola. Coordenado pelos professores da disciplina de Língua Portuguesa, ao longo do ano letivo, o projeto contou com a participação de todos os alunos dos dois turnos da instituição, é o que garante a professora e idealizadora do projeto Rosângela Alves Peixoto.
Segundo a educadora, no decorrer das aulas, todos os alunos do Ensino Médio participaram de vários encontros, rodas de leitura e seminários literários com o intuito de estimular reflexões sobre a prática da leitura e promover a mobilização social como objeto de transformação sociocultural. “Num desses encontros, depois de ler o livro Capitães da Areia, de Jorge Amado, os estudantes do 3.º ano mostraram-se mais interessados e preocupados com o problema do menor abandonado, enfatiza Rosângela, acrescentando que, a partir dali, vários outros tópicos sociais ganharam destaque, gerando, então, o mote: Bertha em Ação para a formação do Cidadão.
Uma das propostas do projeto foi levar o aluno a pensar e discutir o papel do cidadão na sociedade e, a partir daí, ter consciência da sua real importância nesse mosaico chamado Brasil. Objetivos traçados, a etapa seguinte foi colocá-los em prática. Divididos em grupos, de acordo com as séries, cada equipe escolheu um tema, dentre os propostos pelos professores, e desenvolveu-o desde a pesquisa até a apresentação dos trabalhos na culminância.
Na área das Artes, o grupo de teatro da escola encenou uma peça que falava da diferença social entre ricos e pobres, despertando a discussão sobre a segregação existente na sociedade. Um outro grupo lembrou as mudanças provocadas pela ditadura e recontou parte da história da juventude brasileira, da década de 70 até os dias atuais, pintando os rostos e representando o movimento dos “caras-pintadas”, que marcou a geração na época do presidente Collor de Mello.
 Assuntos como gravidez na adolescência e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) também foram discutidos pelos alunos com a ajuda da enfermeira Fernanda Ramos, convidada para ministrar uma palestra durante o evento. Além da dedicação na apresentação do trabalho, as equipes também capricharam na parte visual, afixando vários cartazes com informações que orientavam o público visitante na entrada das salas expositivas.
Para a aluna Aline Capinam, cada trabalho estimulou não só os alunos, mas, toda a comunidade escolar a refletir sobre os dramas sociais vivenciados pelas pessoas, independentemente da classe social. “Através desse trabalho, cada aluno transforma-se em agente multiplicador mostrando à população que vem de fora o que a própria sociedade não enxerga”. Compartilhando do mesmo juízo, a aluna Daniele Alves,  integrante do grupo “Paz e Violência”, enfatizou que exposições como as apresentadas abrem os olhos da população para a paz. “A paz é para todos, a guerra é para os tolos”, diz, orgulhosa, a aluna, citando a frase do colega Diego Silva, exibida na entrada de uma das salas de exposições.
Contente com os resultados alcançados, a diretora da escola, Márcia Araújo, afirmou que um evento dessa natureza ajuda não só na aquisição do conhecimento do aluno, mas, sobretudo, no seu desenvolvimento como cidadão. “Por isso que apóio tanto os professores quanto os estudantes a se dedicarem ao máximo, porque a dedicação nos leva a obter resultados que vão além do esperado”, finaliza.
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