Se é direto…pode ter preposição?

Por Sandro Gomes*


Já sabemos que o objeto direto é aquele termo que complementa o sentido de um verbo transitivo de forma direta, isto é, sem a necessidade de uma preposição. Aqui vamos abordar alguns casos especiais de uso frasal em que o objeto pode aparecer preposicionado, mesmo que a regência do verbo peça complemento sem preposição. Isso pode ocorrer em algumas situações específicas.

 

Em casos de verbos que exprimem sentimentos.

Não odeie a ninguém.

O verbo odiar é transitivo direto, pois quem odeia, odeia alguém ou alguma coisa. No entanto, como no exemplo acima, há a presença da preposição.

 

Em caso de uso do pronome relativo “quem”.

O homem a quem observei mostrou-se silencioso.

 

Em caso de pronome substantivo, interrogativo ou indefinido.

O presidente atacou a todos.

 

Em caso em que se expressa pronome oblíquo tônico.

Trabalhador, a cidade celebra a ti com alegria.

Obs.: O verbo “celebrar”, no caso, pede complemento direto, mas diante da presença do pronome oblíquo tônico cabe a preposição.

 

Também cabe empregar a preposição em situações onde houver ambiguidade.

Na histórica batalha, derrotaram aos troianos os gregos.

 

Quando houver antecipação em relação à ordem usual da frase também cabe preposição.

A pessoas de bem ninguém de má-fé há de perseguir.

 

Em caso em que seja utilizado o substantivo próprio “Deus”.

Segundo a religião, todos devem respeitar a Deus.

 

Em caso de substantivo que faça referência a pessoas.

Não ataques a teu irmão.

 

Quando se faz menção à ideia de parte ou porção.

Tomamos da bebida sagrada enquanto discutíamos.

 

Em casos em que o objeto direto é coordenado com pronome oblíquo átono + substantivo.

Conduzi-o e ao restante da tropa.

 

Amigos, sobre objeto direto preposicionado é isso. Em breve retornamos com mais algumas questões dessa nossa fascinante língua portuguesa.

*Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira, Portuguesa e Africana de Língua Portuguesa, Revisor da Revista Appai Educar, Escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj.


*Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira, Portuguesa e Africana de Língua Portuguesa, Revisor da Revista Appai Educar, Escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj.


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