Breve estudo dos complementos verbais

Por Sandro Gomes*


Complementos Verbais são aqueles que completam o sentido de verbos transitivos, ou seja, aqueles que, por não apresentarem sentido completo, necessitam de algum tipo de continuidade. Podem ser:

Diretos, quando completam o sentido de verbos que pedem complemento sem necessidade de preposição. Exemplo:

Fechei os olhos diante daquela cena.

Em alguns casos, o objeto direto pode ser antecedido por preposição. Veja:

Louvemos a Deus por isso.
(O objeto é um substantivo próprio.)

Elogiei a todos pelo feito.
(O objeto é um pronome indefinido.)

Obs.: Repare que, nos dois exemplos, o verbo da oração pede complemento direto.

 

Indiretos, quando o complemento tiver de ocorrer através de preposição. Exemplo:

Ela não precisou de muito para atingir a meta.

Há casos em que a preposição que caracteriza o objeto indireto aparece embutida na figura da crase. Observe:

Entregaram àquele aluno o que lhe era de direito.

 

Bitransitivos, quando os dois tipos de complemento são necessários.

Enviei uma mensagem de última hora ao professor.

 

Casos especiais de complementos verbais
Objeto (direto ou indireto) Pleonástico

Ocorre quando, para colocar em destaque um objeto, este é representado por um pronome pessoal. Acompanhe os exemplos:

Os alunos, eu os encontrei na biblioteca.
(objeto direto)

A todas as crianças, nós lhes oferecemos o que comer.
(objeto indireto)

Obs.: Note que nas duas orações os objetos, que já haviam aparecido antes, são representados através de pronomes. A repetição de funções ocorre meramente por um objetivo de realçá-las no contexto.

 

Objeto direto em verbos intransitivos?

Por mais estranho que possa parecer, há alguns casos em que verbos intransitivos podem exigir um complemento, no caso, de forma direta, tudo dependendo do contexto. Veja.

Arrependido, chorou lágrimas de crocodilo pelo que praticou.

 

Pronomes oblíquos funcionando como complemento verbal

• Os oblíquos o, a, os, as, bem como suas variações (lo, la, los, las, no, na, nos, nas), sempre exercem função de objeto direto. Exemplos:

Achei-os no quarto / Muito bom encontrá-las aqui.

• Já os oblíquos me, te, se, nos, vos podem tanto aparecer como diretos quanto como indiretos. Nos dois exemplos abaixo, basta substituir os pronomes por substantivos para ficar clara a diferença de transitividade.

Ele me (a mim – indireto) viu no transporte público. Viu o amigo (direto) no transporte público.

Amigos, sobre Complemento Verbal é isso. Até a próxima, pessoal!


*Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira, Portuguesa e Africana de Língua Portuguesa, Revisor da Revista Appai Educar, Escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj.


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