Mulheres que fizeram história

No Mês da Mulher vamos relembrar uma matéria que conta a história de grandes nomes que deixaram seu legado e servem como inspiração até hoje


Você sabia que o quadro brasileiro mais valioso foi pintado por uma mulher? E que o primeiro livro feminista do país foi escrito lá em 1832? Sabia que já existiu um Partido Republicano Feminino e que ele foi fundado em 1910, antes mesmo de elas terem direito ao voto? Sabia que uma mulher é a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e que várias delas foram para os fronts de batalha durante o colonialismo? Muitas fizeram a diferença ao longo da história. São ícones que se destacaram em diversas áreas: ciência, medicina, literatura, moda, cinema, TV, música. Por isso, no Mês da Mulher, a Revista Appai Educar resgata uma matéria sobre grandes ícones que deixaram o seu legado até os dias de hoje. Vamos juntos nessa viagem no tempo?

 

Anita Garibaldi

Intitulada de “a heroína dos dois mundos”, Anita foi uma revolucionária que fez história no século XIX. Nasceu em Santa Catarina e lá casou-se com o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, com quem lutou na Revolução Farroupilha no Brasil e contra a invasão do exército austro-húngaro na Itália. Teve cinco filhos, mas nunca deixou de lado as frentes de batalha, mesmo enquanto estava grávida.

 

Carmen Miranda

Nascida em Portugal, veio para o Brasil apenas com um ano de idade, vindo a se transformar num dos maiores símbolos do país. Foi responsável por colocar o Brasil no mapa do showbiz internacional e chegou a ser a mulher mais bem paga dos EUA, em meados dos anos 1940. Também foi uma importante inspiração para o tropicalismo, um dos mais importantes movimentos culturais da história do Brasil.

 

Chiquinha Gonzaga

Foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil e também é autora da primeira marchinha de carnaval da história: Ó Abre Alas, composta em 1899. Trocou o marido pela música, criou dois filhos sozinha, compôs mais de 2 mil canções e ainda lutou contra a monarquia e em favor da abolição da escravatura. O Dia Nacional da Música Popular Brasileira é comemorado em 17 de outubro, data em que ela nasceu.

Mulheres que fizeram história

 

Coco Chanel

Durante muito tempo as meninas do mundo todo tiveram que andar com vestidões longos, apertados e com saia rodada porque ninguém havia criado roupas confortáveis para mulheres. Quem fez isso pela primeira vez foi a importante estilista Gabrielle Bonheur Chanel, mais conhecida como Coco Chanel. Ela foi uma francesa muito moderna e cheia de personalidade. Desenhava roupas bem diferentes para as mulheres da sua época. Calças femininas, vestidos simples, o famoso “pretinho básico”.

 

Dandara dos Palmares

Novembro é oficialmente o Mês da Consciência Negra no Brasil. Aqueles que falam dessa data muitas vezes se recordam de Zumbi dos Palmares, que é o grande ícone da luta contra o racismo por sua resistência à escravidão. Dandara foi sua esposa e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no país, liderando mulheres e homens, com objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, aos que não se encaixavam nos padrões de gênero, que até hoje são impostos às mulheres.

 

Dorothy Vaughan

Foi uma matemática respeitada e a primeira gerente norte-americana da Nasa. Vaughan fazia parte de um grupo que contava apenas com mulheres negras que trabalhavam como computadores humanos. Com a chegada das máquinas eletrônicas, a cientista entendeu que as mulheres que ganhavam a vida daquela maneira podiam ser demitidas. Assim, ela aprendeu programação e ensinou às colegas para que tivessem opções de emprego.

Mulheres que fizeram história

 

Edith Piaf

Nascida em Paris em 1915, foi uma cantora e letrista. Sua vida foi marcada pela desgraça desde o início, fato que exerceu uma influência decisiva em seu estilo interpretativo: lírico e lancinante ao mesmo tempo. Devido a seu aspecto frágil ganhou o apelido que a fez ficar famosa internacionalmente: Piaf (pardal). Dentre as muitas canções que se popularizaram destacam-se: “Je ne regrette rien” e “La vie em rose”.

 

Frida Kahlo

A pintora mexicana do século XX é considerada, por alguns especialistas em artes plásticas, uma artista que fez parte do Surrealismo. Porém, a própria Frida negava este status, pois dizia que não pintava sonhos, mas sua própria realidade. Destacou-se ao defender o resgate da cultura dos povos asteca como forma de oposição ao sistema imperialista cultural europeu. A artista era patriota declarada, comunista e revolucionária.

 

Joana D’Arc

Em 1429, comandou tropas francesas na batalha de Orleans. Em 1430, foi capturada e acusada de bruxaria e crimes contra a igreja. Aos 19 anos, foi queimada viva. Quinhentos anos depois de sua morte, em 1920, foi canonizada como Santa Joana D’Arc. Dois anos depois foi declarada padroeira da França.

 

Lady Diana

Após o casamento com o Príncipe Charles, Diana se tornou princesa de Gales. Lady Di, como era chamada, ficou conhecida por seu trabalho de caridade e, principalmente, pelas campanhas contra minas terrestres e no combate à aids. Ela sempre exerceu uma grande atração no público em geral dentro e fora do Reino Unido. Personificava, talvez, no imaginário popular, a princesa encantada dos contos de fada, mas tinha também um charme eminentemente feminino e um lado de gente comum.

Mulheres que fizeram história

 

Leila Diniz

Em plena ditadura militar, Leila era defensora do amor livre e da emancipação feminina. Foi pioneira em usar biquíni na praia durante a gravidez e abriu caminho para que esse tabu fosse desmistificado. Aos 20 e poucos anos, era uma das maiores musas da televisão brasileira e também a que mais falava sobre sexo abertamente. Uma entrevista ao Jornal Pasquim gerou tanta polêmica que a ditadura militar adotou a censura prévia.

 

Leolinda Daltro

Uma das precursoras do feminismo no Brasil, Leolinda foi uma professora que lutou pela causa indígena e pela autonomia das mulheres no século XIX. Ela é um dos nomes mais importantes do movimento sufragista entre nós e foi a principal fundadora do Partido Republicano Feminino, em 1910. Além disso, chegou a separar-se do marido para viajar pelo interior do país em prol da alfabetização laica dos índios.

 

Madre Teresa de Calcutá

Conhecida em vida como “a santa das sarjetas”, recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo seu lado humano e generoso reconhecido pelo Papa João Paulo II, que a nomeou como embaixadora das nações. Canonizada em 2016, Papa Francisco fez o anúncio da santificação de Madre Teresa de Calcutá, o que se deu a partir da cura de um brasileiro com infecção renal e cerebral, após preces e orações para que ela intercedesse por ele.

 

Malala Yousafzai

Uma jovem paquistanesa, militante dos direitos das meninas de ir à escola, Malala se tornou conhecida no mundo após ser baleada na cabeça, quando tinha 15 anos, por um radical islâmico do Talibã ao sair da escola, que frequentava escondido. Aos 17 anos, é a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.

 

Maria da Penha

Depois de escapar de duas tentativas de assassinato por parte do marido e lutar por 20 anos para ver o agressor e o Estado punidos, alertou o governo para a urgência de uma legislação que protegesse mulheres vítimas de violência doméstica. Sua batalha não foi em vão e a lei que leva seu nome vigora desde 2006. Hoje ela coordena uma ONG que trabalha no combate ao problema e auxilia vítimas.

 

Marilyn Monroe

Foi uma das maiores estrelas do cinema de todas as épocas, uma diva transbordante de glamour e sensualidade, uma das imagens mais populares do século XX. Protagonizou cerca de 30 filmes em Hollywood entre o final dos anos 1940 e o início de 1960, rendendo bons lucros à rede cinematográfica. Com os cabelos loiros e uma pinta no canto da boca, a artista se tornou um símbolo da beleza feminina e iconizou a cena na qual canta “Parabéns pra você” ao presidente dos EUA John F. Kennedy.

Mulheres que fizeram história

 

Nise da Silveira

Um dos grandes nomes da psiquiatria mundial, foi admitida na Faculdade da Bahia aos 16 anos, a única mulher de uma turma de 157 homens. Fez especialização em psiquiatria e trabalhou durante 6 anos no Hospital da Praia Vermelha, confrontando-se com os horrores dos tratamentos psiquiátricos mais comuns da época. Foi transferida para o centro de Terapia Ocupacional, onde começou a introduzir a arte como meio de inclusão, além de ser pioneira nos estudos das relações emocionais entre pacientes e seus bichinhos de estimação.

 

Nísia Floresta

Uma precursora do feminismo no Brasil, ela é autora do livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, escrito em 1832 e considerado a primeira obra feminista entre nós. Nísia viajou o país defendendo a alfabetização das mulheres e chegou a fundar colégios para meninas no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.

 

Princesa Isabel

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, nasceu no palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1846. Tornou-se a herdeira do trono brasileiro, após a morte prematura do irmão mais velho. Filha de D. Pedro II, passou para a história do Brasil como a responsável pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888.

 

Ruth de Souza

Numa época em que brancos tinham de se pintar de preto para entrar em cena, a atriz Ruth de Souza chegou a ouvir risadas incrédulas quando decidiu pela vida nos palcos. Foi a primeira negra a se apresentar no Teatro Municipal do Rio, com a peça “O Imperador Jones” (1945), e também a primeira a ser protagonista de uma novela, “A Cabana do Pai Tomás” (1969). Foi tema de uma mostra audiovisual no CCBB, intitulada “Pérola Negra: Ruth de Souza” (2017).

 

Tarsila do Amaral

Ela é autora da pintura brasileira mais valorizada da história, o Abaporu (que ultrapassa os US$ 2,5 milhões). Tarsila é um dos nomes centrais da primeira fase do modernismo artístico no Brasil e foi uma das responsáveis pela organização da revolucionária Semana da Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo.

 

Quer saber mais?

Depois de conhecer essas mulheres que fizeram história, leia a matéria completa na página da Revista Appai Educar e saiba mais sobre as principais conquistas femininas ao longo desses últimos anos. Entenda a diferença entre o feminismo e o empoderamento feminino. Além disso, você confere dicas de livros para abordar a temática em sala de aula. Boa leitura!


Por Jéssica Almeida
Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik.


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