O Novo Ensino Médio já começou!

Saiba como será, o que muda e como os professores e escolas estão se adaptando ao novo modelo de ensino que contará com áreas distintas do conhecimento


Agora é real e oficial. Depois de quase seis anos de implementação, o Novo Ensino Médio começa a se tornar realidade em todas as escolas do Brasil. As mudanças estão baseadas na Lei 13.415/2017 e acontecem nesse primeiro momento apenas para o primeiro ano. Enquanto isso, as outras séries vão continuar mantendo a grade antiga com as alterações se desenvolvendo de forma gradual, mas chegarão ao ensino profissionalizante até 2024, prevê o Ministério da Educação (MEC).

Diante deste cenário, muito vem sendo discutido por profissionais da educação, pais e alunos. Alguns contra, outros a favor, mas o que se vê na prática é que poucos ainda entendem o que realmente acontecerá com esse novo modelo de ensino. O MEC informa que as mudanças têm como objetivo elevar a qualidade da educação no país, sem esquecer de preparar os estudantes para o mercado de trabalho. Para tirar todas as dúvidas, preparamos este material exclusivo que será primordial para você entender de vez sobre o Novo Ensino Médio.

 

O que é o Novo Ensino Médio?

Trata-se de um modelo de aprendizagem por áreas de conhecimento que permitirá ao jovem optar por uma formação técnica e profissionalizante. Ao final do ciclo, o aluno receberá, além do certificado do Ensino Médio regular, também o documento que comprova que ele cursou o ensino técnico ou profissionalizante.

 

Quais são as novas matérias do Ensino Médio?

O grande diferencial do novo currículo é justamente a sua grade de disciplinas. Organizado por áreas de conhecimento e não mais por matérias, ele será composto por quatro vieses de conhecimento mais uma formação técnica e profissional, o que possibilita que os alunos escolham itinerários formativos de acordo com áreas de seu interesse, projetos de vida e de carreira.

Haverá uma mudança na carga horária dos estudantes, que passará de 800 para 1.000 horas anuais obrigatórias. Dessa forma, o aluno do Ensino Médio, durante os três anos, deverá somar 3.000 horas, organizadas da seguinte forma:

• Base Nacional Comum Curricular: 1.800 horas
• Itinerários formativos: 1.200 horas

Na nova estrutura, até 1.800 horas da carga horária contemplam habilidades e competências relacionadas às quatro áreas do conhecimento. São elas:

• Matemática e suas Tecnologias
• Linguagens e suas Tecnologias
• Ciências da Natureza e suas Tecnologias
• Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
• E, no mínimo, 1.200 horas flexíveis que ficarão reservadas para a Formação Técnica e Profissional

Na prática, vai funcionar assim: o aluno terá em sua grade as quatro áreas do conhecimento divididas por ano ou por semestre, a depender da escola, e poderá escolher uma disciplina extra para se aprofundar em uma das áreas ou na formação técnica e profissional. Por exemplo, a escola pode oferecer um itinerário de comunicação, no campo de linguagens e suas tecnologias, e outro de meio ambiente e sociedade em ciências da natureza, e o estudante terá a liberdade de optar qual percurso cumprir.

É preciso lembrar que, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as escolas deverão definir o seu próprio itinerário. Ou seja, por exemplo o aluno que já quiser entrar no mercado de trabalho poderá escolher uma Formação Técnica e Profissional (FTP), isso após concluir a etapa escolar.

 

Quais os benefícios do Novo Ensino Médio?

A implementação traz benefícios tanto para o alunado quanto para os docentes, tendo em vista que será possível disponibilizar mais tempo para os estudantes se aprofundarem em conhecimentos específicos que vão agregar e são importantes para o futuro profissional que cada um escolher.

O Novo Ensino Médio almeja contribuir ainda com o desenvolvimento do projeto de vida e carreira dos alunos, já que as escolas deverão priorizar atividades que promovam a cooperação, a resolução de problemas, o desenvolvimento de ideias, o entendimento de novas tecnologias, o pensamento crítico, a compreensão e o respeito. Apesar de serem premissas importantes na formação de qualquer cidadão e profissional, não são de aplicação obrigatória no modelo antigo de ensino.

Outro possível benefício da nova metodologia é o de proporcionar menos aulas expositivas e focar mais em projetos, oficinas, cursos e atividades práticas e significativas.

Uma pesquisa feita e publicada pela CNI aponta que nove, em cada dez alunos participantes do projeto piloto, estão satisfeitos com a experiência. Na percepção desses estudantes, a experiência do Novo Ensino Médio é positiva em todos os aspectos analisados.

 

O que muda para os professores no Novo Ensino Médio?

Para os docentes, a mudança mais significativa que o novo modelo traz é a abertura do leque de possibilidades em relação à contratação, com a inclusão dos profissionais de notório saber para o itinerário de formação profissional e técnica. Haverá mudanças também para os educadores, que deverão planejar e realizar as aulas de maneira integrada entre as diferentes áreas de conhecimento e disciplinas.

Para o itinerário de Formação Profissional e Técnica, é permitida a atuação de profissionais com notório saber, reconhecidos pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos relacionados a sua experiência profissional. Um engenheiro, por exemplo, poderá dar aula no Curso Técnico de Edificações.

Também haverá maior flexibilidade no currículo, conteúdo integrado em áreas do conhecimento e a oferta de itinerários formativos, que deverão permitir ao estudante se aprofundar nos campos com os quais mais se identifica.

 

Como será a formação de professores?

Para atuar na educação básica, conforme disposto na LDB, a formação será realizada em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental, a qualificação em nível médio, na modalidade normal (LDB, Art. 62). Os profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica também podem atuar na educação básica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação (Art. 61, V).

 

O que muda na rotina das escolas?

A educação maker, conceito que foca na aprendizagem por meio de atividades e soluções práticas (o famoso “mão na massa”), aliada à inovação, à criatividade, à sustentabilidade e à autonomia, deverá ganhar ainda mais força, tendo em vista que a matriz de referência curricular poderá ser organizada por disciplina ou por área de conhecimento, possibilitando oferta de itinerários. Com isso, como já citamos, a carga horária de ensino também sofrerá alteração e, de maneira progressiva, todas as escolas de Ensino Médio passarão a ter ensino integral.

 

Uma pergunta feita constantemente durante a transição desse modelo: por que reestruturar o Ensino Médio?

A proposta do Novo Ensino Médio surgiu após a percepção de uma estagnação dos índices de desempenho dos estudantes brasileiros. Além disso, entre as etapas da educação básica, essa é a que tem as maiores taxas de abandono, reprovação e distorção idade-série (atraso escolar de dois anos ou mais).

Foram muitas as justificativas para reformular a última etapa da educação básica: um ensino de baixa qualidade, generalista, com número excessivo de disciplinas, alto índice de evasão e de reprovação e distante das necessidades dos estudantes e dos problemas do mundo contemporâneo.

De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, apenas 65,1% dos brasileiros concluíram o Ensino Médio na idade esperada, até os 19 anos, percentual que chega a 51,2% entre os mais pobres. E 12% daqueles com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula.

A escola precisa, portanto, conversar com a realidade atual, promover um ensino alinhado com as necessidades dos estudantes e prepará-los para viverem em sociedade e enfrentarem os desafios de um mercado de trabalho dinâmico.

 

Quando entra em vigor definitivamente o Novo Ensino Médio?

Embora algumas escolas já estejam adaptadas com as matrizes de referência, as mudanças são obrigatórias para todas as redes de ensino, públicas e privadas, neste ano. O cronograma proposto pelo Ministério da Educação é o seguinte:

• Em 2021 aconteceu a aprovação e homologação dos referenciais curriculares pelos respectivos conselhos de educação e formações continuadas destinadas aos profissionais da educação
• Neste ano será a implementação dos referenciais curriculares no 1º ano do Ensino Médio
• Em 2023 a implementação dos referenciais curriculares nos 1º e 2º anos
• Em 2024 a implementação dos referenciais curriculares em todos os anos do Ensino Médio
• E de 2022 a 2024 haverá monitoramento da implementação dos referenciais curriculares e da formação continuada aos profissionais da educação

 

Verdade ou mentira? Perguntas e respostas para acabar de vez com as dúvidas!

Os estudantes serão orientados para a escolha dos itinerários formativos?
Verdade! A lei dispõe sobre o desenvolvimento de projetos de vida dos estudantes, que será o momento desencadeador para refletir sobre o que se deseja. A escola deverá criar espaços e tempos de diálogo com os estudantes, mostrando suas possibilidades de escolha, avaliando seus interesses e, consequentemente, orientando-os nessas opções. Ou seja, é fundamental trabalhar o desenvolvimento do projeto de vida dos alunos, para que sejam capazes de tomar decisões responsáveis e conscientes, em conformidade com seus anseios e aptidões.

O Novo Ensino Médio exclui disciplinas dos currículos?
Mentira! Pelo contrário, a proposta atual da BNCC, aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), mobiliza conhecimentos de todos os componentes curriculares em suas competências e habilidades e, portanto, torna seu desenvolvimento obrigatório. Nenhuma disciplina será excluída do currículo atual, somente cada uma será trabalhada de maneira diferente do que era feito até então. Assim, os currículos de referência das redes e os projetos pedagógicos das escolas definirão a organização e a forma de ensino dos conteúdos e conhecimentos de cada um desses componentes, considerando também as particularidades e características de cada região.

Mas educação física, arte, sociologia e filosofia vão sair da grade curricular?
Mentira! A LDB inclui no Ensino Médio, obrigatoriamente, estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia (Art. 35-A, § 2°). Já língua portuguesa e matemática serão obrigatórios durante os três anos, assegurada às comunidades indígenas também a utilização dos respectivos idiomas maternos (LDB, Art. 35-A, §3°), independente da área de aprofundamento que o estudante escolher em seu itinerário formativo.

A língua inglesa será obrigatória?
Verdade! Anteriormente, a LDB não trazia a língua inglesa como parte irrevogável no currículo, porém a Lei 13.415/2017 torna o inglês obrigatório desde o 6º ano do Ensino Fundamental até o Médio. Os sistemas poderão ofertar outras línguas estrangeiras se assim desejarem, preferencialmente o espanhol.

O aluno terá um plano de carreira no Ensino Médio?
Mais ou menos. Outra novidade desse modelo é o chamado “projeto de vida”. Este componente transversal será oferecido nas escolas para ajudar os jovens a entender suas aspirações, num estilo de orientação. O objetivo é auxiliar o aluno a compreender o que ele quer para seu futuro e ajudá-lo a alcançar este objetivo.

No Rio de Janeiro, a Seeduc está trabalhando na construção do Novo Ensino Médio que, atendendo à Lei nº 13.415/2017, e de acordo com a Secretaria, entrará em vigor em toda a rede estadual no ano letivo de 2022, inicialmente para as primeiras séries desse segmento, tudo isso de forma gradativa, para que ao longo dos anos seguintes seja ampliado para todas as séries.

Para auxiliar na elucidação das muitas dúvidas por parte de pais, alunos e professores, a Seeduc disponibilizou também um vídeo interativo, cujo intuito é mostrar esse novo modelo em profundidade, a fim de que esse momento seja bem entendido por toda a comunidade escolar, sobretudo para que fique claro o porquê dessa reestruturação na educação desse segmento em todo o país. Acesse o link e fique por dentro.

 

O que professores e alunos esperam do Novo Ensino Médio?

A Revista Appai Educar conversou com professores e alunos de diversas escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro, com objetivo de ouvir suas opiniões sobre o assunto e o que esperam dessa mudança. O Colégio Estadual Padre Anchieta, localizado em Duque de Caxias, foi um deles! Lá são 17 turmas e cerca de 590 alunos no Ensino Médio.

A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro organizou, em maio deste ano,
no formato on-line, um seminário sobre o Novo Ensino Médio e Discussão da BNCC que
reuniu a comunidade escolar e convidados. O encontro teve a participação de diversos
palestrantes, além da exposição das principais ações desenvolvidas pela Seeduc. Na ocasião,
a equipe pedagógica mostrou, ainda, as possibilidades que serão ofertadas nesse novo modelo de ensino.
Confira, aqui, a apresentação.

Apresentação do Seminário da Seeduc

A estudante Amanda Montemor conta que está animada para ingressar no Ensino Médio com essa nova estrutura. “Acredito que será uma boa experiência e uma ótima proposta mediante o que já ouvimos e lemos a respeito. É claro que o aprendizado amplo nas principais áreas é importante, mas fazer um ensino técnico e poder focar em apenas uma em que se tem mais facilidade abre muitos caminhos para que você possa explorar seus pontos fortes sem precisar, necessariamente, focar tanto em áreas que não são do seu interesse e você sabe que não tem um bom desempenho”, relata.

A professora de língua portuguesa Neia Albino ressalta que, em meio às altas taxas de abandono e baixo desempenho, o Novo Ensino Médio deverá trazer novas oportunidades ao aluno, “para que ele tenha mais autonomia de escolha e consiga perceber o significado do que está aprendendo. Eu realmente acredito que esse novo modelo busque uma participação mais ativa do estudante, um protagonismo. Uma mudança se faz necessária com urgência. Modelos semelhantes já existem em outros países, mas também não podemos nos esquecer de que as escolas precisam ser, de fato, estruturadas, tenham investimentos e preparo para que as mudanças realmente ocorram”, pontua a educadora.

Já a docente de matemática Eliane da Silva Marinho acredita que as novidades sempre causam desconforto e adaptabilidade. “Uma mudança tão grande precisa vir acompanhada de recursos metodológicos para que seu sucesso seja alcançado, caso contrário teremos um ensino cada vez mais excludente. As ideias de uma formação global e ampla são sempre bem-vindas, mas precisamos ter capacitações para os profissionais de educação, para que cada estudante não se sinta desamparado”, explica Eliane.

De acordo com ela, a questão de que cada aluno tem a possibilidade de escolher o seu currículo pode ser um divisor de águas para que haja uma diminuição na evasão escolar. “Isso porque o atual Ensino Médio já está mais do que ultrapassado, com conteúdos obsoletos, defasados e cansativos para todos os envolvidos na aprendizagem. Outro ponto a favor é a capacitação técnica, principalmente para os alunos com baixo poder aquisitivo, que quase sempre não dispõem de recursos para se capacitar e entrar no mercado do trabalho de forma mais rápida e direta”, garante.

Contudo, a docente pondera que a implantação e implementação do ensino integral requer estrutura física e acadêmica, e que muitas escolas não possuem nem uma coisa nem outra. “Mas, enfim, como uma educadora que sempre pensa no melhor para meus alunos, devo considerar que a educação básica brasileira está mais do que estagnada, clamando mudanças, e que o Novo Ensino Médio pode ser o início dessa transformação para uma educação pública de melhor qualidade sempre”, explica.

 

Toda mudança tem pontos positivos e negativos!

Como a professora Eliane pontuou, toda mudança tem seus pontos positivos e negativos. A doutora em Ciências Sociais Sara Zarucki chama atenção para algumas questões que atingem não somente os alunos, como toda a comunidade escolar. “É o caso do aumento das horas dedicadas ao ensino, já que as quatro atuais passarão para cinco. No ditado popular já sabemos que “tempo não é qualidade”. O que precisa ser feito são incentivos para a comunidade escolar, uma melhora nas estruturas das escolas e a valorização dos professores. O aluno também precisa se sentir motivado e encontrar sentido para ir para a sala de aula”, explica a especialista.

O educador de Geografia Jefferson Bruce também ressalta que a proposta é muito pertinente, porém a aplicabilidade gera uma preocupação. Ele atua no Colégio Objetivo, em Camboinhas, Niterói. Lá são 3 turmas e 200 estudantes de Ensino Médio. “Temos muitas lacunas, formação dos professores, defasagens dos alunos, limitações técnicas. Creio que em um futuro, não de curto, mas de médio e longo prazo, equacionando essas questões, podemos colher bons frutos. O olhar para o preparo emocional dos alunos já representa um avanço imediato, ao menos nos grandes centros, na rede privada. O desafio maior da educação continua, levá-la a todos, torná-la de fato universal”, explica.

Para a estudante Mylena Gusmão Andrade Dias, o Novo Ensino Médio terá muitos prós e contras. “Ele será muito significativo para aqueles que precisam decidir a sua vida logo após o ensino médio e vai ajudar muito os alunos a entenderem e viverem um pouco da vida depois da escola. Mas também sei que pode ser ruim pelo motivo de que muitos optarão por não escolher matérias importantes para o desenvolvimento do raciocínio próprio. Acredito que disciplinas como história, geografia, filosofia e sociologia serão deixadas de lado, pois não são consideradas como primordiais para a formação, mesmo sendo muito importantes para a vida profissional e pessoal”, pondera a estudante do Colégio e Curso Daltro.

A aluna do Lisam Rafaela Dias Vieira da Silva também tem esse pensamento. Ela conta que, à primeira vista, o Novo Ensino Médio é uma maravilha para o estudante, mas só se aprofundar num assunto pode ser um problema. “Os concursos não abordam só algumas matérias, eles cobram todas e isso pode dificultar a vida dos alunos. Não podemos focar apenas em algumas áreas, precisamos de todo o aprendizado possível para passar em algum concurso”, explica.

 Foco e dedicação serão fundamentais

Já a estudante Talita Paranhos só enxerga coisa boa! Ela acredita que o Novo Ensino Médio foi muito bem pensado e elaborado, trazendo mudanças que elevarão o ensino. “Acredito que o fato de proporcionar o aprimoramento na área com a qual o aluno mais se identifica e gosta é uma boa estratégia para incentivar os estudantes a se manterem na escola e se dedicarem mais, já que o foco será em disciplinas com as quais se tem afinidade. O que achei interessante e extremamente essencial foi o projeto de vida que auxiliará os jovens nas suas escolhas, para que as decisões sejam assertivas em sua totalidade. Causará boas mudanças na vida dos estudantes e em suas carreiras profissionais”, garante a aluna do Pensi.

 

É preciso vivenciar!

Para o professor Eduardo Madeiro, são mais dúvidas e inquietações do que opiniões formadas. O educador de Artes Visuais e História, que leciona em três instituições em Nova Iguaçu, explica que o eixo tecnológico pareceu muito interessante, principalmente no que diz respeito à aproximação dos jovens com o mercado de trabalho. “Entretanto, será que a não obrigatoriedade de disponibilizar todos os eixos na mesma escola será realmente benéfica? Como ficarão aqueles cujas famílias não têm uma renda que permita gastos adicionais? Como será a oferta de disciplinas nas escolas públicas?”, questiona.

Ele ressalta ainda que as respostas de seus alunos em relação à temática trazem um pouco de suas visões. No geral, eles estão depositando esperanças num melhor direcionamento sobre suas escolhas educacionais e futuros profissionais. “Porém, pensar em educação é considerar o coletivo, o social, de uma forma mais plural. Toda e qualquer mudança traz desafios, inquietações, resistências e necessidades de reajustes nas formas de ver, de entender e de concretizar a renovação. Nesse primeiro momento, prefiro observar e refletir para ter argumentos mais sólidos gerados na prática docente”, finaliza Madeiro.

Assista o vídeo sobre o Novo Ensino Médio:

 

E você, professor, qual a sua opinião?

Como falamos no início da matéria, qualquer novidade gera muitas opiniões e inquietações. Por isso, assim que a metodologia começar a ser implementada, a Revista Appai Educar vai gostar de ouvir a sua opinião, professor, contando suas vivências e aprendizagens com o Novo Ensino Médio. Combinado? Para isso, envie o seu relato para a nossa equipe através do e-mail redacao@appai.org.br. Até lá!


Por Antônia Lúcia, Jéssica Almeida e Richard Günter
Fontes: MEC | Inep | Seeduc


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