Bullying? Aqui não!

Com problemas de indisciplina em sala de aula, professora cria projeto cheio de afeto que conquista a criançada!


Administrar o comportamento dos estudantes em sala de aula nem sempre é uma tarefa fácil. A professora Vilma Soares sabe muito bem disso! Para driblar o comportamento agressivo por parte dos alunos da Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, em Duque de Caxias, ela criou o projeto Laço entre nós. O intuito é desenvolver uma cultura de paz na sala de aula através da empatia e da afetividade, valorizando as diferenças, por meio da expressão de sentimentos.

A educadora conta que tudo começou quando ela assumiu uma classe de alfabetização que apresentava sérios problemas de relacionamento. “Nos primeiros dias de aula observei o comportamento da turma, que era bem agressivo, e pratiquei a escuta ativa para entender o que levava as pessoas a se comportarem daquela maneira. A princípio fiquei mediando os conflitos que eram constantes e depois pensei em realizar um projeto que envolvesse a família e o aluno, pois percebi que faltava também afetividade nas relações familiares”, relata.

Foi quando nasceu o projeto visando eliminar o bullying! A professora conta que o primeiro passo foi envolver a família nas atividades de forma afetuosa, criando um ambiente de carinho, respeito e afeto. “Em uma reunião com os responsáveis apresentei uma tarefa que realizei com os alunos, na qual eles escreveram por meio de um bilhete o que mais gostavam em seus responsáveis. Cada um leu o que seus filhos mais admiravam nele e nessa reunião sugeri que fizessem o mesmo. A partir desses bilhetinhos afetuosos trabalhei tanto a escrita dos estudantes quanto a comunicação não violenta”, explica Vilma.

Depois dessa atividade com os responsáveis, chegou a vez de realizar algo entre os colegas da turma! Eles criaram um painel com fotos de cada estudante e abaixo delas escreviam adjetivos positivos, funcionando como uma troca de gentileza. “Começamos nesse momento a realizar o oposto que vinha sendo feito, que era falar bem um dos outros”, conta a professora. Outra atividade que surtiu muito efeito, segundo ela, foi o caderno de elogios, que circulou na sala e cada estudante escrevia uma coisa positiva para seu colega e deixava registrada a sua admiração pelo outro.

Além dessas atividades, a professora realizou uma roda de conversa e nela cada um selecionava um colega que não havia escolhido antes em nenhuma das atividades anteriores e falava para o grupo suas características positivas. A intenção era que cada um citasse o lado positivo de um maior número de companheiros de sala, evitando repetições, e que todos fossem contemplados e ninguém ficasse de fora das dinâmicas. “Após essas atividades fui percebendo que as relações interpessoais melhoraram significativamente e toda a escola pôde perceber a evolução no comportamento da turma, que beirava à agressividade, se transformando em um grupo empático e acolhedor”, garante a educadora.

Para Vilma, essas ações fizeram toda a diferença no ambiente de aprendizagem. “Todos sabem que a afetividade é algo que interfere diretamente na capacidade dos alunos e criar um ambiente saudável, não violento, contribui positivamente para o progresso dos estudantes. Ninguém consegue aprender num cenário violento, onde ninguém se respeita e em que a todo momento o professor precisa parar sua aula para mediar conflitos. Construir uma cultura de paz tanto na escola quanto na sala de aula é algo imprescindível para o desenvolvimento da inteligência emocional”, finaliza a professora

 

E agora professor?

Você também tem problemas de indisciplina em sala de aula? A Revista Appai Educar tem uma série de vídeos no Youtube que fala justamente sobre essa questão. Com 4 episódios, a websérie traz opinião de especialistas e dá dicas de como o professor pode reverter essa situação. Se você ainda não viu ou quer rever, acesse: www.youtube.com/appairj e procure por “E agora, professor?”.


Por Jéssica Almeida
Fotos cedidas pela professora e banco de imagens gratuitas do Freepik.


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