Educação infantil: a fase mais importante na vida da criança

Entenda por que essa fase é tão valiosa na vida dos pequenos e como ela pode influenciar na fase adulta


Essa afirmativa pode soar estranho, mas você sabia que em pleno século XXI ainda existem pessoas que acreditam que a Educação Infantil, por ser tratar do ensino de bebês e crianças pequenas, só serve para que os pais ou responsáveis deixem os filhos para trabalhar ou para realizar outras tarefas sem a presença dos pequenos?

Todavia, definitivamente, as pesquisas científicas envolvendo a primeira infância têm mostrado exatamente o oposto, pois é nesta fase que começa a construção das quatro áreas do desenvolvimento de uma criança – a física, a cognitiva, a emocional e a social – que são os esteios da formação do caráter, da identidade, do desenvolvimento físico e psicológico.

Por isso, a Educação Infantil é uma das fases mais importantes na vida da criança! Alguns pais não dão o devido valor que esse momento merece e, muitas vezes por falta de conhecimento, acabam negligenciando esse período fundamental para a formação dos pequenos, que tem total impacto na fase adulta. Afinal, é nessa etapa que elas começam a existir fora do convívio familiar, o que envolve lidar com diferenças, desenvolvimento da personalidade e da autonomia, a criação de laços de amizade e as descobertas em diferentes áreas do conhecimento.

Além de funcionar como uma base para as demais etapas da educação formal e o seu correto aproveitamento, permite que os pequenos cresçam com mais autonomia e tenham mais sucesso em sua vida escolar e individual. A Revista Appai Educar reuniu as principais informações sobre a Educação Infantil, sua importância e como pais e professores podem incentivar o aprendizado nessa fase tão importante da vida da criança. Confira!

 

Mas afinal, o que é a Educação Infantil?

A Educação Infantil é voltada para a faixa de zero a cinco anos de idade. Entretanto, ela só é obrigatória, no Brasil, para crianças a partir de quatro anos, o que torna os grupos 1, 2 e 3 facultativos, nesse caso devendo-se recorrer às creches ou à pré-escola.

Grupos da Educação Infantil

Berçário: 0 a 11 meses
Grupo 1: 1 a 2 anos
Grupo 2: 2 anos
Grupo 3: 3 anos
Grupo 4: 4 anos
Grupo 5: 5 anos

A Educação Infantil no Brasil é um direito da criança, sendo o estado obrigado a disponibilizar espaços e profissionais adequados para atendê-la corretamente. Por isso, encontramos em todas as regiões do país instituições de ensino públicas que atuam como creches e pré-escolas. Várias particulares também oferecem o ensino para essa faixa etária, o que dá aos pais e responsáveis a chance de optar por aquela que esteja de acordo com as suas possibilidades financeiras.

 

A importância da Educação Infantil

Como destacamos no início da matéria, alguns pais desconhecem a importância da Educação Infantil na formação dos pequenos. Acreditam que é um desperdício, que a criança “só vai para brincar” e que não fará a diferença no seu futuro, mas não é bem assim! Essa é uma das fases mais importantes e que terá grande influência na idade adulta. Estímulos motores, afetivos e sociais oferecidos às crianças em seus primeiros anos são cruciais para uma vida mais harmoniosa e feliz. O desenvolvimento da autonomia pode levá-las a tornarem-se críticas, criativas, questionadoras e, com isso, em condições de interferir no meio em que vivem.

Por isso, o primeiro contato com o outro deve ser conduzido com muito cuidado e carinho, para que as crianças aprendam de forma lúdica e prazerosa. E assim saberão como se socializar. Dentro do processo educativo, é preciso entender o que é o brincar e como conduzir a criança ludicamente para suas descobertas afetivas, cognitivas, de relação com o outro e com a sociedade. Brincando, a criança adquire o conhecimento da língua oral, escrita, da matemática e muitas outras habilidades.

A Mestre em Educação e Pedagoga Patrícia Andrade ressalta que é indispensável sinalizar que a educação não pode ocorrer de forma solitária, somente entre os “muros escolares”, pois as instituições de ensino precisam de parcerias, e uma dessas é a da família, que também faz parte desse processo de educar. “Por vezes, a escola precisa oportunizar momentos para que as pessoas reflitam sobre sua importante função na formação dos pequenos. Assim, a relação escola-família deve estar sempre presente, constituindo um espaço inerente à vida das crianças, sobretudo funcionando como pontes para sua inserção na sociedade”, pontua.

 

Mas por que isso é trabalhado na Educação Infantil?

Essa e muitas outras perguntas fazem parte do repertório de muitos pais, que não raramente só identificam a resposta quando percebem a mudança no desenvolvimento diário dos seus filhos. Uma dessas questões é a construção da autonomia, sobretudo quando a criança começa a demostrar seus primeiros sinais de independência, que vão desde usar o banheiro sozinho a amarrar o cadarço.

Sem falar no desenvolvimento dos hábitos saudáveis, como lavar as mãos antes das refeições, escovar os dentes e praticar atividades físicas, além de conhecer desde cedo a importância de uma alimentação com a presença de frutas, legumes e hortaliças.

Essas conquistas, com a ajuda dos profissionais de ensino, tendem a subir degrau por degrau, passando pela habilidade de se comunicar, expressar desejos e sentimentos, identificar seus pontos fortes e o esforço para melhorar aquilo que ainda lhe falta.

Todo esse processo de desenvolvimento faz com que os laços de convivência e vivência comecem a ser exercitados através da socialização e dos estímulos de virtudes e valores, entre eles o respeito e a tolerância, que, uma vez assimilados, os acompanharão para o resto de suas vidas.

 

Potencial de aprendizagem incentivado

Os pequenos precisam ter o seu potencial de aprendizado incentivado e isso depende de técnicas pedagógicas que apenas profissionais sabem aplicar perfeitamente. Uma criança que vai para a escola desde cedo começa a ter contato com os livros, por exemplo. Ela terá acesso a uma série de títulos diferentes, que vão despertar a sua curiosidade.

Isso é crucial para que, na juventude e fase adulta, ler se torne um hábito. E como já é de conhecimento geral, a leitura é essencial na formação de um cidadão crítico, que compreende o mundo que está à sua volta. É claro que as crianças com menos de seis anos de idade brincam na escola, mas é uma atividade orientada. Não se trata exclusivamente de distraí-las, mas sim de aproveitar a ludicidade para promover o seu desenvolvimento social, motor e cognitivo.

Patrícia destaca que a Educação Infantil pode colaborar para a formação de sujeitos mais humanos, justos e solidários, oportunizando experiências de aprendizagens que combatam preconceitos e atitudes discriminatórias, colaborando assim para uma sociedade, onde todos, sem exceção, são valorizados e respeitados em sua essência humana.

 

Não é momento de alfabetizar a criança!

É importante ressaltar que, embora os profissionais do segmento saibam que a Educação Infantil não é o momento de alfabetizar a criança (exceto quando isso acontece de forma espontânea), muitas vezes os pais não têm essa consciência. Esperam que os filhos de três anos voltem da escola sabendo ler e escrever e podem até se decepcionar quando isso não acontece. Por isso, cabe aos educadores conversar abertamente com essas famílias e explicar qual é a sua função e de que forma elas contribuem para o crescimento intelectual dos pequenos.

Outro detalhe importante é que, na Educação Infantil, a sala de aula se torna um ambiente mágico, com cores, personagens, brinquedos e muitos elementos que atraem a criança e a fazem sentir satisfação por estar ali. É uma excelente oportunidade para que ela comece a gostar de ser um aluno, de estar em uma escola, com colegas e professores. Afinal, alguém que gosta de ir para a escola com certeza tem muito mais chances de conseguir um bom desempenho e até de ser mais feliz, visto que acaba passando bastante tempo nesse espaço.

 

Como pais e professores podem estimular essa fase de descobertas e aprendizagens

Patrícia Andrade explica que a família e a escola possuem um relevante papel na educação das crianças. “Evidentemente não apenas nessa fase, mas em muitas outras. Todavia essa etapa é marcada como o início da vida escolar, e esse momento é recheado de descobertas e aprendizagens variadas, é profícuo para seu desenvolvimento cognitivo, físico, intelectual, social, emocional, dentre outros”, explica.

De acordo com a pedagoga, a brincadeira tem função de suma importância nesse processo. É a partir do brincar que ocorre o aprendizado na infância. “A criança não é um adulto em miniatura, ela precisa ser respeitada nesse momento ímpar de seu desenvolvimento, pois é através da ludicidade, da interação com outras crianças, de jogos e de brincadeiras que estará adquirindo novos conhecimentos. Outro recurso fundamental, que também dialoga com o lúdico, é a introdução dos pequenos no mundo da leitura, pois essa iniciativa estimula sua imaginação, criatividade, linguagem oral e escrita, além de contribuir para a aquisição desse sempre saudável hábito, dentre outras aprendizagens”, exemplifica Patrícia.

A educadora cita ainda a fala de um importante autor, que diz: “Ler histórias para crianças sempre é poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever de um autor, e então, pode ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de desenvolvimento. É também suscitar o imaginário, é ter curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões”.

Patrícia ressalta ainda que é necessário levar em consideração que cada criança possui sua subjetividade, ou seja, são sujeitos singulares. Desse modo, possuem ritmos e estilos de aprendizagens diferentes. “Assim, não devemos comparar o desenvolvimento de uma criança com o da outra. Estimular e oportunizar experiências de aprendizagens significativas é imprescindível para desenvolver habilidades, gostos e potencialidades nessa fase única e valiosa”, garante.

 

Corpo em movimentos

Ao falar sobre os movimentos corporais de um adulto, várias pessoas esquecem que muito da desenvoltura desse corpo diz respeito à forma, ou maneira, como essa habilidade foi desenvolvida lá na primeira infância, através do psicológico, do motor e do social. E dentro desse mover, a psicomotricidade é a ciência que estuda essa habilidade que define e determina a capacidade do homem de coordenação mental dos movimentos corporais. Essa expansão da ciência levou a que se estudasse a relação entre desenvolvimento motor e intelectual da criança, indispensável na inteligência antes da aquisição da linguagem, segundo Piaget.

Sendo assim, a expressão artística, seja através da música, do brincar, dos jogos, das colagens e dobraduras de papel, das contações de histórias, são contatos importantes para o desenvolvimento psicológico, motor e social do indivíduo. Isso porque, ao desenvolvermos atividades psicomotoras, alguns estímulos sensoriais são ativados como, por exemplo, o controle do corpo, equilíbrio e lateralidade, organização do espaço e tempo, sendo todos eles imprescindíveis no nosso dia a dia.

 

O comunicar do corpo

Muitos adultos relatam que as faltas desses estímulos na infância lhes acarretam um grande prejuízo em suas vidas adultas. É o caso de Lúcia, que na infância não experimentou esse conhecimento do corpo, é hoje tem total dificuldade em coisas simples, como saber apontar a direção da esquerda ou da direita. “Eu não consigo explicar como uma pessoa chega a um determinado local, descrevendo a ela o trajeto. Isso porque nunca me encontro na hora de falar que é para pegar ou virar para um lado ou para o outro”, relata.

Exemplos como esse e de tantas outras situações que demonstram o ônus desse comunicar do corpo na idade infantil só reforçam a importância da educação psicomotora nas diversas condutas motoras, auxiliando no processo educativo e possibilitando uma melhor interação social e escolar.

 

Psicomotricidade na Educação Infantil

“No ambiente escolar é de extrema importância trabalhar o lúdico, que é capaz de produzir diversas habilidades no processo de aprendizagem instigando a atenção, imaginação, memória e incentivando de certa forma todos os aspectos cognitivo, motor e afetivo”, afirma a pedagoga Letícia Salvo.

Infelizmente muitos pais ainda acham que o lúdico é sinônimo de passar ou preencher tempo, e não há nenhuma verdade nesse pensar. De acordo com especialistas, na Educação Infantil as atividades lúdicas têm o objetivo de promover aprendizagens significativas para os pequenos que estimulem a coordenação motora, visando o aprimoramento de práticas e experiências educativas e funcionais, tudo isso com intuito de expandir as suas potencialidades afetivas, sociais e motoras.

 

Campo de experiências

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC – 2019), considera-se que, na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, como mostra o quadro abaixo.  Esse ponto estrutural está centrado em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, os quais veremos abaixo.

O eu, o outro e o nós

Neste campo devem ser proporcionadas experiências que promovam interações sociais e culturais e outros modos de vida, o que ocorre principalmente através de jogos para que se compreendam e respeitem regras, costumes, cuidados, diferenças; atividades para identificação do próprio espaço e o do outro; práticas e ações nas quais haja incentivo à valorização da sua identidade e do respeito às diferenças.

 

Corpo, gestos e movimentos

Nesse eixo de experiência, de acordo com a BNCC, a  instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar um repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo, por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, roda de música, de forma que se comuniquem e se expressem no entrelaçamento envolvendo corpo, emoção e linguagem.

 

Traços, sons, cores e formas

Ao abordar traços, sons, cores e formas na Educação Infantil, a criança por si só já possui curiosidade, o que acaba gerando uma imaginação diferente em cada uma, e para trabalhar isso cabe ao professor proporcionar-lhe experiências.

Sendo assim, a expressão por meio de linguagens associada às artes, trabalhadas a partir dos cinco sentidos, pode ser realizada através de exercícios voltados para a criação individual ou coletiva. Ao contar uma história, o professor vai atrair a imaginação, as cores, as formas, os traços de um livro etc. Um passeio pelo bairro pode mostrar as formas geométricas das casas, dos carros, dos objetos, realização de pinturas, esculturas e outras artes visuais, além de práticas de representação teatral.

 

Escuta, fala, pensamento e imaginação

O intuito principal desse campo é promover uma aproximação inicial dos alunos da linguagem oral e escrita, mas sem iniciar o processo de alfabetização. Atividades como contação de história, teatro de fantoches, roda de conversas ou músicas, deixar cada um expressar-se ou contar uma história, tudo isso faz parte da escuta, da fala, do pensamento e da imaginação, bem como do despertar da curiosidade na dramatização e nos sons dos elementos narrados através da expressão oral.

 

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

As vivências relativas a esse campo são as que desenvolvem um pensamento que parte da curiosidade natural da criança, como, por exemplo, falar do cuidado com o meio ambiente, manter tudo limpo, arrumado. Cabe ao mediador trazer situações assim para a sala de aula, para o processo de aprendizagem que requer, além da observação da natureza, a construção de hipóteses sobre esse meio em que vivemos.

De acordo com R. Mendonça, “os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor infantil. É preciso estar atento para que nenhuma perturbação passe despercebida e seja tratada a tempo, para que a capacidade futura da criança não seja afetada e prejudique a aprendizagem da leitura e da escrita.”

 

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil

Extraído da BNCC

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

 

Menos tecnologia, mais informação

Os atrativos tecnológicos que temos em grande quantidade atualmente podem levar a crer que as atividades pedagógicas perderam espaço e não são mais tão importantes. Mas esse não é um pensamento correto. Muito pelo contrário, as tarefas lúdicas na Educação Infantil são fundamentais, porque contribuem com o desenvolvimento e a socialização da criança.

De acordo com a pedagoga Juliana Santos, de Cachoeirinha/RS, inserir atividades pedagógicas no dia a dia dos pequenos proporciona condições favoráveis para o desenvolvimento socioafetivo, físico, cognitivo e linguístico. “E como resultado, há reflexos que os acompanharão por toda a vida”, conclui.

Brincadeiras que envolvem leitura e memorização de figuras, por exemplo, são excelentes e servem para estimular a inteligência, além de ampliar o conhecimento dos pequenos. “Outro ponto importante são os momentos de descontração e interação proporcionados pelas brincadeiras com outros alunos”, explica Juliana, que é coordenadora pedagógica da Escola Recreativa Cantinho Feliz, uma unidade educacional popular onde crianças da comunidade podem passar o dia realizando reforço escolar e práticas artísticas. Atualmente, todas as atividades estão sendo realizadas de forma remota. E deixa claro: “Isso não impede de fazer uma criativa atividade, sem precisar recorrer diretamente à tecnologia”, explica.

A pedagoga separou 3 atividades que vêm sendo realizadas on-line com os pequenos.

 

Atividades para realizar de forma remota:

• Coloque a criatividade no papel
“Atividades de desenho podem ser feitas em casa, com poucos recursos. Folhas de sulfite ou de caderno ou até mesmo uma caixa de papelão podem servir como suporte. Desenhos livres ou então sobre um tema específico ajudam as crianças a expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências. A família também pode participar desse momento”.

• Observe e se inspire com a natureza
“Os alunos podem ser convidados para observar pela janela ou próximo ao lado externo da casa (com segurança e acompanhamento de um responsável) os elementos naturais que fazem parte do seu cotidiano. A movimentação das sombras, das nuvens, as pedras e as plantas são alguns dos aspectos a serem analisados pelas crianças. Uma folha de árvore pode virar um avião ou um barco, um graveto pode ser uma espada ou varinha mágica. Essa é mais uma atividade simples que ajuda os pequenos a conhecer o mundo e dar sentido a ele. Tudo isso pode ser relatado numa aula virtual”.

• Contação de histórias
“Além de ser um dos meios de transmitir costumes culturais, tradições e conhecimento, a leitura é um exercício riquíssimo para o estímulo da imaginação, da experiência de diferentes emoções e das capacidades crítica e expressiva. Portanto, uma boa pedida de atividade infantil pedagógica é contar histórias, seja com o auxílio de livros, seja de formas alternativas. Por exemplo, você pode confeccionar, com a ajuda dos pequenos, um ‘baú mágico de histórias’, contendo objetos variados, como bonecos, garrafas, relógios, saquinhos de sementes etc. A história deve ser contada com base nos objetos retirados do baú. Você pode improvisar os acontecimentos e pedir ajuda dos pequenos para guiar a narrativa”.

 

Para quando voltar o presencial:

• Brincadeiras no espelho
“Este plano de atividade estimula o bebê a perceber as possibilidades e limites de seu corpo e sua interação com outras pessoas, sejam adultos ou crianças. O reflexo no espelho aguça a curiosidade e o leva a se conhecer e reconhecer. O plano explora três dos cinco campos de experiência: ‘O eu, o nós e o outro’, ‘Corpo, gestos e movimentos’ e ‘Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações’”.

• ABC das frutas
“Esse é um exercício muito rápido e dinâmico. Para começar, o professor deve citar as letras do alfabeto, uma a uma, e aguardar as respostas dos alunos. Estes devem falar o nome de frutas que iniciem com a letra indicada. Por exemplo: letra A: abacate, abacaxi; letra B: banana, butiá; letra C: caju, coco. Assim deve ser até o fim do alfabeto. As crianças adoram esse tipo de atividade porque podem falar à vontade. Ao mesmo tempo, elas descobrem novos nomes e a existência de inúmeras frutas, o que enriquece o vocabulário. O legal é que dá para adaptar o ABC a outros temas, como animais, flores, nomes de pessoas, partes do corpo etc.”.

• Teatro de fantoches
“As crianças adoram assistir ou fazer apresentações de fantoches. Esse tipo de atividade estimula a imaginação porque exige que elas incorporem as vozes, manias e comportamentos de suas personagens favoritas. É legal convidar a comunidade para prestigiar ou participar do teatro em determinados momentos. Se for frequente, a união de pais, alunos e professores em sala de aula contribuirá para uma melhor relação entre família e escola”.

• Vôlei de lençol
“Essa atividade é muito divertida e rende boas risadas. O propósito é fazer a garotada trabalhar em conjunto para obter pontuações no vôlei. Ou seja, o sucesso da partida vai depender da contribuição de todos. Para começar, é preciso dividir a turma em grupos. Cada equipe deve receber um lençol de casal, pode ser um pedaço de tecido grande, contanto que seja leve. Em seguida, todos os integrantes devem agarrar o pano e esticá-lo para pegar a bola e lançá-la à outra equipe. Dependendo do tamanho da turma, o professor pode montar mais de uma rede e permitir que diversas equipes joguem ao mesmo tempo”.


Por Antônia Lúcia, Jéssica Almeida e Richard Günter
Fontes:
Educa Mais Brasil, Estadão, Amber, Portal MEC, Ministério da Educação, Ministério da Cidadania.
Fotos: Banco de imagens gratuitas do Freepik
Patrícia Andrade é doutoranda em Educação pela UFRRJ, mestre em Educação, pedagoga, pesquisadora do Lepedi (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação, Diversidade e Inclusão) e professora de Educação Especial da Rede Municipal de Ensino de Duque de Caxias/RJ. Para entrar em contato com a especialista, envie uma mensagem através do Instagram (@patriciaandrade0606).

 

 

 


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