O uso de tecnologia afeta a nossa memória?

Descubra se o uso do celular é prejudicial e como estimular a memória


Qual foi a última vez que você precisou lembrar do número de telefone de um amigo? Ou a data de aniversário de um familiar? Essas e outras coisas relativamente simples têm se tornado cada vez mais problemáticas em nosso cotidiano. Isso porque o celular armazena esses dados e deixa à disposição sempre que precisamos. Mas será que o uso dessas tecnologias afeta a nossa memória?

Segundo uma pesquisa recente conduzida por uma empresa de cibersegurança do Reino Unido, o uso cada vez maior de tecnologias digitais está prejudicando ativamente a nossa capacidade de memorização. E a causa disso é que as pessoas estão cada vez mais dependentes de equipamentos eletrônicos para armazenar informações.

A educadora Vanessa Sardinha dos Santos ressalta que estamos em constante busca por informação em aparelhos eletrônicos e por isso o cérebro “não se preocupa” em guardar dados. Isso faz com que não sejamos capazes de construir uma memória a longo prazo. Entretanto, muitas vezes, não estamos preocupados com esse fato, uma vez que acreditamos que o que é importante está armazenado. Essa experiência é definida pelos especialistas como amnésia digital.

 

De acordo com a pesquisa – que contou com a participação de seis mil adultos distribuídos por oito países da Europa –, mais de um terço dos entrevistados preferiam pesquisar a informação em dispositivos eletrônicos em vez de consultar a memória. Além disso, o estudo revelou que as pessoas conseguiam lembrar-se dos números de telefone da sua infância, mas recordar os atuais era um processo mais difícil.

Outro problema relatado pela pesquisa é que as memórias pessoais também estão guardadas em equipamentos eletrônicos. A maioria das fotos, por exemplo, encontra-se na memória do computador, por isso os momentos registrados são mais facilmente esquecidos. Essas memórias, infelizmente, podem ser facilmente roubadas ou perdidas. Além disso, a mídia utilizada pode tornar-se ultrapassada, prejudicando a visualização de determinado registro.

A educadora ressalta que a pesquisa serve de alerta para as mudanças de hábitos e a estimulação constante do nosso cérebro. É importante salientar que o computador ou o celular não podem substituir a nossa memória e que as informações importantes neles contidas podem ser perdidas em fração de segundos. Além do mais, no que diz respeito às memórias pessoais, é fundamental que as experiências vividas sejam mais bem aproveitadas e deixem de ser apenas um arquivo de computador.

 

Como estimular a memória no dia a dia?

De acordo com uma matéria da Revista Exame, alguns truques e hábitos são ótimos para melhorar a memória. Um deles é fazer exercícios mentais, como memorizar a ordem de um baralho, fazer palavras-cruzadas ou aprender um novo idioma. De acordo com a neurologista Sonia Brucki, os estudos têm revelado a importância da atividade intelectual para a melhora da memória e das funções cerebrais. A atividade deve ser escolhida de acordo com as preferências pessoais de cada um. O importante é não ficar parado!

O clichê “corpo são, mente sã” tem sua razão de existir. A especialista ressalta que as atividades físicas são essenciais para que a o cérebro funcione bem e consiga reter mais informações. Sonia explica que os exercícios são importantes porque melhoram a função cardiovascular, aumentam o fluxo sanguíneo do cérebro, promovem crescimento dos neurônios e aumentam as conexões da região do hipocampo, responsável pela memória. Ela ainda citou diferentes estudos que mediram o declínio cognitivo com o passar do tempo. Um dos resultados mostrou que pessoas que praticam atividade física regularmente têm 38% menos risco de baixa nas funções cognitivas, em relação às sedentárias.

A alimentação também é um fator importante no processo. De acordo com a médica, a melhor opção de cardápio é aquela que inclui muitos vegetais, alimentos ricos em ômega 3 e ômega 6, vitamina E e ácido fólico, encontrado no feijão e no fígado. A ideia básica desses programas alimentares é reduzir o máximo possível de ingredientes industrializados (doces, cheios de sódio e gordurosos) e consumir muito peixe, frutas, verduras, legumes, grãos integrais e gorduras boas (não saturadas).


Por Jéssica Almeida
Fontes: Brasil Escola e Exame


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