A ideia é valorizar a cultura negra e estimular o jovem a atuar como protagonista de uma sociedade mais justa e sem preconceito

Novembro é mês da Consciência Negra e tem se tornado referência para atividades que inspiram a luta, resistência e o orgulho da identidade afrobrasileira. Com intuito de valorizar essa cultura nas escolas, o Colégio Liceu Santa Monica, localizado em Nova Iguaçu, desenvolveu o projeto interdisciplinar Sempre Viva Carolina com as turmas do 6º ao 9º ano.

Idealizado pelos professores Eduardo Madeiro, de arte visuais e história; Elisa Coutinho, de espanhol e literatura; e Eliane Guedes, de inglês e literatura, o projeto visa valorizar a cultura negra através das frases e poemas de Carolina Maria de Jesus. “Além do apoio visual das ilustrações de João Pinheiro com a sua HQ intitulada ‘Carolina’, destacando a relevância dos seus escritos para nossos dias atuais”, explica Eduardo.

Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, conhecida por seu livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, publicado em 1960. É uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes das letras nacionais.

A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis. Em 1958, tem seu diário publicado com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez tanto sucesso que chegou a ser traduzido para 14 línguas. Sua obra permanece objeto de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.

A ideia do projeto é elevar o conhecimento dos alunos para artistas da periferia, promover o protagonismo feminino da literatura nacional e valorizar o bom relacionamento humano. Os educadores contam que a escolha de estudar Carolina Maria de Jesus é poder ressaltar a importância da mulher negra na literatura nacional e entender essa autora como uma forma de contestação ao racismo e outras formas de discriminação. “Além de conscientizar da importância do respeito às diferenças”, garantem.

Para colocar em prática o projeto, foram realizados debates, elaboração de textos, poesias, frases, cartazes e até desenhos. O professor conta que trabalhos como esse incentivam o jovem a atuar como protagonista de uma sociedade mais justa e sem preconceito e estimulam a defender ideias de justiça social e de direitos iguais para todos. “Ao final do projeto, os estudantes se sentiram mais valorizados, respeitados e motivados a desempenhar sempre um bom papel na escola e na sociedade, compreendendo a importância dos estudos para uma sociedade mais justa”, finaliza Eduardo.

Por Jéssica Almeida
Colégio Liceu Santa Monica – Lisam
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Fotos cedidas pelo professor