Portfólio para Coordenador Educacional?

Saiba por que este documento é crucial no desenvolvimento dos alunos


Sem dúvida, o portfólio é imprescindível ao profissional que busca ser reconhecido pelas suas conquistas e ações. Estudantes em busca do primeiro emprego, professores que desejam recolocação no mercado precisam estar com ele sempre atualizado. Mas saiba que, na educação, não são somente esses dois personagens citados que podem usufruir do portfólio. O coordenador educacional também pode fazer um bom uso dessa ferramenta, agregando aquilo que mais fez diferença nos resultados com o intuito de promover uma melhor gestão na sua ou em outras instituições.

Primeiramente, é importante que esse material não seja visto como um documento que possua burocracia no seu entendimento. Ele precisa ser objetivo, prático e servir como um valioso processo de autoavaliação.

Neida Amaral, que leciona para o curso de pedagogia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ratifica que este documento deve ser compreendido como um registro das atividades realizadas na instituição. “Ao produzir o portfólio, reúna informações que identifiquem os diversos momentos da atuação, pincelando, com sua visão profissional, as aprendizagens e as reflexões que puderam promover críticas construtivas da qual obtiveram resultados efetivos”, afirma Neida.

Toda avaliação do que acontece no dia a dia escolar será um grande diferencial para melhorar a prática pedagógica na hora de estruturar os planos de ação. “Com este documento será possível rever de forma clara o desenvolvimento numa visão geral, desde o processo de aprendizagem até a evolução do trabalho na unidade escolar”, ratifica Neida.

Foto por Savannah Wakefield, via Unsplash

 

Mas o que devo registrar no portfólio?

Ao criar o seu documento, é imprescindível que o foco do relatório fique objetivado nos registros de atividades e informações que auxiliem na execução do projeto. Para Neida, devem ser incluídos: dados sobre planejamento pedagógico, propostas de ensino, dinâmicas realizadas com os professores com comentários sobre resultados e dificuldades encontrados, reuniões, dados sobre a escola, além das reflexões do próprio coordenador.

Já Karine Rezende, orientadora pedagógica da Emeipi Prof.ª Márcia Aparecida Faria, em Caçapava (SP), acrescenta que devem ser incluídas também informações sobre encontros semanais do Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) com os professores; encontros quinzenais do Horário de Trabalho Coletivo com os Funcionários (HTCF); Reuniões Pedagógicas e de Formação – na escola e fora dela; andamento da formação continuada; conselho de classe; observações de aula – na sala e na área externa; tematização da prática pedagógica; elaboração, discussão e ações do Projeto Político-Pedagógico (PPP); planos de ação para os momentos de integração; avaliações permanentes das ações planejadas pela equipe gestora (orientação pedagógica e direção), professores e demais funcionários. “Na unidade escolar onde atuo considero que tudo o que vivenciamos no dia a dia é importante e vale considerar registrar no portfólio. Todas as atividades realizadas e as interações entre docentes, gestores e alunos contribuem para o desenvolvimento, a aprendizagem e a evolução também do coordenador”, pondera Karine.

Registrar essas ações, inclusive reflexões críticas acerca do desenvolvimento, deve se tornar um hábito para o coordenador, pois é a partir desses relatos que surgem ideias para se corrigir falhas futuramente. Ao analisar um planejamento que foi vivenciado, você enxerga com mais exatidão os avanços conquistados, aumentando a probabilidade de reajustar com excelência um plano de ação atual, que de repente foge da linha na qual foi pensado inicialmente.

 

Com quem eu posso compartilhar meu portfólio?

Nessa trajetória, o coordenador precisa centrar o seu trabalho na ação humana e acreditar nas mudanças, possuindo assim a capacidade de aceitar e conviver com as diferenças. E ainda estar atento para saber o exato momento para colocar em ação, por meio de métodos, metodologias e recursos didáticos, o seu saber, de tal forma que possa auxiliar de maneira organizada e coerente a formação continuada do professor.

Por isso, os registros pedagógicos podem ser acompanhados pela direção escolar.

Os gestores podem usufruir desse relatório para discutir as melhores práticas e propor ações mais efetivas, já que ao analisar o documento se promove a ampliação do olhar e da atuação, não só do coordenador, mas também de toda a equipe escolar.

E é justamente essa tarefa conjunta que pode acarretar respostas positivas no desenvolvimento dos estudantes.

Além disso, todo o seu conhecimento posto no papel pode ajudar outras instituições a enfrentar as dificuldades que se assemelham às da sua gestão.


Por Richard Günter
Fontes: Gestão Escolar | Universidade Federal de Goiás | MEC


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