Jogar fora ou reaproveitar os alimentos?


Entre os debates que permeiam nossa sociedade, percebemos que a preocupação com o meio ambiente a cada dia está sendo discutida e debatida. Como usar formas e metodologias para preservação e longevidade do nosso planeta?

Mas como vamos realizar isso, se não há uma educação ambiental? Daí a necessidade de demonstrar que é preciso aproveitar os alimentos que jogamos fora, as famosas sobras alimentares, que não sabemos como utilizar em nossas mesas. O objetivo é ter consciência de que a educação nesse sentido começa de forma interna para depois ser externa.

Percebemos que em nossa sociedade ocorreu uma modificação no hábito alimentar, a inserção do fast-food nas mesas brasileiras, apesar da influência que temos de outras culturas, como a africana, a portuguesa, a italiana e a indígena, que diversifica a nossa gastronomia, em produtos como açaí e mandioca brava, por exemplo.

Por tempo escasso e correria do cotidiano, acaba-se optando pelo fast-food em função da praticidade de guloseimas, como sanduiches, pizzas, batata frita. Devido a essa mudança percebemos aumento nas sobras alimentares que, segundo a FAO em documento de 2013, podem chegar a 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados.

O número alto se deve à falta de educação nutricional e ambiental. Percebemos que essa preocupação é antiga e já estava presente em obras consagradas, como a de Josué de Castro, “Geografia da Fome, o dilema brasileiro: pão ou aço”. Constatamos assim que é uma preocupação relevante que vem do passado.

Então vamos falar sobre a bioquímica das sobras alimentícias e como podemos aproveitá-las. Com relação aos vegetais, seus coprodutos, constituídos de cascas, talos, sementes, não são utilizados, o mesmo acontecendo em 70% dos casos quando analisamos as frutas.

Para realizar uma forma de longevidade dos alimentos utilizamos o branqueamento, uma técnica que implica a inativação enzimática e que afeta a qualidade dos produtos durante e depois dos processamentos. As enzimas envolvidas são a peroxidase e a catalase, que são resistentes ao calor.

O branqueamento ajuda na limpeza dos alimentos e na sua preservação, já que consiste em lavar bem os alimentos, depois cortá-los em pedaços pequenos e em seguida colocar no fogo em uma panela com água. Quando ferver, retire o alimento e coloque-o em uma vasilha com gelo por 2 minutos. Em seguida escorra a água e coloque pouca quantidade do alimento em sacos plásticos próprios para culinárias, retirando o excesso de ar. É importante pôr uma etiqueta com a data e o dia do congelamento.

Através das pesquisas bibliográficas e da revisão da literatura percebemos o aumento da preocupação com meio ambiente. Mas ainda há muito o que disseminar sobre gestão e educação ambiental em todos os setores da sociedade brasileira, o que inclui escolas, indústrias, a mídia etc., pois a preservação do planeta não é uma tarefa só do setor alimentício.

Assim concluímos que há ainda muita coisa para ser modificada, mas de uma forma progressiva conseguimos notar pequenos resultados positivos no que se refere à educação ambiental nos dias atuais.

O trabalho demostra a preocupação com nosso planeta e a formação de uma metodologia que nos permita modificar toda essa preocupante situação. Fazendo com que haja uma atenuação sobre os agravos do meio ambiente e uma conscientização quanto à necessidade de as sobras alimentares serem reaproveitadas.


Márcia Barbosa Gonçalves é graduada em Geografia, professora, servidora pública.

Thadeu Barbosa Gonçalves é graduando de Nutrição na Unisuam.


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