O papel da mobilidade urbana

Professora explora geografia da cidade para ensinar a importância do transporte público


Por que há mais linhas de ônibus num bairro do que em outro? Qual a função do coletivo que faz integração com os ramais do metrô? Por que as bicicletas compartilhadas estão se popularizando nas grandes metrópoles? Todas essas questões refletem o desenvolvimento da mobilidade urbana de uma cidade. Diante desse debate presente no nosso dia a dia, a professora Dayana Francisco Leopoldo, de Petrópolis, tratou de esclarecer os questionamentos da turma de uma forma bastante didática e artística nas aulas de Geografia.

Na cidade da Região Serrana do Rio, a 68 quilômetros da capital, a situação não é muito diferente dos grandes municípios que privilegiam o transporte individual ao coletivo. Afinal, ter mais automóveis circulando num espaço representa um risco à vida em sociedade. E é exatamente por isso que este tema virou assunto nas turmas de 5º e 6º anos do Colégio Estadual Princesa Isabel.

Nas primeiras aulas em que se discutiu a temática, colocaram o papel do automóvel na estruturação da vida na cidade. Assim, a professora convidou os estudantes a descrever como é o trânsito em Petrópolis. Na sequência, os alunos explanaram suas opiniões a respeito do transporte coletivo que era oferecido aos moradores do município. Como a maioria utiliza o ônibus, com um passe fornecido pelo estado, e perde tempo no trânsito, cada vez mais estressante, a avaliação dos jovens não foi positiva.

Pra oferecer mais embasamento dessa temática aos alunos, a professora adentrou na trajetória da evolução dos automóveis e suas funções naexpansão da indústria, por exemplo. Depois veio a urbanização, breve história da malha rodoviária brasileira e o impacto que isso gerou no transporte de cargas. Outro ponto importante abordado foi a indústria automobilística implantada na gestão Juscelino Kubitschek, dando preferência aos pneus no lugar dos trilhos em todas as esferas.

Na sequência, Dayana falou sobre os meios de transporte em geral, inclusive aqueles com os quais seus alunos não estão muito familiarizados, como trens, barcas e metrô. O carro e o ônibus polarizaram as discussões, por serem os mais usados em Petrópolis. Todos reconheceram que o primeiro traz conforto, rapidez e segurança, mas provoca barulho, fumaça e engarrafamento. O segundo foi alvo de muitas dúvidas. “Por que tem mais linhas em um bairro do que no outro?”, perguntaram uns. “Se é público, por que temos de pagar passagem?”, questionaram outros. “Expliquei que um transporte público gratuito e de qualidade é possível, sim. Seria uma forma justa de retribuir economicamente à sociedade, que depende desse meio. Temos exemplos de cidades que adotaram o passe livre e nem por isso a qualidade diminuiu”, conta a docente.

Para finalizar, os alunos desenharam numa folha A4 o mapa do lugar onde vivem identificando o trajeto que fazem todos os dias. Depois expuseram e comentaram seus trabalhos. “Embora muitos morem no mesmo bairro, as produções deles são completamente diferentes. Cada um valoriza aquilo que lhe chama mais a atenção”, explica a professora. Houve até quem aproveitasse para rever o trajeto diário. Larissa Pacheco Pereira, de 13 anos, concluiu que tomar um só ônibus era suficiente para ir de casa à escola depois de trocar impressões com a docente e os colegas (antes, ela tomava dois). “Hoje, chego mais cedo do que antes. O tempo que perdia, cerca de meia hora, eu ganho estudando para a prova”, explica a aluna.


Por Richard Günter
Colégio Estadual Princesa Isabel
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Desenhos feitos pelos alunos da escola
Fontes: Nova Escola | Seeduc


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