Cientistas por um dia

Alunos montam estande, produzem conteúdo e experimentos para a feira de ciências


É inegável que o mundo vem se transformando a cada dia e continuará evoluindo nesse ritmo, assim como as feiras de ciência na escola. Afinal, elas têm que acompanhar a evolução científica e as novas tecnologias. Plantar feijão em um recipiente com água e algodão para observar o seu crescimento e desenvolvimento é a clássica experiência da educação infantil. Contudo, para os ensinos Fundamental e Médio, é exemplo de experimento que não desperta mais o interesse desse público.

Além de ser uma prática pedagógica importante, uma feira de ciências na escola é um evento muito bem aceito pelos estudantes. Além disso, é uma excelente ocasião para que alunos de diversas turmas estreitem os laços e o convívio. É um momento de engajamento e de aprendizado para todos.

Pensando nisso, o Colégio Jardim Marilice promoveu uma feira de ciências que contemplou assuntos relacionados à saúde e aos bens naturais. Tudo isso com auxílio da era digital entrelaçada às formas tradicionais.

O projeto que trata da feira de ciências teve como objetivo expor os trabalhos realizados pelos alunos sob a orientação e supervisão dos professores em sala de aula. Assim, eles tiveram a oportunidade de demonstrar os conhecimentos apreendidos através da pesquisa e experimentação ao público visitante, além de exercitar a oratória. De forma metodológica, os professores utilizaram pesquisas, exibição de vídeos e experimentos, com o envolvimento de todo o corpo docente e discente.

De acordo com Maria de Fátima, coordenadora pedagógica do Colégio, os resultados foram excelentes. “Observamos que os alunos dominavam os conteúdos, tiveram criatividade ao montar os estandes. E realmente estavam entrosados com suas respectivas equipes, demonstrando bastante desenvoltura em suas explicações”, afirma.

Além de aprenderem que o comprimento do intestino é de pelo menos 7,5 m em pessoas adultas e que durante toda a vida o sistema digestivo aguenta 50 toneladas de comida, os alunos também ficaram sabendo que o passeio dos alimentos pelo intestino grosso pode demorar até 2 dias

Não apenas professores e instituições de ensino têm de inovar para realizar feiras de ciência cada vez mais atrativas e interessantes. Os jovens também demandam e exercitam a modernidade. Hoje, na era digital, interação e interatividade são palavras-chave e a internet, um requisito básico. Elementos comuns no dia a dia da comunidade escolar e da sociedade.

Professores e alunos expõem o resultado de suas vivências e criatividade das mais variadas formas e meios. Apresentações, animações, vídeos, experiências sensoriais, maquetes eletrônicas, materiais impressos ou digitais muito bem elaborados… Essas são apenas algumas das inúmeras possibilidades que os dispositivos móveis e a internet oferecem.

Desde a definição do tema a ser estudado, a criança deve aparecer como sujeito ativo do aprendizado. Dessa forma, é fundamental que o educador possa mediar o conhecimento e estimular o aluno a participar ativamente desse processo. É possível trazer para a sala de aula as etapas de um projeto de pesquisa e incentivar a curiosidade dos estudantes. Assim, o saber científico passa a fazer parte da vida acadêmica deles.

Segundo Laysa Peixoto da Costa, turma 2.001, “o projeto agregou muitas experiências. A gente aprendeu sobre sistema digestório”, relata a estudante. José Carlos Vieira Moraes Junior, também da 2.001, ressalta que aprendeu bastante sobre Ciências, “inclusive que fígado não dói, é somente mal-estar”, explica o aluno acrescentando que aprender com outras turmas foi bastante instrutivo.

Na exposição, os alunos promoveram conhecimentos sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), funções dos órgãos como sistema digestório, faringe, fígado, boca, gaba (o neurotransmissor da calma e do relaxamento), função da melatonina, estrutura molecular, ciclo do alumínio e do papel, composto do flúor, ferro e iodo, decomposição do plástico, além de comemorar os 150 anos do estabelecimento da tabela periódica dos elementos químicos e inserir temática social ligada ao público LGBT.

 

A importância da feira de ciências para o aprendizado

Essa modalidade de atividade tem um papel importantíssimo no aprendizado dos alunos. Além do conhecimento científico em si que é adquirido durante o processo, todo o seu percurso desenvolve neles diferentes habilidades, como:

Organização do pensamento
Comunicação oral
Comunicação escrita
Pesquisa científica
Expressão artística

O formato das feiras é definido a partir do plano pedagógico de cada escola, mas geralmente acontece por meio de exposições dos projetos científicos criados pelos estudantes. Os eventos de ciências são mais comuns nos ensinos Fundamental e Médio, porém também é possível encontrar feiras como essa na educação infantil.

De acordo com Bruno Godoy, diretor-geral da unidade escolar, o colégio tem como objetivo promover oportunidades para descobrir as potencialidades dos alunos em busca de conhecimento, através de atividades práticas, de observação e da pesquisa científica. “Ao corpo discente agregam-se novos conhecimentos que facilitam o aprendizado, além de levar à descoberta de talentos que, muitas vezes, norteiam a futura profissão”, ratifica.

É notável que os alunos ficam mais engajados em aprender a disciplina de uma forma mais dinâmica e prática. Através dessas atividades, há quem se destaque mais, sendo possível reconhecer talentos nessa área. Dessa forma, a coordenadora pedagógica Maria de Fátima avalia a importância do professor em reconhecer e incentivar novos valores nas ciências. “Os alunos ficam mais empenhados em estudar e animados demonstrando grande preocupação com a estética dos seus trabalhos e a apresentação oral. Ainda estamos caminhando para reconhecer novos talentos ligados a essa área, mas esse é o caminho. Realizando o projeto desenvolvemos o ‘gosto’ por disciplinas que antes eram o ‘bicho-papão’ de nossos alunos. Sem dúvida, o professor é a mola mestra na educação, pois faz com que os estudantes adquiram conhecimento utilizando-o de forma prática. Assim, ele é o orientador e condutor do processo de aprendizagem”, ratifica Maria.


Por Richard Günter
Colégio Estadual Jardim Marilice
Rua Santa Rita, 671 – Corumbá – Nova Iguaçu/RJ
CEP: 26042-800
Tel.:  3778-6330
E-mail: jardimmarilice@oi.com.br
Coordenadora pedagógica: Maria de Fátima
Fotos: Marcelo Ávila


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