Inclusão criativa

Professora facilita integração de aluno cego com materiais simples e 100% táteis


Amo ser professora e não consigo conceber a ideia de um aluno ser excluído de alguma maneira das minhas aulas e do processo de ensino e aprendizagem”

É com esse pensamento que a educadora Fabiana Rocha criou gráficos com diversas texturas, pirâmides etárias de Lego, mapas com divisões em linhas e grãos, entre outros materiais táteis, tudo para incluir um aluno cego nas suas aulas.

A professora de Geografia do Colégio Mario Schenberg, localizado em Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo, começou a dar aulas para a turma de Nathan e tinha um grande desafio pela frente, que era ensinar a disciplina para o estudante. “Dentro da instituição, a metodologia de ensino é apostilada, e eu queria encontrar maneiras de incluir Nathan com mais eficiência no processo de aprendizagem”, conta.

Quadro feito por aluno.

Nathan presenteou a professora com um quadro que a deixou emocionada

Mapa feito pela professora com grãos para o aluno reconhecer as regiões do Brasil.

A professora criou mapas com divisões em linhas e grãos para o aluno cego

Dias antes do período de provas, enquanto montava para uma turma uma avaliação recheada de pirâmides e gráficos, Fabiana teve uma ideia: desenvolver um material 100% tátil para Nathan. “Comecei a pesquisar, estudar, criar e apareceram os primeiros materiais – gráficos com diversas texturas (E.V.A. com glitter, felpudo, liso), pirâmides etárias de Lego, mapas com divisões em linhas e grãos (feijão, milho)”, explica.

Material utilizando EVA

A educadora usou material 100% tátil, como E.V.A. com glitter, simulando texturas como felpudo e liso

Professora utilizou materiais táteis.

Chegado o dia da prova, a professora contou para Nathan que havia preparado algo diferente para ele e o pequeno abriu um sorriso no rosto. No decorrer da avaliação, ela utilizou o material tátil em conjunto com os conteúdos vistos em sala e logo se emocionou ao presenciar o aluno respondendo a absolutamente todas as questões da prova com o auxílio da nova ferramenta. “No final da prova ele chorou, agradeceu por eu ter feito o material para ele e eu chorei junto em saber que venci um obstáculo dentro da inclusão na educação”, afirma Fabiana.

Atualmente, Nathan e sua turma estão finalizando o terceiro bimestre. A docente relata que o estudante tem crescido muito, apoiado pelos colegas e pelo material de sala, que conta com atlas em braille e leitura de gráfico com Lego. O aluno presenteou Fabiana com um quadro, que a deixou emocionada. Isso é muito mais do que um presente, é um sentimento de dever cumprido. Ser professora nos dias de hoje é mais do que ser luz. Educar é criar pontes de possibilidades e eu amo isso”, finaliza.


Por Jéssica Almeida
Fonte: Razões para acreditar
Colégio Mario Schenberg
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Site: www.colegiomarioschenberg.com.br
Fotos: Reprodução/Facebook


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