Diversidade se aprende na escola

Entenda a importância de desenvolver projetos que promovam a inclusão em sala de aula


É no ambiente escolar que, desde cedo, as crianças estabelecem relações afetivas e sociais que contribuirão para sua formação. É justamente por isso que os educadores da Escola Municipal Clóvis Beviláqua, localizada em Olaria, têm a constante preocupação em garantir que essa temática seja debatida em sala de aula.

O intuito é promover uma reflexão das ações e papéis de cada um no ambiente escolar e fora dele.

A professora da sala de recursos multifuncional, Lidiane Gomes de Oliveira, explica que a escola atende três turnos, os quais possuem estudantes incluídos nas turmas regulares e duas classes especiais. “Somos um grupo de profissionais que, embora diferentes em diversos âmbitos, buscamos nos respeitar e promover na formação de nossos alunos o respeito à diversidade”, explica Lidiane.

A iniciativa surgiu através de uma parceria da educadora com os colegas que formam a Equipe de Educação Especial da instituição, Elci Maria da Silva Pacheco, Mônica Fonseca de Oliveira e Renan Escarlate. “Pensamos em promover o envolvimento de toda a escola na reflexão de nossas ações e nossos papéis enquanto promotores da inclusão. Recebemos muitos alunos com deficiências, nossos professores e funcionários estão sempre em busca de oferecer o melhor espaço receptivo para a inclusão de todos”, garante Lidiane.

Todos da escola se envolveram em debates e trocaram experiências sobre a importante questão da diversidade

Para colocar em prática o projeto de inclusão foram desenvolvidos debates e atividades de reflexão, além de uma troca de experiências sobre a diversidade em que todos da escola participaram. Além da construção dos murais, os alunos desenvolveram trabalhos de Artes, Música, Língua Portuguesa e Educação Física. Com relação a esta última, por exemplo, os educadores Regina Ditta, Sandra Mara e Tonimar realizaram atividades que, como de costume, envolveram as crianças com deficiência, onde trabalharam a coordenação motora e a localização espacial com bambolês.

Já em Língua Portuguesa, as educadoras Jaqueline Gonçalves, Marinalva e Lidiane, desenvolveram atividades explorando a temática “Inclusão”. “Construímos outro mural na parede de vidro no segundo lance de escada. Assim, tínhamos quadros coletivos construídos por cada faixa etária e grupos variados, o que retrata a cara da diversidade que nossa escola se propõe a trabalhar”, explicam.

As atividades envolveram as crianças com deficiência, sendo trabalhada principalmente a coordenação motora

Para Lidiane, os desafios são muitos e reais, sendo necessário passar por eles diariamente. “Vivemos em uma sociedade diversa, e nossa escola é parte dessa diversidade social, onde a comunidade escolar precisa se envolver no trabalho baseado no respeito mútuo, objetivando promover o direito à educação para todos os alunos. Buscamos formar uma geração que reconheça não só na pessoa com deficiência a diversidade, mas que também saiba que professores, funcionários, alunos e pais são diferentes, porém estão unidos nessa diferença”, ressalta a educadora.

A aluna Manuella Ferreira Tukmantel conta que adorou participar do projeto e das atividades propostas. “Nós deficientes visuais podemos não ver com os olhos, mas enxergamos com o coração, com as mãos, mais do que muita gente que tem o sentido da visão. Participar de iniciativas como essa é de extrema importância”, conclui.

3 dicas para trabalhar a diversidade em sala de aula

Seguindo o exemplo da Escola Municipal Clóvis Beviláqua, é essencial que outras instituições de ensino adotem a prática de propor atividades em sala de aula para promover o respeito e a inclusão das diferenças. Confira algumas sugestões que podem ser aplicadas na sua escola:

Fortaleça a autoestima a partir da representatividade
As crianças e adolescentes precisam de bons exemplos. Por meio de aulas expositivas sobre história ou demais disciplinas, o professor pode fortalecer a autoestima dos seus alunos apresentando figuras consideradas símbolo de representatividade. Para trabalhar a questão do racismo, por exemplo, o educador pode contar as histórias de pessoas negras que ganharam destaque ao combater o preconceito racial. 

Faça dinâmicas de integração para crianças
As brincadeiras de integração e dinâmicas de grupos são ótimas aliadas do professor. As crianças aprendem a lidar com as diferenças e a conviver coletivamente sem qualquer tipo de discriminação. Nesse caso, uma atividade interessante é o painel da diversidade. Funciona assim: o professor faz um boneco de cartolina branca ou papel pardo para cada aluno, entrega tintas, canetinhas, revistas, cola, e os instrui a personalizá-lo de acordo com as suas características ou vontade. Em seguida, o educador cola os bonecos de mãos dadas no painel para simbolizar a amizade e o respeito, passando então a uma conversa com a turma para esclarecer dúvidas sobre o tema.

Execute dinâmicas que estimulem valores
Quando se trabalha valores como a amizade, a honestidade, o amor e o respeito ao próximo, também se está valorizando a diversidade em sala de aula. Para essa situação, o educador pode usar a dinâmica do feitiço que vira contra o feiticeiro: todos os alunos formam um círculo e se sentam no chão, em seguida escrevem em uma folha o que gostariam que o seu colega do lado direito fizesse. Porém, são eles que vão realizar a atividade proposta ao seu amigo. Assim, ensina-se a não desejar para o outro o que não se quer para si.

E você, professor, como tem trabalhado a temática em sala de aula? Conta pra gente através do e-mail redacao@appsvc-siteappai.azurewebsites.net. Vamos adorar conhecer novas práticas e boas ideias!


Por Jéssica Almeida
Fonte: AIX Sistemas (aix.com.br).
Escola Municipal Clóvis Beviláqua
Rua Antônio Rêgo, 383 – Olaria – Rio de Janeiro/RJ
CEP: 21073-310
Tel.: (21) 3885-2350
E-mail: emclovis@rioeduca.net
Fotos cedidas pela escola


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