Conte & Encante

Projeto promove contação de histórias para incentivar a leitura


Não é de hoje que as contações de histórias se popularizaram. Há muitos anos, essa prática era regida para o homem absorver os valores realizados no convívio humano e social, além de ajudar a compreender melhor as condutas que orientam as comunidades em que ele se insere.

Praticadas na educação e na formação dos pequenos, as histórias podem ser utilizadas para ajudá-los a entender o mundo à sua volta, pois elas transmitem valores morais, estimulam suas emoções, além de desenvolver nelas o gosto pela leitura daqui pra frente.

A professora e escritora Elisângela Medeiros percebeu a importância dessa prática e criou o projeto Conte & Encante, que tem feito o maior sucesso entre as escolas e espaços educacionais do Rio de Janeiro.

Esse empreendimento pedagógico consiste de oficinas, workshops, feiras literárias e curso de formação para professores, pais e alunos, com um único propósito: contar histórias. Porém, a metodologia aplicada pela professora tem feito a diferença na prática, pois ela utiliza a música, figurino, técnica de voz, concentração, além de inúmeras indicações de livros para a leitura.

Mais de 30 unidades escolares e espaços educacionais já abraçaram este projeto, que vem aumentando seu público a cada dia. De acordo com Elisângela, o retorno dos participantes é positivo, tanto dos pais e professores, quanto da direção escolar. “A maioria dos locais em que compartilho minha arte me convida para eventos futuros, porque acredita estar diante de um projeto motivador e encantador, pois incentiva a leitura e o resgate da contação de histórias, principalmente no âmbito familiar, onde o celular e eletrônicos estão em evidência”, explica a professora.

Os alunos que participam ficam encantados ao descobrir que Elisângela é também autora de dois livros. Um deles já foi exposto no estande da Appai na Bienal em 2017. “Os alunos acham que os escritores são seres de outro mundo. Mostro que todos são capazes de escrever e desenhar suas próprias histórias. Muitos dos leitores e alunos se identificam com os personagens, é muito legal permitir que reflitam sobre diversos temas vividos por eles”, conta Elisângela.

De acordo com a professora, que é associada da Appai, a metodologia aplicada envolve a libertação dos sentimentos, a existência pessoal, tudo de forma lúdica. Para cada grupo, separados por faixa etária, há uma forma diferente de trabalhar, aprimorando o conhecimento dos que já são adultos e incentivando, plantando o gosto pela leitura nos pequenos.

Os alunos posam com a autora do livro “A viagem de Aninha Joaninha”, história que encanta os pequenos, por abordar assuntos como: sonhos, generosidade, amizade e empatia

O hábito de contar histórias para seus filhos em casa passou para a sala de aula. Foi assim que surgiu a inspiração para trabalhar temas como bullying, aceitação das diferenças e mudanças de fases da vida. Nesse compilado de situações, nasceu a obra “Quem eu sou?”. “Desejava conversar com o leitor de forma lúdica e resolvi usar personagens da floresta, devido à grande diversidade de cores, formas e tamanhos fazendo com que os leitores fossem capazes de fazer uma analogia com os seres humanos realizando empatia”, exemplifica.

Ao ouvir ou ler uma história a criança pode fazer associações das suas próprias vivências. O processo de identificação com as situações presentes nas histórias faz com que a criança desenvolva meios de lidar com suas dificuldades, sentimentos e emoções. Esta ação é um estímulo à memória, porque resgata as experiências de cada aluno. Seja por meio da bagagem cultural ou de vida, o aluno consegue relacionar o texto com as histórias que atravessam sua família. E este é o primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações de memórias e afetos, além das possibilidades criativas.

Atualmente, Elisângela trabalha em cima de sua próxima publicação chamada “O menino Emoti.com”, que escreve em parceria com sua amiga psicóloga Grace Ximenes Aragão. As temáticas principais são: as emoções, o uso exagerado dos eletrônicos, seus perigos, o afastamento da família e amigos pelo uso excessivo da internet.

Quer conhecer mais sobre o trabalho dela?

Acesse: www.revistasliterese.com.br


Por Richard Günter

Elisângela Medeiros é Professora de Ciências da Rede Estadual de Ensino (Seeduc/RJ), graduada em Ciências Biológicas, pós-graduada em Gestão Escolar, coordenadora pedagógica do Educandário Modelo, Escritora, contadora de histórias e colunista da Revista Litere-se.


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