Arte e responsabilidade social

Veja como uma unidade pré-escolar tornou a parede da sala de aula um instrumento pedagógico


O projeto vernissage do Sistema Elite de Ensino consiste em uma mostra de artes visuais feita pelos alunos. No dia da culminância, as salas de aula se transformam em galerias de arte e, neste momento, os alunos demonstram tudo o que aprenderam em três meses de imersão. Em 2019, o tema norteador do trabalho pedagógico desenvolvido com o Ensino Fundamental II foi “Brasil: um País de Diversidades”, e as telas pintadas pelos estudantes eram releituras de obras importantes da história mundial. Além de conhecer aspectos relevantes da cultura e prestigiar o trabalho dos alunos, os visitantes ainda contribuem para a manutenção de projetos sociais, já que, no final da exposição, as telas são leiloadas e o valor arrecadado é doado para instituições de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Sob a supervisão dos professores das disciplinas História e Arte, grupos formados por alunos de uma mesma turma pesquisam sobre as produções dos artistas mais importantes para a história mundial. Os subtemas são definidos previamente pela equipe pedagógica e sorteados em sala de aula. Além de reproduzir o quadro, os estudantes ainda precisam decorar o ambiente e estar caracterizados de acordo com o tema da pesquisa. No dia da culminância, apresentam a obra por eles estudada, expõem a releitura desenvolvida pelo grupo e explicam o momento histórico em que a obra está inserida. Dessa forma, os visitantes fazem uma viagem no tempo e compreendem as diferentes expressões artísticas presentes no vernissage.

As salas de aula se transformaram em galerias de arte e, no final do evento, as telas foram leiloadas e o valor arrecadado, doado para instituições de apoio

Para melhor organização do evento, os alunos precisam cumprir um cronograma rigoroso e que é levado em consideração na avaliação. Ainda no início do ano letivo acontece a divisão dos grupos, o sorteio dos subtemas e a escolha do representante de cada grupo. Durante o mês de março, os estudantes fazem uma pesquisa exploratória e, com o auxílio dos professores, definem o que será apresentado. No terceiro e último mês dedicado ao projeto, eles executam o que será exposto no vernissage. No dia do evento, os alunos têm até uma hora para arrumar o estande onde irão receber os três professores avaliadores. Em seguida, as galerias são abertas ao público. A última hora da atividade é reservada para o leilão das telas.

Erika Scheiner há três anos leciona Inglês para as turmas do Fundamental II e foi uma das avaliadoras dos trabalhos. Na percepção da professora, atividades desse tipo alcançam resultados que vão além do currículo escolar. “Eu percebo que os alunos têm interesse em participar e em muitos trabalhos eles foram além das fronteiras do Brasil. Teve grupo que pesquisou sobre as regiões do Japão, outro sobre o budismo e a religiosidade na China e também sobre as diferentes etnias que vivem no Brasil”, ressalta. Para ela, é importantíssimo que as escolas tenham autonomia pedagógica para desenvolver trabalhos onde o aluno seja o foco principal e o professor esteja presente apenas para dar suporte ao desenvolvimento deles.

A avaliação acontece em dois momentos. Os quesitos obra, organização e participação são apreciados durante o processo, pelo professor de Arte. Outros aspectos importantes, como postura, frequência e discurso, são analisados no dia do evento, por docentes de diferentes áreas do conhecimento. O trabalho vale até cinco pontos no primeiro semestre nas disciplinas Ética e Cidadania, Língua Portuguesa, Arte e História. “O projeto é interdisciplinar e, apesar de o trabalho contar pontos apenas para estas disciplinas, durante todo o processo abordamos com os alunos conceitos de Matemática, de Ciências e de Geografia, por exemplo”, esclarece o professor de Artes Leonardo Mattos.

Além de acompanhar todo o planejamento, cabe aos professores de Arte ajudar os alunos na escolha da obra que será analisada e exposta. Para colaborar na definição, os estudantes selecionam três pinturas que retratem o subtema do grupo e o docente sugere novos formatos e possibilidades de criação. O professor de História auxilia no processo de pesquisa do contexto histórico, na cenografia do estande e na indumentária utilizada pelos integrantes do grupo. Os estudantes são estimulados a utilizar material reciclado sempre que possível.

Com o auxílio do professor, os alunos precisam elaborar um relatório contendo a pesquisa histórica e o processo de criação da tela. A técnica mais utilizada por eles é a pintura, mas os professores têm liberdade para trabalhar outras opções como a colagem, por exemplo.

Para Leonardo Mattos, ao desenvolver projetos interdisciplinares as instituições de ensino possibilitam interação e despertam o potencial criativo dos alunos. “A gente precisa pensar sobre a função da escola. Durante muito tempo ela foi vista como lugar para reprodução de conteúdo. Desenvolver um projeto como este coloca o aluno como o protagonista na produção do conhecimento e passa a ser, de fato, o lugar de produção de saberes”, avalia Leonardo.

Os valores arrecadados durante o leilão das telas produzidas pelos alunos e expostas no vernissage foram doados para o Instituto de Proteção Social Paz e Bem, que fica em Belford Roxo, e para o Instituto Novo Amanhecer, localizado em São João de Meriti, ambos municípios do Rio de Janeiro. Em outras unidades do Elite, o projeto também é desenvolvido com as turmas da Educação Infantil e do Fundamental I.


Por Marcela Figueiredo
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Coordenadora Pedagógica do Fundamental II: Ana Carolina Brazileiro
Fotos: Marcelo Ávila


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