Rir é o melhor remédio…


e faz bem à saúde

Antes de iniciar a leitura desta matéria, que tal sorrir? Nos anos 90 já dizia uma famosa canção da rainha dos baixinhos Xuxa Meneghel: Rir é o melhor remédio. E é justamente nesse clima que os alunos do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Realengo promovem saúde através do riso.

O projeto Rir é o Melhor Remédio surgiu há mais de uma década, após um bate-papo informal entre a professora e coordenadora Luciane Lelis e os alunos do curso, onde aprofundaram a ideia e ratificaram a vontade de realizar uma atividade que trabalhasse a ludicidade e a inclusão de pessoas portadoras de deficiência. Assim, de forma colaborativa e educacional, os estudantes passaram a promover saúde a quem precisa, colocando em prática todos os ensinamentos do curso.

Como sempre tiveram um forte trabalho de voluntariado, humanização e inclusão no curso técnico, o desenvolver do projeto foi apenas uma consequência. De acordo com Luciane, “O apoio do Colégio Realengo, do Diretor José Antônio Zaib e dos professores Kátia Gonzaga, Fátima Peres e Robson Valente foram fundamentais para o desenvolvimento de mais de 10 anos de sucesso do projeto”.

O público alvo do trabalho são os alunos do Ensino Médio, além de convidados e a comunidade em torno da unidade educacional. Os conteúdos desenvolvidos nas disciplinas integradas são voltados para saúde mental, ética, inclusão, terapias integrativas (alternativas), voluntariado, ludoterapia, respeito a diversidade funcional, empoderamento e sustentabilidade.

De forma interdisciplinar, os estudantes executam a metodologia sob a supervisão das professoras enfermeiras, de forma que se torna possível trabalhar a construção, planejamento, confecção e culminância de diversas oficinas. “Podemos citar aquelas que envolvem brincadeiras antigas, de dança, origami, artesanato, literatura, pintura, folclore, hortas escolares e comunitárias, além de contação de histórias e cantina feliz”, pontua Luciane. Além disso, durante todo o ano há uma campanha permanente de arrecadação de donativos, como agasalhos, sapatos, roupas usadas, alimentos não perecíveis e materiais de higiene. “Tivemos parcerias com lares de crianças, idosos, associações de deficientes e usuários do SUS de Saúde Mental”, conta a coordenadora.

Uma das táticas que promoveu ainda mais participação da comunidade foi a opção de convidados. As instituições beneficentes chamadas a participar do projeto que levassem por sua própria conta um mínimo de 10 visitantes, entre cuidadores e/ou educadores, puderam levar parte das doações da campanha de arrecadação de donativos, realizada pelos alunos.

De acordo com a coordenadora, o projeto, bem-sucedido, sempre lhe deixou com um gostinho de quero mais, além da sensação de dever cumprido. “Tudo que foi trabalhado estimulou nossos futuros profissionais a disseminarem a semente do pilar principal da enfermagem: a humanização. Eu, Luciane Lelis, não tenho como agradecer a todos os envolvidos desde o primeiro ano de projeto e a todos os convidados que compareceram ao evento ao longo desses anos”, conta emocionada.

De um lado, a equipe docente se orgulha da atividade, de outro, a discente agradece a oportunidade de fazer parte da equipe multidisciplinar de sucesso, que conta com casos como o da aluna Maiara Lopes, que ao começar a fazer enfermagem não imaginou que além de profissão ganharia um misto de emoções como bônus. “Tive a oportunidade de participar do meu primeiro projeto de enfermagem, pude conhecer de perto as crianças do orfanato e os pacientes psiquiátricos, fui capaz de entrar em contato com meu lado mais humano”, ratifica a estudante.

Em um relato exclusivo à Revista Appai Educar, a estudante revela que é maravilhoso ver os pacientes, ouvi-los falar e até cantar. “Todos com suas personalidades distintas, seus jeitinhos e manias. Estar com eles e as crianças me fez estar bem com tudo, já que trazem humanidade, nos mostram que há como ser feliz com coisas mínimas”, explica.

Na oficina de pintura, os visitantes puderam viajar na criatividade de forma a expressar os sentimentos

Foi nesse projeto que Maiara teve seu primeiro contato direto com essa realidade, de ter o outro como prioridade, de percebê-lo e compreendê-lo, se colocando no lugar de quem está sendo visado. De acordo com a estudante, a participação nesta atividade foi uma ótima experiência e aprendizado de vida. “É o que vou levar daqui pra frente tanto em minha vida pessoal como na minha área de trabalho, pra que eu me torne cada vez melhor profissional, sempre em prol do outro”, enaltece a aluna.

O lema do projeto também fica alinhado ao pensamento da “Dama da Lâmpada”, uma enfermeira que ficou conhecida por tratar os feridos da Guerra da Crimeia em 1853. Trata-se de Florence Nightingale, que em seu legado nos deixou a mensagem: “A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, se requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes, poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”.

De acordo com os alunos, futuros prestadores de serviço na área da saúde, o contato com os visitantes foi um divisor de águas, pois puderam colocar em prática as metodologias de ensino

Por isso, a aluna Maiara é convicta e traz consigo a importância da sua profissão. “Enfermagem por amor, pela dor, é o ato de cuidar, de sempre pensar no outro visando o melhor, querendo sempre ver o alívio e um sorriso”, finaliza a estudante do Colégio Realengo.

De acordo com a idealizadora e organizadora ativa do Rir é Melhor Remédio, Luciane Lelis, o projeto contou ao longo dos anos com a colaboração das professoras e enfermeiras Leila Ávila, Érica Muniz, Kátia Sereno, Maria Tereza Natal, Cenira Maesse, Vanessa Germano, Fernanda Souza, Lucilene Assis, Andreza Souza, Cíntia Oliveira, Fernanda Alcantara, Andre Caribdis, Alessandra Moreira, Kátia Tavares, Paula Brenandi e mais de 5.000 alunos dos ensinos Fundamental e Médio.


Por Richard Günter
Colégio Realengo
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Coordenadora: Luciane Lelis
Fotos cedidas pela escola


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