Os desafios da inclusão escolar


Colégio desenvolve iniciativa para mobilizar os estudantes a uma maior participação social e igualdade de condições

Apesar de muitas escolas já contarem com tecnologia e informações voltadas para o acolhimento de alunos com necessidades especiais, a maioria continua carente de recursos que atendam esses estudantes em seu desenvolvimento educacional. Porém pequenas atitudes podem tornar a escola realmente inclusiva, garantindo um ambiente mais justo para todos. Para isso, o Colégio Estadual Padre Anchieta, localizado em Duque de Caxias, criou um projeto interdisciplinar de inclusão.

O intuito da iniciativa é gerar uma reflexão sobre uma sociedade mais inclusiva, mobilizando os estudantes a uma maior participação social em busca de igualdade de condições. “A ideia é formar cidadãos que lutem pela cidadania e por uma sociedade mais justa para que se assegurem na prática os direitos das pessoas com deficiência”, afirma o diretor Renan Oliveira. As turmas abordaram temas como acessibilidade, tolerância, deficiências intelectual e visual, além de contar com parcerias com escolas municipais próximas, que tenham sala de recursos.

Participaram do projeto 24 turmas do segundo segmento dos ensinos Fundamental e Médio. Cada uma delas dispôs de um professor orientador e outro auxiliar. Ao todo foram dois meses de pesquisa e de produção da atividade. Segundo o diretor, a culminância serviu para garantir uma maior inclusão para os alunos e respeito às diferenças. “Fizemos um churrasco que mobilizou todo o turno da noite, com animações, palestras e entrevistas com pessoas com deficiência auditiva, confecção de camisas, banners com os principais cumprimentos e alfabeto manual em libras, além de futebol de cinco, para que pudessem perceber o mundo como os deficientes visuais, estimulando os sentidos, a interação, o trabalho em equipe e o senso de colaboração”, explica Renan.

Os estudantes participaram de futebol de cinco, para que pudessem perceber o mundo como os deficientes visuais, estimulando os sentidos, a interação, o trabalho em equipe e o senso de colaboração

A aluna Patrícia Santos Ferreira, da turma 3.004, conta que o projeto foi de extrema importância. “Aprendemos e nos demos conta de que precisamos acolher todas as pessoas, independente de suas diferenças e limitações”, relata. Já a colega Ketelyn Cristina Dias, da turma 3.005, ressalta que todos os esforços valeram a pena! “Foi uma ideia linda falarmos de necessidades especiais, seus desafios e superação. Aprendemos muito com eles”, confirma. A educadora Neia Albino garante que os discentes se dedicaram bastante a esse projeto: “Fiquei feliz em ter um grupo que ainda consegue se mobilizar e lidar com as adversidades para um trabalho tão grandioso como esse”, explica.

A diretora adjunta, Heloísa Cristina de Souza Ponce, lembra que ficou emocionada com a iniciativa. “Sinto-me lisonjeada, porque sou mãe de uma surda. Ela também pôde participar deste momento e todos tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência exitosa”, relata. O diretor garante que a escola atingiu seu objetivo com um tema muito importante e que precisa ser debatido dentro das escolas. “Todos merecem ser respeitados e receber uma educação de qualidade”, finaliza.

Os alunos participaram de palestras e entrevistas, confecção de camisas, banners com os principais cumprimentos e alfabeto manual em libras

Por Jéssica Almeida
Colégio Estadual Padre Anchieta
Av. Trinta e Um de Março, s/nº
Parque Paulista – Duque de Caxias/RJ
CEP: 25261-000
Tel.: (21) 3666-1278
E-mail: cepadreanchieta@hotmail.com
Fotos cedidas pela escola

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