Textos: produto da emoção – Escola promove a criação de textos


Projeto estimula a criação textual e abre espaço para debates e trocas de saberes

Para muitos a arte de colocar sonhos, momentos, pensamentos, histórias, poemas e poesias no papel ainda se configura como algo difícil, talvez pela timidez, pela falta de inspiração ou simplesmente por medo das opiniões alheias. Mas para os alunos da Escola Municipal Cruzeiro do Sul, em Mesquita, essa visão já não faz mais parte da realidade. Muito pelo contrário, desde de 2016 a professora de língua portuguesa Verônica Sampaio vem trabalhando com os alunos do segundo segmento a produção e criação de textos autorais e de opinião.

Desenvolvido no auditório da escola, o projeto intitulado Café com Desabafos Poéticos utiliza temas livres, podendo ser abordados desde as vivências pessoais dos alunos-autores até a criação ficcional ou de inspiração, perpassando por sentimentos como alegrias, medos e superações. Assuntos políticos, sociais e de saúde também estão entre as escolhas dos participantes, explica Verônica, garantindo que os textos não precisam ser assinados. “Aqueles que são entregues sem assinatura são lidos por mim e creditada a autoria como anônimos”, relata.

A cada exposição, a educadora realiza uma mediação e disserta sobre o tema abordado pelos autores. Para os participantes esse é sempre um momento de muita interação e troca de experiências. É o que descreve o aluno do oitavo ano Bruno Muniz, que se inspirou no escritor de histórias em quadrinhos Stan Lee, que morreu no último dia 12 de novembro. “Quis dizer com o meu texto que até mesmo os grandes heróis das histórias fracassam às vezes. Eles nem sempre vencem. Todos nós temos limites. E isso não representa fracasso, mas sim que precisamos de determinação para seguir em frente”, destacou o jovem, que já apresentou seis textos.

O projeto, que teve início a partir do desejo dos alunos de expressarem suas ideias e sentimentos, segue ganhando cada vez mais adeptos, entre eles ex-alunos do Cruzeiro do Sul e também estudantes do primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Leopoldo Machado. A aluna Nataly Moraes, de 17 anos, que foi uma das que incentivou a criação do Café com Desabafos Poéticos, garante que fazer parte desse momento interativo e poético é muito bacana. “Sempre que posso, venho. Nossos textos são uma forma de chamar a atenção. Fico feliz de ver o projeto caminhando com os alunos que ainda estudam aqui”, afirma ela que cursa o primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Leopoldo Machado.

Ao ver seus alunos, ex-alunos, pais e amigos reunidos a professora Verônica relembra com muita alegria que foi uma das suas alunas que sugeriu que tivesse um momento para essa troca de experiências. “Nós já trabalhávamos com a criação de poesias autorais. Mas os alunos me procuravam e mostravam textos maiores, que falavam dos mais variados assuntos. Eu vi que era o momento de ampliar o projeto e dar essa abertura para eles. Além da liberdade de falar sobre o que desejam, eles trabalham a produção de textos, que servirá como base para questões de provas em concursos públicos no futuro”, explica a professora.

A união de alunos e ex-alunos durante o café mostrou o quanto a poesia ultrapassa a barreira do tempo e do espaço

Marcos Henrique Carneiro, Maria Clara Andrade e os irmãos Ruan e Gean Schneider também são ex-alunos da escola e continuam participando do Café com Desabafos Poéticos. Para o gerente de Educação Integral da Secretaria de Educação de Mesquita, Luiz Otavio Luz, o prestígio que eles dão ao projeto é de grande importância, uma vez que em seus textos relatam as suas experiências já mais velhos. “A presença dos ex-alunos mostra o quanto a escola foi e continua sendo importante na vida deles. Quando eles falam, notamos que os mais novos prestam muita atenção. Eles servem de inspiração. E esse trabalho se reflete de maneira intensa por estar sendo desenvolvido em uma escola de Educação Integral, onde os alunos têm uma formação mais humana.”, conclui o docente.

Nataly Moraes, ex-aluna, reforçou o quanto a presença da escola é essencial na vida dos estudantes

Por Antônia Lúcia
Colaboração: Daniele Ramiro
Assessoria de Imprensa
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Fotos: Laís Caserta / cedidas pela escola

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