Feira Integrada: Gestão diferencia trabalho na Educação


Existem várias maneiras de trabalhar projetos pedagógicos nas escolas. O diretor Robson Sardinha, do Ciep 126 Almerinda Azeredo, apostou na Feira Integrada como melhor estratégia para expor a produção dos alunos no colégio, que atende a uma clientela dos ensinos Fundamental e Médio. Há mais de cinco anos o evento acontece no fim do segundo bimestre, com a apresentação de todos os trabalhos realizados ao longo do ano. “É uma boa opção para não se perder os projetos elaborados pelos professores em sala de aula e apresentá-los à comunidade. Cada docente alia a prática ao conteúdo da sua disciplina ao seu modo, e a gente pode ver como esses jovens trabalham bastante. As rampas do Ciep viraram o corredor cultural”.

Durante a feira interdisciplinar o 3º ano do Ensino Médio apresentou um trabalho desenvolvido pela professora de artes Eliane Regly em parceria com a de Língua Portuguesa Valdenice Antunes, com quadrinhos, inspirados em histórias de terror e mistério. O pontapé inicial foi a discussão sobre as linguagens coloquial e culta. “Eles ficaram surpresos com o resultado, são verdadeiras obras-primas”, conta Eliane. A partir do quadro “O Grito”, os estudantes fizeram releituras atualizadas da obra clássica do pintor alemão Edvard Münch e do Abaporu, de Tarsila do Amaral. “Eles são muito criativos; houve um aluno que fez o “Abaporu de Tênis”, lembra Robson.

Nos trabalhos na área de Ciências os estudantes também levaram bastante conhecimento sobre o corpo humano aos visitantes. Para falar sobre o sistema respiratório os estudantes inventaram uma engenhoca, com galão de água e canos de PVC, para explicar o funcionamento da respiração. Ricardo Gonçalves, de Educação Física, também ficou com o tema “saúde”, e mediu com a turma o IMC (índice de massa corporal) dos visitantes, explicando em seguida sobre a importância da atividade física e da alimentação para se obter qualidade de vida e prevenir doenças.

O professor de Sociologia Luiz Henrique produziu, com as turmas de Ensino Médio, vídeos interativos sobre mitologias. Os resultados ficaram atrativos porque mostram a lógica das sociedades de uma forma dinâmica, com mitos desde a Antiguidade Clássica até o lobisomem.

As turmas do programa Autonomia, com disfunção idade/série, desenvolveram o tema “Conhecendo seu corpo”, que incluiu uma campanha de esclarecimento sobre gravidez na adolescência através de várias linguagens. Na Matemática o professor Marcelo Freitas trabalhou com gráficos em situações diversas, como a administração da escola e a distribuição de água no planeta.

Entre as manifestações estéticas que mais se destacaram nas artes plásticas estavam os painéis em alto-relevo, com técnica de prata boliviana. As gravuras foram traçadas a partir do estudo do Barroco Brasileiro na literatura, em alguns trabalhos o material utilizado sendo substituído por lacres de achocolatado em lata. A ideia é expor esses painéis em paspatur e expor nos corredores da escola. Outra atração foram as releituras das obras abstratas da escultora Lígia Clark. A turma montou as esculturas a partir dos originais com formas e cores diferentes.

Com o tema “reciclagem”, no 1º bimestre os jovens propuseram a atividade “O lixo vira luxo”, um painel construído em grupo com flores feitas a partir de rolos de papel higiênico. Os estudantes do 3º ano apresentaram em fotonovela a questão do álcool no trânsito, num trabalho em que fotografaram as sequências, produziram os textos e montaram a narrativa.

Para comemorar os 25 anos do Ciep, o diretor Robson realizou alguns investimentos, como a inauguração da sala de leitura e do laboratório. Além disso, fez uma pesquisa para resgatar a memória perdida da escola: expôs a fotografia de dona Almedorina, sua patronesse, que doou o terreno ao estado na década de 1980 para a construção do prédio. Na época o local, Casa de Samir, abrigava um time de futebol e uma pequena escola: “Só havia essa unidade na região e, pequena, não dava conta da demanda de alunos”, conta Robson, que mencionou todos os diretores até a gestão atual e não economiza esforços, quando se fala em investir: “Dou todo apoio aos educadores que querem participar, estou disponível aos pedidos dos docentes que, no desenvolvimento de suas tarefas, utilizam material reciclado mas também materiais nobres.

Para a diretora adjunta Eliane Domingues o maior desafio é a mobilização de pelo menos 80% do quadro de professores para trabalhar com projetos no próximo ano. “A meta é que todos estejam conosco. Por isso, para a próxima mostra investiremos na motivação da equipe. São ações não só para manter os alunos na escola, mas também para convidar toda a equipe docente a participar dos trabalhos com projetos”.


Por: Cláudia Sanches
Ciep 126 Almedorina Azeredo
Rodovia Amaral Peixoto Km 8 – Rio do Ouro – São Gonçalo/RJ
CEP: 24751-000
Tel.: (21) 3701-5425
E-mail: ciepalmedorina@educacao.rj.gov.br
Direção: Robson Sardinha
Fotos: Marcelo Ávila

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