Novas leituras em um click


Equipamentos digitais substituem o lápis e o papel nas aulas de Artes

Na chamada Era Digital, professores são colocados diante do desafio de combinar a arte de ensinar com as potencialidades dos aparelhos tecnológicos que fazem parte do cotidiano dos alunos. Câmeras fotográficas, celulares, Ipad e tablets são apenas alguns dos equipamentos que circulam pelas mãos dos estudantes. Na Escola Municipal Rosária Trotta, o professor Marcelino Rodrigues desenvolveu o projeto Releituras digitais, em que uniu o real com o ideal e propôs aos jovens do 9º ano uma atividade que possibilitasse uma reflexão sobre as imagens produzidas por esses aparelhos.

Primeiro, ele expôs para os alunos o que seria uma releitura digital e deu exemplos de várias linguagens até chegar às artes visuais. Explicou que toda obra apreciada pelo olhar recebe o conceito de arte visual, abrangendo a pintura, o desenho, a gravura, a fotografia, a moda, entre outros. Depois que os estudantes compreenderam o assunto, o professor propôs uma releitura de figuras já conhecidas por eles.

O trabalho consistia em escolher uma gravura e fazer a releitura com a câmera do celular ou com uma máquina fotográfica. O professor explica que, de imediato, alguns alunos ficaram com um pouco de receio, chegando a dizer que não conseguiriam concluir a tarefa. Segundo Marcelino, esse é um comportamento típico do adolescente. “No início, a maioria queria trabalhar apenas com a ‘Monalisa’ e com a obra ‘O Grito’, pois são imagens com que eles têm maior contato. Depois escolheram outros temas”, comenta.

Além de explicar o que eram as artes visuais e como a releitura poderia ser feita, o educador apresentou aos estudantes outras gravuras a serem trabalhadas. Assim, eles não ficariam presos a apenas duas obras. Ao lado de pinturas consagradas, os jovens teriam a opção de utilizar cartazes, mas sempre fazendo uma leitura própria.

Entre as obras escolhidas estão “O Lavrador de Café” e “Mãos Entrelaçadas”, de Portinari, e “Moça com Livro”, de Almeida Junior, além de cartazes de filmes e capas de CD. “As releituras não foram tratadas como cópias, mas como a criação de uma nova obra, realizada a partir de outra. Os alunos acrescentaram um toque pessoal, mudando cenários, roupas e a significação da figura”, explica Marcelino.

Em um mundo repleto de imagens, o objetivo do trabalho foi fazer com que os estudantes percebessem que cada uma delas possui uma mensagem, uma ideia e um contexto. “O professor deve se preocupar com aquilo que faz parte do cotidiano do aluno. O mais importante foi perceber que este é um caminho que pode dar certo. É possível unir o conteúdo de sala de aula aos meios digitais e equipamentos de uso cotidiano dos jovens”, conclui.

Trabalhar com as artes visuais e fazer com que os educandos desenvolvessem suas próprias ideias, apreciando, criticando, manipulando e construindo novas gravuras, foi a forma utilizada pelo professor para possibilitar a eles desenvolver uma leitura crítica das inúmeras imagens espalhadas pelo mundo. Na culminância do projeto, quem entrou em cena foram os pais dos estudantes. Os responsáveis ajudaram os jovens na confecção dos cenários e, no dia da exposição, ficaram admirados com o resultado do trabalho de seus filhos.


Por: Marcela Figueiredo
Escola Municipal Rosária Trotta
Praça Rosária Trotta, s/n° – Campo Grande – Rio de Janeiro/RJ
CEP: 23010-100
Tel.: (21) 3394-1260
E-mail: emrtrotta@rioeduca.net
Direção: Sérgio Luis Pereira
Fotos cedidas pela escola

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