Escola de artistas


Jovens apresentam seus talentos durante semana de arte

Que tal construir uma pipa utilizando a Matemática e as leis da Física e realçar com a imaginação? Essa é uma das atividades oferecidas durante a Semana de Arte, desenvolvida com as turmas de Educação Fundamental e Ensino Médio do Ciep Nação Mangueirense. Durante três dias os estudantes apresentaram produções artísticas através da pintura, teatro, dança, criação literária e musical, inspirados na obra de Vinícius de Moraes e Cândido Portinari.

Segundo o animador cultural e pedagogo Marcos Rogério o objetivo fundamental é construir um mundo e uma escola melhor através da arte. A professora Maria das Graças dos Santos, de Língua Portuguesa, lembra que a Educação Artística aguça o senso crítico e desenvolve a criatividade latente nos jovens. Quando o desafio foi lançado para os estudantes, eles ficaram livres para escolher com que tipo de linguagem queriam trabalhar. Outro aspecto ressaltado pela docente é a interdisciplinaridade: “O professor de Química pode falar sobre elementos atômicos com a música ‘Rosa de Hiroshima’, de Vinícius, acrescenta, e eu posso explorar a análise sintática das suas poesias”.

O professor Fábio Costa realizou com as turmas uma releitura da obra do “poetinha” através de fotografias expostas nas salas. Os modelos eram os próprios estudantes, e o resultado foi surpreendente. Já os jovens do Ensino Médio apresentaram a peça “Operário em construção”, com alunos de classes distintas. Segundo Marcos Rogério, o texto poético foi interpretado pelo grupo de teatro formado por estudantes de variadas turmas. “As musas de Vinícius” é um quinteto de meninas que se reuniram para cantar músicas do compositor, com destaque para “Eu sei que vou te amar”.

Nas oficinas de texto, organizadas a partir do documentário “Um trem para as estrelas”, os alunos recriaram poesias e versos, além de comporem um rap com olhar crítico, interpretado pelas cantoras. Durante a atividade surgiu uma reflexão sobre a Educação. Nas redações os jovens expressaram sua preocupação em relação à educação pública e pensaram sobre a necessidade de cada um dar a sua contribuição para melhorar o ambiente escolar: “Vi que há muito a melhorar, mas a gente precisa fazer nossa parte, não adianta ficar se queixando. Essa semana é um marco para nós”, concluiu Natasha, do 1º ano.

O grupo de desenho e pintura, que trabalhou a partir de Portinari, reproduziu uma diversidade de obras. Na oficina a garotada pôde aprender Matemática participando de um passo a passo da confecção de brinquedos. O artista, que tem uma série de produções com essa temática, e que retrata sua infância no interior de São Paulo, deu margem para os professores trabalharem conteúdos de forma concreta, utilizando ângulos e formas geométricas, como confirma Rose Any Almeida: “Trabalhamos a combinação de cores com as perspectivas e paralelas. Para abordarmos uma realidade próxima à deles, construímos pipas. Eles adoraram ver que elas são formadas por quadrados equiláteros”.

Para a aluna Tatiane, do 1º ano, que participou de várias atividades, o projeto foi a oportunidade de resgatar um dom antigo. Ela conta que desenhou muito durante sua infância, mas perdeu todos os seus desenhos e, com eles, a esperança de voltar a praticar o que mais amava. “Quando apareceu essa chance eu me joguei”, diz. Durante a semana sua imaginação fluiu: recriou um quadro com Portinari ainda jovem, de óculos escuros, entre os Arcos da Lapa e o Pão de Açúcar. “Nós só vimos fotos do artista na maturidade, daí a curiosidade de retratá-lo na juventude, vivendo em nosso tempo”, acrescenta a jovem.


Por: Cláudia Sanches
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