Neuroeducação – emoção e aprendizagem


Aquele profissional que escolheu trabalhar na área da EDUCAÇÃO sabe que o processo de APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO, pelo qual passa o aluno, envolve um pouco mais do que simplesmente conhecer a didática. Por aí você já começa a compreender que se precisa de muito mais saberes para a compreensão de como o aluno apreende e se desenvolve, dentro do seu ritmo, das suas condições, e que existem variáveis nesse processo. Essa era uma lacuna que necessitava ser preenchida.

Exatamente para suprir esse gap nasceu um novo campo interdisciplinar chamado NEUROEDUCAÇÃO, que utiliza os subsídios de três diferentes e importantes áreas do conhecimento, a saber: PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO e NEUROCIÊNCIA. Juntas, as três oferecem subsídios essenciais a qualquer professor, mas em especial ao educador que atua da creche ao ensino fundamental.

Assim que teve início a aplicação da PSICOLOGIA à área da EDUCAÇÃO, muitos ganhos tivemos, mas, com a entrada da NEUROCIÊNCIA, agora agregada à educação e à psicologia, esses ganhos se ampliaram muito. A possibilidade da compreensão de como o sistema nervoso funciona e interfere no processo de aprendizagem (Neurociência), incluindo aí as pesquisas que se utilizaram do escaneamento do cérebro, trouxe grandes avanços para a educação.

Entendíamos, anteriormente, que APRENDER significava “se apropriar de novos conhecimentos”, mas com a chegada da NEUROEDUÇÃO esse conceito foi ampliado, e aprender passou a abarcar um sentido mais completo, que é o da mudança de ideias, de atitudes e de comportamento. Essa mudança é tratada, pela NEUROEDUCAÇÃO, de forma muito mais ampla, não se restringindo aos conhecimentos lógicos apenas, mas abrindo espaços para o conhecimento emocional, para o psicomotor e para o cognitivo.

CURIOSIDADE

Interessante que os médicos neurologistas que se dedicam ao estudo das memórias afirmam que, quanto mais emoção exista em um determinado evento, mais chance ele terá de ser gravado no cérebro. Piaget, psicólogo, biólogo e epistemólogo, um dos principais nomes relacionados às pesquisas sobre o desenvolvimento infantil, também afirmava que a “afetividade” exerce influência positiva ou negativa no processo de aprendizagem. O sábio e respeitado Vygotsky, com formação em psicanálise e direito, após longos estudos e pesquisas na área, afirmou também que cognição e emoção caminham juntas, uma interferindo na outra, não havendo como dissociá-las. Em resumo, os grandes pesquisadores que oferecem subsídios sobre o processo de desenvolvimento humano são unânimes em afirmar que “o sentir” é elemento-chave para a aprendizagem.

Não há dúvidas, levamos a nossa bagagem de experiências recheadas de emoções para os nossos processos de aprendizagem. A explicação para isso pode ser feita a partir da apresentação da AMÍGDALA, que é uma parte do cérebro humano que processa as nossas emoções e, curiosamente, também atua nas áreas da memória, atenção e raciocínio.

Dica importante para o professor: aprendizagens duradouras acontecem a partir da emoção e da motivação do aluno. Emoção tem sua origem na palavra MOVER, que guarda relação direta com a ação, e a palavra MOTIVAÇÃO também pode ser explicada como “Motivo para a Ação”. Portanto, torna-se fundamental despertar a emoção composta pelo que é significativo ao aluno, pois, quanto mais houver o seu interesse e motivação por um determinado tema, maior será o nível de aquisição desse conhecimento.


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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