A terceira idade foi um dos temas enfocados pelos alunos

 

 

 


Por Tony Carvalho

Através das experiências vividas em grupo, o aluno tem a oportunidade de descobrir o seu meio social, percebendo o seu próprio espaço e aprendendo a se conhecer, o que lhe dará condições de descobrir e expressar novos sentimentos, valores e idéias. Este conceito pode ser aplicado ao projeto Homem: um operário em construção, desenvolvido no Colégio Estadual Professora Luiza Marinho, em Oswaldo Cruz. Durante dois dias, as 42 turmas do Ensino Médio estiveram envolvidas na apresentação dos trabalhos, que incluiu encenações, maquetes e experiências.
Algumas turmas da 2.ª série falaram sobre reprodução humana

O objetivo do projeto foi abordar o corpo humano sob o ponto de vista das diversas disciplinas do segmento. Cada turma pôde contar com um professor-orientador que acompanhou todas as etapas realizadas pelos alunos. Durante a apresentação, esse professor procedeu a uma avaliação individual de cada componente da equipe. “O projeto teve aspecto interdisciplinar. Um professor de Matemática, por exemplo, poderia orientar um trabalho ligado à Biologia e, a partir dessa troca, mostrar ao aluno que daquele material trabalhado também se poderia extrair alguma coisa de Matemática”, explica a diretora Márcia Mello.

A atividade está inserida no projeto político-pedagógico da escola – Trabalhar para um mundo melhor. “Todos os aspectos que levem a escola a alcançar esse objetivo são desenvolvidos durante o ano. A idéia de abordar o corpo humano nessa mostra foi da professora de Sociologia, Lina Aires, que já havia trabalhado o tema na sua disciplina e em Língua Portuguesa”, declara Márcia.
Alunos da 1.ª série apresentaram um esquete para abordar a questão da doação de órgãos
Cada turma foi dividida por temas específicos. Dentro do corpo humano, foram explorados os sistemas digestório, respi­ratório e circulatório; células-tronco; obesidade; reprodução; transplantes; inteligências múltiplas, entre outros. Para a professora de Língua Portuguesa Ana Carla Morito, a apresentação dos trabalhos ajuda o aluno a desenvolver a oralidade, o autocontrole e ainda propicia a cooperação entre os componentes do grupo. A professora de Química Andréia Guaspari considera a realização de projetos integrados fundamental para a formação dos alunos, pois permite uma visão ampla de educação que, em síntese, corresponde a um processo contínuo de influências e inter-relações. “A atividade estimula os alunos à pesquisa. Eles não se atêm apenas ao conteúdo dado em sala de aula”, justifica.

Ladiane dos Santos Ribeiro, aluna da 1.ª série, apresentou um estudo sobre doenças que atingem a terceira idade. “Entrevistamos idosos e fomos em busca de respostas para as principais dúvidas”, conta. Bruno de Oliveira, também da 1.ª série, abordou os transplantes de medula óssea. “Juntamente com meus colegas de equipe, visitamos o Instituto Nacional do Câncer para obtermos mais informações sobre o assunto. Esse trabalho nos emocionou muito. Foi uma verdadeira lição de vida”, garante.

Segundo a avaliação dos professores, a apresentação dos trabalhos serviu para constatar a sedimentação dos conhecimentos pesquisados e demonstrar o grande poder criativo dos alunos. Descobrindo, no ambiente escolar, o seu potencial criador, o aluno tem a possibilidade de vivenciar, de forma espontânea, a expressão viva do conhecimento, sendo capaz de criar, de maneira ousada, novas possibilidades. “Quanto maior o envolvimento, maior a interação; e o aprendizado vem dessa vivência. As disciplinas não estão fora da realidade, mas dentro daquilo que eles vivenciam. O homem é como um laboratório móvel, se estudando e se conhecendo”, conclui Márcia.


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Fotos: Tony Carvalho