Projeto leva estudantes a discutir problemas ambientais por meio de produções artísticas

Por Jaciara Moreira

Despertar a conscientização dos alunos das redes municipal, estadual e particular para as questões ambientais. Este foi o objetivo do Projeto Planeta Ipê Amarelo, desenvolvido pela Secretária Municipal de Meio Ambiente de Rio Bonito, na baixada litorânea do Rio de Janeiro. De acordo com o Núcleo de Educação Ambiental da Secretaria, a proposta foi fazer com que, por meio de atividades artísticas, os estudantes discutissem e percebessem a importância da conservação do meio ambiente, principalmente dos recursos hídricos, para toda a humanidade.

E não foi por acaso que a culminância do projeto foi marcada para o fim de março – mês em que se comemora o Dia Mundial da Água. “Essa comemoração serve para lembrar que, em diversos lugares do planeta, milhares de pessoas já sofrem com a falta desse bem essencial à vida. Na verdade, o mundo inteiro está gritando por água, mas poucos têm a consciência da importância de sua preservação”, destacou a Secretária de Educação Carmem Lúcia de Souza Motta.

O trabalho começou em fevereiro, quando foram apresentadas aos alunos as atividades que fariam parte do projeto: concursos de desenho e redação e um festival de música. Cada uma com regulamento próprio e dirigida a um segmento escolar específico.

Do concurso de redação, por exemplo, participaram estudantes das escolas públicas e particulares matriculados da 5.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental. E, segundo o regulamento, eles deveriam escrever um texto inédito de, no mínimo, 15 linhas e, no máximo, 30 linhas sobre o tema O Nosso Planeta. Já o concurso de desenho foi dirigido às turmas da Educação Infantil à 4.ª série do Ensino Fundamental. Os participantes desta categoria tiveram de produzir um desenho em folha A4 sobre Planeta Água.

O Festival de Música, com o tema Água, foi aberto aos alunos da 1.ª à 8.ª série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A produção artística foi escrita em cinco cópias e entregue à secretaria que, levando em conta o ineditismo, a contextualização do tema, a apresentação e a criatividade, selecionou os finalistas que se apresentaram na culminância.

Mais de 20 escolas participaram do projeto, produzindo aproximadamente mil trabalhos entre desenhos, poesias e canções. E, em cada categoria, foram premiadas as três melhores obras. Os vencedores receberam kits escolares contendo mochila, pastas, estojos e cadernos, além de troféus.

“Com o Projeto Planeta Ipê Amarelo, nós buscamos, mais do que premiar, sensibilizar os alunos para as questões ambientais, estimular a criatividade artística e incentivar a integração entre as escolas municipais, estaduais e particulares. E acredito que conseguimos”, afirma a secretária.

A julgar pelos trechos das redações vencedoras, o objetivo do projeto parece ter sido alcançado, sim. Nos textos, os alunos mostraram que não só estão conscientes da necessidade de se preservar a natureza, como também estão dispostos a chamar a atenção da sociedade para o problema.

“Este planeta não é seu, não é meu... é da humanidade, que polui os rios, o mar e corta as árvores, mas não percebe que depende de tudo isso para viver”, escreveu o 1.º colocado no concurso de redação, Fellipe Marins Barbeito, aluno da 8.ª série da Escola Municipal Governador Roberto Silveira.

Manoel Mendonça de Castro, da 8.ª série da Escola Municipal Cândido Moreira Soares, ficou com o segundo lugar e conclamou todos a preservar o planeta:

“Se a terra tivesse alguns metros de diâmetro, ela não seria agredida da maneira que hoje está sendo... Vamos nos conscientizar de que devemos lutar para preservarmos o nosso planeta!”.

Os estudantes também demonstraram preocupação com o lixo que é jogado nas ruas. Em sua redação, o terceiro colocado, Pedro Ettore da Fonseca, da 7.ª série do Colégio Rio Bonito, alertou:

“Vocês conhecem o famoso papelzinho no chão? Aquele que não mata ninguém, aquele que não acaba com o mundo? Pois é... se você jogar um papel no chão e outra pessoa jogar também e outra ainda jogar, daqui a pouco o mudo estará uma sujeira”.

Enquanto alguns fizeram reflexões com as palavras, outros usaram os traços para sensibilizar as pessoas sobre as questões ambientais. Segundo os coordenadores do projeto, os desenhos inscritos no concurso também foram muito criativos, por isso foi difícil escolher, dentre os diversos trabalhos enviados à secretaria, os três melhores de cada segmento.

“Recebemos mais de mil desenhos e premiamos aqueles que foram mais criativos, mais organizados visualmente e inéditos”, acrescentou Carmem Lúcia.

Entre os concorrentes do GI e GII venceram: Geovana Santos Souza, do GII da Escola Municipal Maria Ferreira de S. Carvalho; Do GII à Alfabetização, levaram o prêmio: Valnei Bragança Vitorino, Alfabetização da Escola Municipal Fazenda das Cachoeiras (1.º lugar); Anna Clara Nascimento, GIII do Colégio Rio Bonito (2.º lugar) e Raquel Santos Ferreira, Alfabetização da Escola Municipal de S. Carvalho (3.º lugar).

Na categoria 1.ª e 2.ª séries, foram premiados: Elizeu Teixeira, 2.ª série da Escola Municipal Fazenda das Cachoeiras (1.º lugar); Geovana Vieira Vianna, 1.ª série da Escola Estadual Posse (2.º lugar) e Tainá Damasceno de Souza, 2.ª série da Escola Muni­cipal Maria Ferreira de S. Carvalho (3.º lugar). E, na categoria de 3.ª e 4.ª séries venceram: Kyssa Bieternik Martins, 4.ª série do Colégio Rio Bonito (1.º lugar); Iago de Jesus Silva, 4.ª série da Escola Municipal Cândido Moreira Soares, e Felipe Porto Conceição, 3.ª série do Colégio Estadual José Matoso Maia Forte.

Também não faltou talento no Festival da Canção. Durante a culminância, cada aluno apresentou sua composição, que foi julgada por uma comissão formada pelo professor da Escola de Música Aideal, Jonas Maciel, pela atriz e cantora Renata Rocha e pela coordenadora de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino, Valéria Marceli. Os vencedores foram: Robson Willian da Silva Nascimento e Stéfane Silva Mello, da 8.ª série da Escola Municipal Castro Alves, com a música Alerta Geral (1.º lugar); Rondrison Martins Silva, da 8.ª série do Colégio Estadual Professor Dyrceu Rodrigues da Costa, que compôs Água e Vida (2.º lugar) e Brenda, da Escola Municipal Governador Roberto Silveira, autora da canção Água (3.º lugar).

A festa de culminância do projeto contou ainda com a participação do coral Mãos que falam, formado por alunos deficientes auditivos da Escola Municipal Estação Rio dos Índios. Entre as canções interpretadas estava Planeta Água, de Guilherme Arantes.

Mais além

Os concursos que marcaram a comemoração pelo Dia Mundial da Água foram apenas uma etapa do Projeto Planeta Ipê Amarelo. A grande proposta do projeto é promover uma gincana de reflorestamento em corredores do município de Rio Bonito com o plantio de mudas nativas de Mata Atlântica. Com isso, a secretaria espera, no período de um ano, cobrir áreas de desma­tamentos florestais da região. O trabalho envolverá escolas e comunidade que irão se organizar em forma de mutirão, além de contar com o apoio de órgãos públicos locais.

“É um princípio do município fazer trabalhos de conscientização sobre o meio ambiente. Rio Bonito é o berço das águas, cortado pelo curso de vários rios, e, mesmo assim, enfrenta problemas ambientais. Hoje, suas águas estão poluídas e boa parte de sua mata perdeu-se, causando erosão, assoreamento e enchentes. Além dos órgãos públicos, todo cidadão tem o direito de usufruir a natureza, mas também o dever de preservá-la. Por isso, nosso objetivo, agora, é envolver também a comunidade nesse processo”, explica a Secretária de Meio Ambiente.


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Ilustrações: Luiz Cláudio