Alunos exploram a diversidade biológica durante Feira de Ciências

Por Tony Carvalho

Algumas turmas expuseram cartazes abordando o processo evolutivo dentro das áreas biológicas

Fazer os alunos perceberem que a vida está evoluindo e que tudo que ocorre com os seres vivos está, de alguma forma, interligado. Essa foi a proposta da V Feira de Ciências promovida pelo Educandário Monteiro Lobato, localizado em Campo Grande, que teve como tema central Variabilidade e Evolução dos Seres Vivos.

Alunos da 6.ª série montaram um labirinto geológico enfocando desde a era paleozóica até a cenozóica
Segundo a coordenadora Kátia Maciel, o projeto possibilitou um envolvimento total dos alunos. Embasados por um tema norteador, os estudantes trabalharam os conteúdos em sala de aula e iniciaram as pesquisas. Depois de algum tempo de elaboração, eles repassaram aos professores um roteiro especificando como o trabalho seria apresentado na mostra.

Nesse processo, o professor passou a funcionar como orientador e todos os assuntos abordados foram trabalhados de forma interdisciplinar: as ciências como um todo, as questões históricas e geográficas, os cálculos matemáticos, o calor e o movimento da Física, enfim, houve uma total integração, embora o foco tenha sido a Biologia e a Química. “O aspecto interdisciplinar faz com que os alunos entendam que eles são parte integrante de um todo, não segmentado, que todos os fatores são interligados e que influenciam no próprio desenvolvimento deles”, define a professora Marina Dantas, diretora da escola.

Atentos, os visitantes ouviram explicações sobre as etapas sucessivas de transformação do planeta e das espécies
Para a professora de Ciências e Biologia, Marise Moreira Carvalho, uma das responsáveis pela coordenação da Feira, há várias propostas embutidas no projeto. “Destaco o trabalho de integração, que incentivou todos os alunos à participação e ao desenvolvimento de temas que normalmente seriam inviáveis de se trabalhar em sala de aula. Foram abordados assuntos que instigaram os alunos a buscar informações, elaborar resumos, construir maquetes e definir a melhor forma de apresentação. Com isso, o professor tem a possibilidade de avaliar a criatividade, a organização, a pesquisa, o conteúdo e a forma de expressão”, explica.

Algumas maquetes demonstraram a grande atividade vulcânica que havia no período pré-cambriano
Os trabalhos apresentados tiveram como objetivo traçar o processo evolutivo dentro das áreas biológicas. Percorrendo os estandes, os visitantes puderam acompanhar as etapas sucessivas de transformação do planeta e das espécies – do período pré-cambriano ao quaternário. Além dos trabalhos relativos à evolução, também foram apresentados estudos de variabilidade nos quais os alunos desenvolveram outros projetos dentro da fisiologia humana, abordando os sistemas digestório, circulatório e respiratório. Houve, também, trabalhos ligados à ecologia, destacando as florestas e a vida marinha.

Na escala do tempo geológico, o período carbonífero pertence à era paleozóica e está compreendido entre 359 a 299 milhões de anos atrás
Os alunos da 6.ª série montaram um labirinto geológico que retratou a evolução do homem, desde a primeira era paleozóica até a cenozóica. Os estudantes produziram maquetes demonstrando a grande atividade vulcânica que havia no período pré-cambriano e abordaram o surgimento da primeira célula, que originou os seres unicelulares. “O labirinto possibilita uma melhor visua­lização do processo evolutivo”, justifica Marise. Após visitar os estandes, Adriana dos Santos Rosa, mãe de uma aluna, estava satisfeita com o envolvimento das turmas. “Um projeto como esse é importante porque as crianças se integram com o conteúdo ensinado e aprendem com prazer. Tive uma aula com ela”, afirma.

Alunos apresentaram estudos de variabilidade, desenvolvendo projetos baseados nos sistemas digestório, circulatório e respiratório

Já os alunos da 1.ª série do Ensino Médio produziram um esquete teatral para falar da autólise – a destruição da célula inteira. A encenação reproduziu a autofagia e a heterofagia. Cada visitante, ao “entrar” na célula gigante, passava a ser um fagossomo ou um aminoácido. Maria de Fátima, mãe de um aluno da 7.ª série, participou do processo de síntese da proteína de uma célula. “Os alunos estão demonstrando muita criatividade nas apresentações. Eles estão surpreendendo em todos os trabalhos”, avaliou.

A mostra também fez alusão à bomba de Hiroshima, deixando como mensagem o desejo de que a ciência deve ser sempre utilizada em prol do bem-estar de todos e jamais da destruição. Os alunos, ao final do projeto, puderam tirar suas próprias conclusões sobre o tema. Uma delas é a de que toda a evolução está hoje concentrada no homem. Mas, através dele, aonde a História vai chegar? A resposta, segundo os discentes, pode ser encontrada diariamente em cada ato praticado por cada um de nós.


Educandário Monteiro Lobato
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Tel.: (21) 2411-1102
Coordenadora Pedagógica: Kátia Regina Maciel
Fotos: Tony Carvalho