
Projeto de artes humaniza o ensino e abre espaço para a experimentação
Por Cláudia Sanches
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A classe mostrou seu potencial artístico ao criar um robô com materiais recicláveis |
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Para a coordenadora do Colégio Prisma Baihense, localizado em Vaz Lobo, Maria do Socorro França, a arte é mais que um coadjuvante no ensino de conteúdos. Ela tem a função de transmitir para as crianças o valor do ser humano e canalizar as suas emoções. Essa é a razão principal da realização do II Projeto das Artes, envolvendo alunos da Classe de Alfabetização à quarta série.
Durante a culminância do projeto, as famílias puderam conferir os resultados de perto. Houve apresentação de desenhos, esculturas de sucata, música, trabalhos com fotografia e exibição de filmes na tenda de cinema. Com orgulho, o aluno Eric Nunes circulava, pelo pátio, exibindo a sua própria caricatura desenhada pelo cartunista Marcelo Magom, presente no evento.
“O projeto privilegiou a todos. As crianças conheceram diversas linguagens artísticas e tiveram a oportunidade de descobrir com quais delas mais se identificavam. Os talentos individuais foram valorizados e houve alunos que participaram do coral ou tocaram algum instrumento. Essa é uma forma de colocar os estudantes em contato com as artes e isso é um diferencial do colégio, já que, nessa fase da vida, a criança é muito lúdica e tem muita criatividade a ser aproveitada. Não podemos deixar isso se perder”, justifica Maria do Socorro.
A abertura do trabalho contou com a presença de Daniel Azulay, que inaugurou o projeto com uma aula sobre técnicas básicas de desenho. Durante o primeiro bimestre, as professoras exploraram a arte do grafismo, estudando as figuras registradas na Pré-História, os papiros do antigo Egito, a revolução da imprensa com Gutenberg e as várias formas de pintura.
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O painel com os desenhos letrados atraiu a atenção dos visitantes |
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No segundo bimestre, foi a vez da música, introduzida a partir de uma visita ao Museu da Imagem e do Som (MIS). Junto com a história do país, os alunos estudaram os ritmos musicais do Brasil Colônia, cantos indígenas e africanos, além de explorarem bastante a riqueza musical da MPB atual.
No terceiro trimestre, foi a vez da Sétima Arte. Para conhecerem um pouco mais sobre a história do cinema, desde sua criação pelos irmãos Lumière, todos os alunos foram assistir ao filme Robôs, que teve o tema bastante explorado em sala de aula. A escola conseguiu, com a administração das salas de cinema, diversos cartazes dos filmes que enfeitaram o pátio escolar. Os pequenos artistas trabalharam a questão do ângulo e da fotografia como arte. A fotografia fechou o ano letivo e proporcionou várias experiências diferentes para as crianças.
No mural intitulado Meu dia de artista, os desenho misturavam-se com filosofia, e a pergunta que não queria calar acompanhava os grafismos do homem aranha: O que você faria se fosse um herói? O pequeno Raphael, da 4.a série, apontava para a sua resposta registrada no mural e dizia: “Tiraria as pessoas da rua”. Já Eric César acabaria com a corrupção no Brasil. As respostas mostravam o senso crítico estimulado pelos educadores.
No decorrer dos trabalhos, as próprias crianças já percebiam a interdisciplinaridade nos temas, como no caso de Raphael que, ao ouvir a música Homem Aranha, de Jorge Vercilo, explicou que a canção foi um dos ganchos usados pelas turmas para falar sobre os super-heróis dos dias de hoje e estudar os aracnídeos.
Fotografar é...
Segundo a professora Eliane Barbosa, da 3.ª e 4.ª séries, todos os temas foram contextualizados e abordados pelas disciplinas. Na 4.ª série, por exemplo, aproveitou-se o movimento literário do Dadaísmo, que se caracterizou pela mistura e desconstrução das palavras, para confeccionar poesia com formas gráficas.
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Projeto estimula a leitura e leva alunos a manter maior contato com o mundo das artes |
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A professora aponta grande evolução no comportamento das turmas. “Eles estão interagindo melhor com os amigos e mais concentrados nas atividades propostas. Os educadores têm de levar em consideração a questão emocional nesse momento”, relata Eliane, que também se surpreendeu bastante com os trabalhos de fotografia, nos quais as crianças fotografaram e foram fotografadas. Em seguida, foi feito o questionamento sobre o que era a fotografia para eles e as respostas foram surpreendentes. Para alguns, fotografia era ser pego de surpresa ou poder comparar o passado com o presente e, para os mais poéticos, eternizar os bons momentos.
Para Maria do Socorro, o encantamento dos pais é a grande recompensa desse trabalho. “Nos projetos pedagógicos, todos crescemos como pessoas e é muito importante a participação da família nesse processo. Trazer os responsáveis para a escola, nos dias atuais, é um desafio e mostrar o que as crianças fazem de bom nas salas de aula é importante para os alunos”, comemora a coordenadora.
Colégio Prisma Baihense
End: Av. Edgar Romero, 870 – Vaz Lobo – Rio de Janeiro. CEP.: 21.361-140-RJ.
Tel: (21) 3391-3740
Coordenadora pedagógica: Maria do Socorro França