Dentre os projetos apresentados pelos alunos da 5.ª série, a maquete reproduzindo um vulcão em erupção chamou a atenção dos visitantes

Na busca por maior envolvimento com as práticas pedagógicas, o CIEP General Osório, em Nova Iguaçu, promoveu sua Primeira Feira Integrada, tendo como fio condutor as riquezas naturais do Brasil. A escola se propôs a implantar atividades de conscientização, levando os alunos a descobrir valores ligados ao tema, tanto no campo da informação quanto na área da cidadania e da formação de caráter.

	O estudo dos problemas ambientais da Mata Atlântica despertou, entre os alunos da 3.ª série, maior interesse pela preservação ambiental. Um dos resultados práticos foi o cultivo de uma horta na escola

Alunos do primeiro e segundo segmentos dos Ensinos Fundamental e Médio estiveram envolvidos no projeto, cuja metodologia aplicada em sala de aula incluiu leitura e produção de textos, relatos de experiên­cias vividas e participação efetiva em situações de comunicação oral.

A idéia do corpo docente era abordar o tema colocando em discussão a realidade dos discentes. “O objetivo foi a integração de professores, alunos e a comunidade em torno da escola. Pudemos constatar que o projeto mexeu com os estudantes, aumentando a auto-estima deles”, avalia a diretora Zenith Azevedo Gomes. Segundo a coordenadora do projeto, professora Leandra Nunes, o trabalho foi baseado nas necessidades observadas na comunidade. “Por meio das atividades pedagógicas implantadas na escola, os alunos descobriram várias questões que envolvem o meio ambiente”, declara.

	Os alunos da 5.ª série reproduziram, em maquetes, exemplos de rochas metamórficas encontradas no relevo carioca, como o Pão de Açúcar e o Corcovado

Durante dois meses, os alunos trabalharam com subtemas ligados ao projeto. As turmas da Classe de Alfabetização e 1.ª série desenvolveram o subtema Perfumes, abordando as substâncias extraídas de ervas e frutos. A partir daí, foram produzidos sabonetes, sachês, essências e incensos. A 2.ª série trabalhou com os animais em extinção. Os estudantes pesquisaram todos os animais da fauna brasileira, fizeram ilustrações e produziram textos tomando como base a declaração universal dos direitos dos animais.

	Temas como o sistema de limpeza do esgoto sanitário da região e a poluição dos recursos naturais também foram explorados pelos alunos

A 3.ª série enfocou a Mata Atlântica, dando especial atenção à reserva biológica de Tinguá. O trabalho fez com que os alunos abordassem o clima, o solo e a vege­tação da região, bem como os problemas causados pelo homem na reserva. O estudo desencadeou um processo de conscientização entre os alunos e consolidou a importância do reflorestamento. Os estudantes também foram incentivados a cultivar uma horta na escola. “Plantamos mudas e as distribuímos entre os visitantes da Feira. É importante fazer com que eles entendam que tudo isso está no cotidiano deles, que o bairro onde moram tem um pouquinho da mata atlântica e, portanto, é necessário começar a preservar a partir de nossas casas e da nossa escola”, afirma a professora Tânia Beatriz.

Engajadas em um projeto de educação ambiental, alunas da 7.ª série distribuíram mudas de árvores entre os moradores da comunidade com o objetivo de torná-los agentes multiplicadores

A 4.ª série trabalhou com as frutas brasileiras, como a sapucaia, original da Mata Atlântica. Houve distribuição de sucos, sementes e exposição de cartazes sobre a importância do consumo de frutas na alimentação. Já a 5.ª série abordou as rochas metamórficas e vulcânicas. “O assunto faz parte do conteúdo programático da série e estabelecemos uma ligação entre essas rochas a partir da vivência dos alunos”, explica o professor de Geografia Maurício Araújo.

Além do impacto ambiental, uma outra turma da 5.ª série enfocou a reciclagem do lixo, evidenciando suas implicações matemáticas. “Os alunos trabalharam áreas e volumes utilizando caixas de papelão. Alguns deles achavam complicado o estudo da geometria, mas, à medida que passaram a praticar o ensinamento, o aprendizado tornou-se mais fácil”, conta o professor Paulo Lopes.

	A fauna e a flora brasileiras foram abordadas de formas variadas. Em alguns estandes, houve até distribuição de sementes

A 6.ª série abordou o projeto de despoluição da Baía de Guanabara, confeccionando uma maquete do sistema de limpeza do esgoto sanitário da região. A poluição dos recursos naturais e o pantanal foram tratados pelas turmas da 7.ª série, enquanto a 8.ª falou sobre o petróleo. “Fizemos pesquisas, promovemos debates sobre o assunto, confeccionamos maquetes de plataformas continentais, representamos as bacias sedimentares e os produtos derivados do petróleo”, explica a professora de Geografia Glícia Julião.

O aluno Tarcísio Amorim e seus colegas da 1.ª série do Ensino Médio construíram maquetes que simularam usinas hidrelétricas e eólicas. Na 2.ª série, o professor de Matemática Luiz Antonio inseriu o conteúdo da disciplina no projeto de exportação de café. “Aproveitamos o projeto de História para trabalhar com gráficos e conversão de moedas”, justifica.

	Abrindo a primeira Feira Integrada da escola, o coral, formado por alunos de 2.ª a 5.ª série, emocionou pais e professores

Outro momento marcante da mostra foi a apresentação do coral da escola, sob a regência da maestrina Odete Tinoco. O coral, formado por alunos de 2.ª a 5.ª séries, já se apresentou dois anos seguidos no Largo da Carioca e tem como característica o canto em três vozes, técnica vocal considerada complexa por especialistas.

Houve, ainda, a apresentação de um trabalho que envolveu alunos da 7.ª série e do Ensino Médio, juntamente com o professor Ricardo Finotti, de Biologia. Eles implantaram, na escola, um clube de educação ambiental, cuja proposta é estimular a plantação de árvores. O projeto está sendo realizado desde 2004 e os primeiros resultados já podem ser observados. “Já plantamos algumas mudas e a meta é arborizar o entorno da escola”, afirma.

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