
O Museu da Imagem e do Som (MIS) foi inaugurado em 3 de setembro de 1965 pelo então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, como parte das comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. O MIS lançou um gênero pioneiro de museu audiovisual que seria seguido por outras capitais e cidades brasileiras, além de ter se constituído num centro cultural de vanguarda nas décadas de 60 e 70 do século XX, lugar de encontros e lançamentos de idéias e novos comportamentos.
Algumas coleções foram adquiridas para a sua inauguração, como as fotos de Augusto Malta sobre o Rio Antigo; o “Incrível, Fantástico e Extraordinário” acervo do radialista Henrique Foréis Domingues, o Almirante; e a coleção de discos raros do grande pesquisador de música popular brasileira Lúcio Rangel.
Outras coleções foram incorporadas ao longo do tempo, como a da Rádio Nacional, com a memória da época de ouro do rádio no Brasil, e a Coleção Jacob do Bandolim, acervo particular mais importante sobre a memória do choro, entre tantas que, no seu conjunto, formam um dos acervos museológicos mais expressivos e diversificados da cultura urbana brasileira.
Além de abrigar importantes arquivos que atendem aos interesses de um público pesquisador amplo e diversificado, o prédio da Fundação Museu da Imagem e do Som é, em si mesmo, uma das mais belas peças de sua coleção, constituindo um exemplar histórico raro dos edifícios construídos para abrigar a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, realizada em 1922. O projeto original é de autoria do arquiteto Sylvio Rebecchi, filho de Rafael Rebecchi, arquiteto vencedor do concurso de fachadas realizado por ocasião da abertura da Avenida Central, hoje Rio Branco, em princípios do século XX.
Na década de 90, o Museu passou por uma grande restauração que lhe devolveu o fausto do estilo eclético original, desfigurado pelas intervenções que, ao longo dos anos, modificaram a sua fachada original. Em 1990, o MIS, além do prédio original na Praça XV, passou também a ocupar um outro edifício localizado no bairro da Lapa, tradicional reduto da boêmia carioca, que abriga diversos bares, casas noturnas e entidades culturais responsáveis pela transformação desse espaço urbano em um dos locais de maior efervescência cultural da cidade. Essa sede é ocupada por setores administrativos da Fundação Museu da Imagem e do Som e abriga acervos disponíveis à pesquisa.
Acervo
A discoteca do MIS abrange uma coleção de discos 78 e 33 rpm e CDs, iniciada em 1965 com a aquisição de discos raros do colecionador Lúcio Rangel. Ao longo dos anos, essa coleção foi acrescida com doações particulares e a incorporação dos discos de outras coleções do Museu, dividindo-se em Música Popular Brasileira, Música Popular Estrangeira e Música Clássica.
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A Coleção de Música Popular Brasileira contém obras dos mais variados intérpretes, compositores e instrumentistas do século, como Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Noel Rosa, Ary Barroso, Pixinguinha, João Gilberto, Tom Jobim e Nara Leão, além dos discos de MPB, editados pelo selo MIS.
A Coleção de Música Popular Estrangeira possui músicas dos mais diversos países de todos os continentes. A Coleção de Música Clássica abrange música coral, lírica e instrumental de compositores da Idade Média aos dias atuais, além de discos de música clássica editados pelo selo MIS.
Fitas de Áudio
O Acervo de Fitas de Áudio começou a ser formado durante a solenidade de inauguração do MIS, em 1965, com a gravação do discurso proferido pelo então Governador Carlos Lacerda. Composto de registros gravados em fitas magnéticas, abrange os mais variados temas, desde seminários, palestras, discursos, espetáculos musicais, festivais, julgamentos, jingles, programas de rádio, sonoplastia, concertos, recitais e homenagens, além dos depoimentos coletados pelo Museu.
A Coleção de Depoimentos, o primeiro arquivo do gênero criado no país, formado com a gravação de “Depoimentos para a Posteridade”, registra a história de vida de personalidades ligadas às artes plásticas, ciência e tecnologia, rádio, cinema, teatro, esportes, música popular e erudita, política, literatura e religiões afro-brasileiras.
Videoteca
A Videoteca do MIS, a mais recente coleção do Museu, cresce a cada dia com a aquisição de novas fitas, obtidas através de doações particulares ou cessão de produtores, redes de televisão e instituições governamentais. O Museu contribui para a expansão do acervo incorporando ao seu patrimônio o registro de eventos realizados pela Instituição e de manifestações artísticas e culturais próprias dos municípios fluminenses, assim como a gravação em vídeo dos “Depoimentos para a Posteridade”.
A riqueza da coleção pode ser observada pela diversidade dos temas e formatos, que abrangem desde ecologia, teatro, jornalismo, debates, depoimentos, filmes, novelas, humor, variedades a apresentações de música popular nacional e internacional.
Museu da Imagem e do Som (MIS)
Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 13h às 18h.
End.: Praça Rui Barbosa, n.º 1 – Praça XV – Rio de Janeiro/RJ.
Tel.: (21) 2220-3481 / 2262-0309 / 2262-7653 |