Como fazer o experimento
na sua escola?

Passo-a-passo

1- Monte três bandejas: uma composta de argila, outra contendo areia comum e a terceira com humos (adubo natural). Nessas bandejas, faça a demonstração das curvas de nível para que os alunos possam comprovar que, agindo assim, a erosão será reduzida. Em seguida, repita a operação com a água caindo diretamente sobre o solo (sem as curvas de nível) e solicite aos alunos que analisem os resultados obtidos.

2- Coloque em três potes afunilados (que podem ser feitos com garrafas pet) um tipo diferente de solo. Em seguida, despeje a mesma quantidade de água diretamente sobre a terra. Os próprios alunos deverão fazer os testes e tirar suas conclusões acerca das seguintes questões: qual solo é mais adequado paro o plantio, qual o grau de permeabilidade de cada um, que técnica deve ser aplicada nas encostas e o que deve ser feito para evitar os desmoronamentos.

Para verificar os efeitos da erosão, os alunos simularam a ação da chuva sobre um solo devastado

A análise do grau de permeabilidade do solo foi um dos procedimentos experimentais realizados durante as aulas

Os alunos manipularam três tipos de solo: arenoso, argiloso e humoso. Por meio de experiências, eles descobriram as características de cada uma das amostras e os processos que devem ser empregados para evitar os desmoronamentos, as erosões e os deslizamentos de encostas

Ao final de cada atividade prática, a professora Marília promovia uma sabatina para verificar se o conteúdo estudado havia sido bem assimilado pelos alunos

Por Tony Carvalho

Responda rápido: Você sabe distinguir os tipos de solo e dizer como eles se compõem? E quais os agentes responsáveis pela erosão e as técnicas empregadas para contê-los? Os alunos da 3.ª série do Ensino Fundamental do Centro de Educação e Cultura da Barra da Tijuca (CEC), no Rio de Janeiro, têm as respostas na ponta da língua. Eles estão estudando o assunto através de experiências que simulam situações reais de desmatamento, erosão, grau de permeabilidade do solo, drenagem, curvas de nível etc.

Há três anos, a professora Marília Viana vem abordando esse tema – incluído no conteúdo programático da série – adicionando às definições de sala de aula a vivência de experiências através das quais as próprias crianças vão descobrindo os problemas e também as soluções. “Com a realização de atividades práticas, fica mais fácil para as crianças construírem o conhecimento. O professor funciona como um mediador que instiga o aluno a fazer a descoberta e tirar suas próprias conclusões”, conta Marília.


André Carvalho, tecnologista do Laboratório de Química e Biologia da escola, se empolga ao relatar a curiosidade das crianças pelo assunto. “É importante que elas tenham acesso a essas informações, pois assim passam a entender questões ligadas à forma como o homem vem utilizando o solo no planeta. Nessa idade, basicamente, a criança já estudou que o planeta Terra é formado por água, terra e ar. No entanto, é preciso aprofundar um pouco mais para que as informações não fiquem no estágio do aprender de cor, a famosa ‘decoreba’. Com a prática, elas se apropriam da informação assimilando-a definitivamente”, explica.

Segundo André, o enfoque com o qual o tema vem sendo trabalhado permite ao aluno identificar o solo ideal ao plantio e à construção de estradas e moradias, bem como estabelecer as técnicas que devem ser aplicadas nas encostas. “Toda a tecnologia atual é extraída basicamente do solo. Dele se retiram os minerais, as rochas e os compostos químicos. Por isso, atualmente, uma das preocupações da ciência é evitar a erosão do solo e o uso excessivo dos recursos naturais. É interessante, portanto, que desde pequenos os alunos tenham contato com essa realidade e despertem seu poder criativo na busca de soluções”, completa.




Abordagem – Com o objetivo de buscar um argumento para justificar o porquê de estudar os solos, a professora Marília introduziu o tema em sala de aula apresentando aos alunos uma reportagem de jornal sobre as enchentes que ocorrem no nosso país. Em seguida, os estudantes manipularam três tipos de solo: arenoso, argiloso e humoso. Por meio de experiências, eles descobriram as características de cada uma das amostras e os processos que devem sem empregados para evitar as perdas de nutrientes, os desmoronamentos, as erosões e os deslizamentos de encostas.

À medida que os conhecimentos iam sendo assimilados, a professora promovia a interdis­ciplinaridade dos conteúdos de Ciências, Geografia, Conhecimentos Gerais e Matemática. Na etapa final, os alunos foram sabatinados e, de acordo com suas próprias conclusões, elaboraram as respostas. O aluno Diego Marques, ao ser indagado sobre o que provocou o desmoronamento do morro montado para a experiência, respondeu de imediato: “Não havia curva de nível, vegetação, muro de arrimo ou canaletas”.

Para Caio Sousa Conrado, os experimentos realizados permitiram que ele aprendesse a importância do uso adequado do solo, seja para o cultivo de alimentos, seja para a construção de casas. “Aprendi que o solo merece o nosso cuidado e respeito, evitando queimadas e o desmatamento. E, quando for necessário, devemos fazer o replantio da vegetação”, afirmou com convicção.

Satisfeita com o elevado índice de absorção da matéria por parte dos alunos, a professora Marília decidiu empregar a mesma filosofia de trabalho em todo o conteúdo programático da 3.ª série. “Agindo assim, nós estimulamos o aluno a questionar, propor soluções e a tirar suas próprias conclusões. E, dependendo do interesse deles, o tema proposto pode ir mais além até mesmo do que está previsto para a série”, encerra.



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