 |
 |

Por Tony Carvalho
|
Responda rápido: Você sabe distinguir os tipos de solo e dizer como eles se compõem? E quais os agentes responsáveis pela erosão e as técnicas empregadas para contê-los? Os alunos da 3.ª série do Ensino Fundamental do Centro de Educação e Cultura da Barra da Tijuca (CEC), no Rio de Janeiro, têm as respostas na ponta da língua. Eles estão estudando o assunto através de experiências que simulam situações reais de desmatamento, erosão, grau de permeabilidade do solo, drenagem, curvas de nível etc.
Há três anos, a professora Marília Viana vem abordando esse tema – incluído no conteúdo programático da série – adicionando às definições de sala de aula a vivência de experiências através das quais as próprias crianças vão descobrindo os problemas e também as soluções. “Com a realização de atividades práticas, fica mais fácil para as crianças construírem o conhecimento. O professor funciona como um mediador que instiga o aluno a fazer a descoberta e tirar suas próprias conclusões”, conta Marília.

André Carvalho, tecnologista do Laboratório de Química e Biologia da escola, se empolga ao relatar a curiosidade das crianças pelo assunto. “É importante que elas tenham acesso a essas informações, pois assim passam a entender questões ligadas à forma como o homem vem utilizando o solo no planeta. Nessa idade, basicamente, a criança já estudou que o planeta Terra é formado por água, terra e ar. No entanto, é preciso aprofundar um pouco mais para que as informações não fiquem no estágio do aprender de cor, a famosa ‘decoreba’. Com a prática, elas se apropriam da informação assimilando-a definitivamente”, explica.
Segundo André, o enfoque com o qual o tema vem sendo trabalhado permite ao aluno identificar o solo ideal ao plantio e à construção de estradas e moradias, bem como estabelecer as técnicas que devem ser aplicadas nas encostas. “Toda a tecnologia atual é extraída basicamente do solo. Dele se retiram os minerais, as rochas e os compostos químicos. Por isso, atualmente, uma das preocupações da ciência é evitar a erosão do solo e o uso excessivo dos recursos naturais. É interessante, portanto, que desde pequenos os alunos tenham contato com essa realidade e despertem seu poder criativo na busca de soluções”, completa.
|
Abordagem – Com o objetivo de buscar um argumento para justificar o porquê de estudar os solos, a professora Marília introduziu o tema em sala de aula apresentando aos alunos uma reportagem de jornal sobre as enchentes que ocorrem no nosso país. Em seguida, os estudantes manipularam três tipos de solo: arenoso, argiloso e humoso. Por meio de experiências, eles descobriram as características de cada uma das amostras e os processos que devem sem empregados para evitar as perdas de nutrientes, os desmoronamentos, as erosões e os deslizamentos de encostas.
À medida que os conhecimentos iam sendo assimilados, a professora promovia a interdisciplinaridade dos conteúdos de Ciências, Geografia, Conhecimentos Gerais e Matemática. Na etapa final, os alunos foram sabatinados e, de acordo com suas próprias conclusões, elaboraram as respostas. O aluno Diego Marques, ao ser indagado sobre o que provocou o desmoronamento do morro montado para a experiência, respondeu de imediato: “Não havia curva de nível, vegetação, muro de arrimo ou canaletas”.
Para Caio Sousa Conrado, os experimentos realizados permitiram que ele aprendesse a importância do uso adequado do solo, seja para o cultivo de alimentos, seja para a construção de casas. “Aprendi que o solo merece o nosso cuidado e respeito, evitando queimadas e o desmatamento. E, quando for necessário, devemos fazer o replantio da vegetação”, afirmou com convicção.
Satisfeita com o elevado índice de absorção da matéria por parte dos alunos, a professora Marília decidiu empregar a mesma filosofia de trabalho em todo o conteúdo programático da 3.ª série. “Agindo assim, nós estimulamos o aluno a questionar, propor soluções e a tirar suas próprias conclusões. E, dependendo do interesse deles, o tema proposto pode ir mais além até mesmo do que está previsto para a série”, encerra.
Centro de Educação e Cultura da Barra (CEC)
End.: Av. Ayrton Senna, 2.541-A – Barra da Tijuca. Rio de Janeiro/RJ.
CEP.: 22775-002.
Tel.: (21) 2432-4000
Diretora: Carmina Mattos
|



|
|
|
|
|