A Roupa Nova do Imperador
Os Cisnes Selvagens
A Pequena Vendedora de Fósforos
O Soldadinho de Chumbo

Histórias de Hans Andersen estimulam a leitura
na Escola Leonel Azevedo

Por Antônia Lúcia

Era uma vez... um soldadinho de chumbo que, apesar de não se achar um patinho feio, apaixonou-se por uma linda boneca bailarina, cujo sonho, assim como o da pequena sereia, era – apesar das diferenças – viver um grande amor.

No ano em que se comemora o bicentenário de nascimento de Hans Christian Andersen, um dos maiores autores de clássicos da literatura infantil, a equipe da sala de leitura e informática da Escola Municipal Leonel Azevedo revive, com suas turmas de Educação Infantil a 8.ª série, os mais memoráveis contos de fadas, através do Projeto Andersen.

Envolvidas pela magia do faz-de-conta, as professoras da sala de leitura – Elizabeth Caldas, Glória Regina, Maria Ângela, Mary Inêz e Rosangela Rodrigues – e todos os alunos da escola estão trabalhando, desde março, com os contos mais populares de Andersen, entre eles: O Patinho Feio; O Soldadinho de Chumbo; A Pequena Sereia; A Polergazinha; Os Cisnes Selvagens; A Roupa Nova do Imperador; A Pequena Vendedora de Fósforos e vários outras histórias do universo de 212 contos escritos pelo autor.

A proposta do projeto é fazer com que, através da mensagem passada pelas histórias, as crianças reflitam sobre questões relacionadas à natureza humana, tais como amor, respeito às diferenças, amizade, confiança, união e outros valores sociais. “Muitas crianças não têm perspectivas na vida e, sem isso, elas se anulam como seres humanos. Temos que tentar abrir horizontes. Elas precisam de luz e, nesse sentido, ler Andersen é fabuloso”, garante Glória.

Atividades propostas

Para melhor aproveitamento do tempo e das atividades sugeridas, as professoras selecionaram as histórias e dividiram-nas de modo que cada série pudesse trabalhar com uma obra específica. As turmas da Educação Infantil trabalharam a partir de um dos clássicos mais consagrados do escritor: O Patinho Feio. Depois de ouvir a história, na sala de leitura, cada criança deu vida ao seu patinho feio, através de desenhos, recortes, pinturas e colagens.

Já as turmas do 1.º ano do ciclo (Classe de Alfabetização), assim como os personagens do conto A Roupa Nova do Imperador, se passaram por costureiros para confeccionar a roupa mágica do vaidoso Imperador. O traje, que na história real era feito de um tecido invisível, dessa vez foi recriado com retalhos de pano e papel.

O 2.º ano do ciclo (1.ª série) focou o seu trabalho numa questão bastante discutida nos meios acadêmicos e sociais: as diferenças físicas e culturais das pessoas. Baseando-se no conto Soldadinho de Chumbo – personagem que tinha um defeito físico – os alunos confeccionaram um móbile com os personagens da história e, de maneira lúdica, discutiram essa e outras questões presentes em quase todas as narrativas do autor.

A turma do 3.º ano do ciclo (2.ª série) saudou o contista, exibindo um lindo painel com flores de papel crepom, exposto no hall da escola. Antes de iniciar a montagem do painel, cada aluno recebeu uma tarefa bastante inusitada. “Como o tema foi A Polegarzinha, eles tiveram de medir seus polegares, desenhar, no papel, um bonequinho no tamanho de seus dedos e recortá-lo para que fosse utilizado como miolo das flores”, explica a professora Beth.


A filha caçula do rei Tritão, Ariel (A Pequena Sereia), foi a fonte de inspiração dos alunos da turma de Progressão. Depois de se encantarem com os desejos da Pequena Sereia de transformar-se em humana, os estudantes, utilizando jornal e guache, reproduziram, num painel, em terceira dimensão, o mundo mágico da bela espécie. Na 3.ª série, empregando técnicas de dobradura de papel (origami), cada criança confeccionou uma ave fazendo alusão à história do Cisne Selvagem.


As ilusões e o sofrimento da Pequena Vendedora de Fósforos serviram de gancho para os alunos da 4.ª série realizarem debates sobre questões sociais como o trabalho infantil e o papel da família. “Quando nós propomos esta atividade, a idéia era mostrar às crianças que elas têm deveres, mas também direitos, que devem ser respeitados por todos, adverte Glória, mostrando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – material utilizado como fonte de consulta pelas crianças.

Baseando-se nos célebres contos do escritor dinamarquês, as turmas de 7.ª e 8.ª séries estão desenvolvendo um trabalho livre que será exposto para as classes da Educação Infantil à 4.ª série. “Esta apresentação envolverá encenação teatral, contação de histórias e manipulação de fantoches. Enfim, será um grande espetáculo coordenado pelas professoras de Língua Portuguesa Fátima e Cláudia”, diz Beth.

Na sala de informática, a empolgação não é diferente. Coordenados pela professora Inêz, os monitores – alunos que auxiliam os professores nas salas de informática e de leitura – escolheram um dos contos do escritor e estão finalizando vários slides que serão apresentados aos demais colegas.

O aluno Fábio, da 7.ª série, um dos mais antigos monitores da sala de informática, fala com propriedade sobre o processo de elaboração dos filmes/slides. “Primeiro, escolhemos a história, depois lemos o livro e começamos a fazer o esboço da história. Em seguida, passamos para a fase da montagem dos slides no computador e, por fim, fazemos a apresentação”.

 

Resultados

Mesmo não tendo chegado à reta final, os resultados do Projeto Andersen já podem ser percebidos. Quem afirma são as professoras da sala de leitura. “Todas as atividades realizadas até agora tiveram um aproveitamento muito bom, conta Glória, acrescentando que os próprios alunos vão até a sala de leitura para perguntar sobre as atividades que serão realizadas”. Feliz, a professora Inêz – colecionadora de diversas versões de O Patinho Feio – compartilha da mesma opinião: “Cada etapa do projeto tem sido um momento mágico de intensa satisfação e integração entre professores e alunos, uma vez que estamos conseguindo mostrar a eles como é importante sonhar e ter perspectivas para se chegar a algum lugar”, conclui.

 

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