Edição 38 - Xeque-Mate O Xadrez nas Escolas

Alunos
dos Ensinos Fundamental e Médio têm a oportunidade
de conhecer o papel das empresas e do trabalhador
Por
Tony Carvalho
Entender
e transformar as informações em conhecimento, construindo
bases sólidas para o futuro. Essa é a proposta pedagógica
da IV Feira do Conhecimento, promovida pelo Colégio
Alfa Recreio, cujo tema, este ano, foi o trabalho.
Os alunos dos Ensinos Fundamental e Médio visitaram
empresas estatais e privadas para conhecer as atividades
dos profissionais que lá trabalham e, durante quatro
meses, todas as disciplinas buscaram conciliar o conteúdo
curricular com a proposta apresentada para a Feira.
Para a coordenadora pedagógica Maria Aparecida Chaves
da Costa, o objetivo do projeto foi dar ao aluno a
oportunidade de conhecer o papel da empresa e do trabalhador,
em termos de qualidade de vida, segurança do trabalho,
custo, benefício, entre outras questões.
"Pedagogicamente,
estamos trabalhando as relações interpessoais, propiciando
a troca de experiências. Dentro de cada disciplina,
o tema foi explorado da melhor forma possível", explica.
Os estandes foram montados em forma de um labirinto
de cores a fim de que os visitantes pudessem passar
necessariamente por todos eles.
Os alunos de 3.ª e 4.ª séries do Ensino Fundamental
visitaram uma fábrica de alimentos para compreender
o processo de produção e comercialização dos produtos.
Em sala de aula, eles desenvolveram conceitos e procedimentos
em diferentes áreas do conhecimento. Em Língua Portuguesa,
os estudantes elaboraram textos; em Matemática, utilizaram
o quilo como unidade elementar de massa; em Ciências,
exploraram a cadeia alimentar e a digestão dos alimentos;
e, na disciplina de História, analisaram as funções
desempenhadas pelos trabalhadores.
As
turmas de 5.ª e 6.ª séries foram a uma fábrica de
refrigerantes. Em sala de aula, o professor de Língua
Portuguesa trabalhou com mensagens de outdoor e frases
de efeito. As disciplinas de História e Geografia
abordaram o trabalho e a história da indústria, ressaltando
os setores primário, secundário e terciário.
Para a professora de Matemática Mirian Pinto da Silva,
o fato de os alunos vivenciarem o conteúdo faz com
que os conhecimentos teóricos fiquem sedimentados
nas suas cabeças. "Com a prática, aquela pergunta
antiga - 'para que estou aprendendo isso?' - acaba
sendo respondida. A Matemática é pura aplicação",
diz. Seus alunos fizeram um telefone de garrafas plásticas,
para demonstrar a propagação do som.
Outro trabalho apresentado na mostra foi o tijolo
estrutural, feito de garrafa de refrigerante com areia.
"Aprendemos, na prática, questões de cálculos, propagação
do som, resistência, área, comprimento, largura, diâmetro
e perímetro", afirma Hayanne, aluna da 5.ª série.
Na área de Ciências, os alunos construíram instrumentos
científicos e reproduziram órgãos do corpo humano,
também com garrafas plásticas.
A
7.ª série abordou a atuação dos Correios e Telégrafos,
identificando os elementos sociais e a distribuição
desse sistema no país. Nas aulas de Geografia, os
alunos construíram o mapa do Brasil com as cidades
atendidas pelos correios. Nas aulas de Inglês e Espanhol,
foram feitos cartazes explorando os meios de transporte
que utilizam a empresa e os diferentes tipos de correspondência
que existem.
As turmas de 8.ª série visitaram a Casa da Descoberta
para compreender a ciência de forma ativa e divertida,
através do contato direto com experimentos lúdicos,
relacionados com fenômenos comuns da vida diária.
A aluna Gabriela Rodrigues ficou interessada no biombo
de imagens, uma experiência baseada no reflexo de
imagens. Ela aprendeu, nas aulas de Física, a aplicação
de uma fórmula para encontrar o número de imagens
que se deseja. Durante a Feira, ela fazia questão
que os visitantes passassem pela experiência. O pêndulo
de Newton foi outro experimento que deixou os alunos
entusiasmados.
Na
área de Geografia, o professor Denys trabalhou com
o fuso horário. Os alunos reproduziram um planisfério
e apresentaram um estudo sobre os fusos, situados
entre pares de meridianos terrestres. Numa mesa, alguns
relógios indicavam a diferença de fuso horário entre
importantes cidades do mundo.
A 1.ª série do Ensino Médio destacou a atuação da
Cedae, refletindo sobre a forma de atendimento ao
público e as implicações que uma possível privatização
pode trazer à empresa. As aulas de Língua Portuguesa
enfatizaram textos sobre a conscientização quanto
ao uso da água, enquanto Biologia e Química abordaram
o seu tratamento. A professora de Física, Keylla Regina
Braga, trabalhou todo o processo de transformação
de energia, com ênfase na hidrelétrica, para que o
aluno entendesse como a energia chega à casa do consumidor.
Nas aulas de Geografia, foi montada uma maquete da
região metropolitana do Rio de Janeiro, contendo o
sistema de abastecimento de água do Rio Guandu. Os
professores de História Maria Alice Araújo e Álvaro
Melo aprofundaram a discussão sobre quem deve explorar
um recurso natural, como a água.
Na
2.ª série, a discussão proposta pelos professores
de História se repetiu, porém abordando o papel da
Light, que já não é uma empresa pública. Os alunos
debateram a privatização e o excessivo consumo de
energia. Nas aulas de Física, foi reproduzida uma
residência e seus aparelhos elétricos. Já a 3.ª série
visitou o jornal Folha Dirigida. Nas aulas de Química,
os alunos passaram a entender o processo de fotolito,
uma das etapas de impressão do periódico. A disciplina
de Geografia abordou a distribuição e traçou um mapa
de comercialização. Nas aulas de Literatura e Redação,
foram confeccionados painéis de poesias enfatizando
o trabalho artístico dos alunos.
Maria
Alice Caputo, psicóloga da instituição, acredita que
a Feira do Conhecimento é um momento importante na
vida escolar do aluno, pois ele assume a responsabilidade
de apresentar o trabalho para professores, pais e
visitantes. "Essa é uma forma de solidificar a aprendizagem,
fazendo com que o aluno não esqueça o que aprendeu",
garante. Para a diretora pedagógica, Cláudia Maria
Alves da Silva, o evento é resultado de um trabalho
tanto inter como multidisciplinar. "É estimulante
envolver todas as disciplinas em torno de um projeto.
Conseguir inserir a comunidade dentro do colégio,
com o envolvimento de todos, inclusive dos pais, é
uma conquista que vem se ampliando a cada ano. É gratificante
ver os nossos alunos crescerem, transformando as informações
em conhecimento e se preparando para o futuro" conclui.
Colégio Alfa Recreio
Tel.: (21) 2490-1622 / 2490-5449
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