Edição 38 - Xeque-Mate O Xadrez nas Escolas

Projeto
aborda a igualdade entre o branco, o negro e o índio,
e traz a borboleta como símbolo de liberdade
Por
Simone Garrafiel
O
projeto multidisciplinar Gente não tem Cor, Gente
Tem História, desenvolvido com os alunos da Educação
Infantil à 4.ª série do Colégio Chameguinho/Centro
de Ensino Alice Santiago, localizado em Realengo,
integrou professores e alunos na busca de um único
objetivo: falar sobre as cores, contextualizando-as
a questões raciais e abrindo espaço para as borboletas,
que representaram a transformação e a liberdade. As
atividades foram desenvolvidas durante o primeiro
semestre e envolveram desde pesquisas a exposições.
"Inicialmente, falamos do colorido do mundo. Depois,
pensamos nas cores das pessoas, e, então, fomos ligando
o tema à história dos negros, brancos e índios", explicou
a professora Sandra. Paralelamente à questão das raças,
os alunos também desenvolveram um trabalho sobre a
borboleta. "Além de ter seu colorido natural, a borboleta
entrou como símbolo do poder de transformação do homem
e da conquista da liberdade, que é uma ânsia das três
raças", complementou.
Segundo a diretora Maria Alice, o ponto de partida
das atividades se deu com a leitura do livro Se Liga
em Você. "Foi este livro que nos levou a pensar em
trabalhar as raças. Ele conta a história de um menino
e o seu relacionamento com a família e com ele mesmo.
Como um dos objetivos era mostrar que, mesmo diferentes,
todas as pessoas são iguais e merecem ser tratadas
com igualdade, o livro foi ideal para iniciar os trabalhos".
 A
partir daí, a cada semana era realizada uma atividade
diferente, sempre envolvendo todas as turmas e professores.
"Foi um trabalho conjunto, que teve um resultado excelente.
Foram realizadas pesquisas sobre as raças estudadas
e sobre as borboletas. A professora de inglês e espanhol
passou o vocabulário relacionado aos temas, o professor
de educação física trabalhou o espírito de competição,
falamos do pelourinho, da imigração, fizemos comida
árabe e italiana, entre outros desdobramentos. A culminância
do projeto reuniu todas as atividades que desenvolvemos
durante o semestre numa festa de cultura apresentada
aos pais dos alunos", orgulha-se Sandra.
Veja algumas das atividades que cada série desenvolveu
em prol do projeto Gente não tem Cor, Gente tem História:
Pré-escolar:
Com
a orientação das professoras Telma, Patrícia, Silvana,
Beatriz e Rejane, os alunos do pré-escolar desenvolveram
um trabalho criativo, de pintura e colagem, com enfoque
nas borboletas.
Para
a apresentação final, representaram a música "Proteção
às Borboletas", do compositor Benito de Paula, e recitaram
a poesia "As Borboletas", de Vinícius de Morais.
C.A.
Coordenados
pela professora Sheila, os pequenos trabalharam com
ilustrações dos povos português, italiano, judeu,
dentre outros, fazendo pinturas e colagens. Ao falar
sobre a borboleta, eles usaram e abusaram da criatividade
para desenhar o inseto da maneira mais colorida possível.
Todos os trabalhos se transformaram em painéis para
exposição.
Para
ensaiar as primeiras palavras, foi feita uma pesquisa
sobre a origem da Língua Portuguesa.
Na
parte de formação humana, foi desenvolvido um trabalho
intitulado "Aprendendo com as Diferenças". A idéia
foi conscientizar os alunos de que todos devem ser
tratados da mesma maneira e que não deve haver discriminação.
Para isso, as crianças fizeram desenhos que retratavam
grupos de pessoas, nos quais alguns utilizavam óculos,
outros possuíam deficiência física ou eram portadores
de necessidades especiais.
Representando
a raça indígena, as crianças dramatizaram a situação
do índio nos dias atuais.
1.ª
Série

Com enfoque na raça branca, os alunos realizaram uma
pesquisa sobre os hábitos e costumes de diversos povos,
como o alemão, o espanhol, o judeu, o português e
o árabe, e também sobre a formação do povo brasileiro.
Com
a ajuda da professora Débora, os estudantes montaram
um painel com uma pequena biografia sobre os brancos
que fizeram história. Dentre as figuras apontadas:
Tiradentes, Cristóvão Colombo e padre José de Anchieta.
Para
representar o branco no passado, os alunos fizeram
uma homenagem à Princesa Izabel, que está ligada à
libertação dos negros, com uma coreografia magistral.
E com muita animação, dançaram a música Dancin Day's,
representando o branco nos dias atuais.
2.
ª Série
Em
História, os alunos estudaram sobre o passado do negro
no Brasil.
Nas
aulas de Ciências, a professora Josely explicou o
processo de metamorfose pelo qual a borboleta passa
e trouxe curiosidades sobre o inseto. Tudo o que foi
estudado se transformou em painéis para exposição.
O
trabalho artístico representou o negro e sua cultura,
com destaque para o trecho do poema Navio Negreiro,
de Camões, que foi recitado por um dos alunos durante
a apresentação.
3.ª e 4.ª Séries

Responsáveis pelos trabalhos sobre o povo indígena,
os alunos da 3.ª e 4.ª séries, sob coordenação das
professoras Geórgia, Cleuma e Sandra, realizaram um
amplo trabalho de pesquisa sobre a cultura do índio.
Estudaram diversas tribos, como a Pataxós, a Ianomâni
e a Bororo, e pesquisaram sobre as curiosidades que
envolvem a raça, com auxílio da Internet e de livros
indicados pelas professoras.
Para
exposição, montaram painéis com fotos e textos sobre
o que foi estudado, levaram cocares, armas brancas
e outros utilitários dos índios, além de terem feito
pinturas e colagens relacionadas ao tema.
Na
culminância do projeto, fizeram uma dramatização sobre
os índios no passado, representando a música "Canto
do Pajé", de Villa Lobos.
Para encerrar as atividades do primeiro semestre,
todas as séries dançaram juntas, representando a música
"Todas as Cores", de André de Souza. "A missão foi
cumprida. No segundo semestre, entraremos trabalhado
especificamente com a questão das cores, falando sobre
o arco-íris. Para o ano que vem, já temos o tema do
nosso projeto: a água", finaliza Sandra.
Colégio
Chameguinho / Centro de Ensino Alice Santiago
Tel.: (21) 2401-6562
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