Edição 38 - Xeque-Mate O Xadrez nas Escolas


História e Arquitetura

Ao herdar a propriedade do Açude, adquirida por seu pai em 1913, Raymundo Ottoni de Castro Maya transforma a pequena construção, dando-lhe uma fisionomia de residência neocolonial ao acrescentar-lhe arcadas e beirais de telhas de louça policromada portuguesa.

No interior da casa, na varanda que a circunda, nos jardins e seus pavilhões, destacam-se painéis de azulejos portugueses barrocos, rococós e neoclássicos, provenientes de Lisboa, Salvador e São Luís do Maranhão, além de revestimentos de azulejos de padrão portugueses, franceses e holandeses dos séculos XVII ao XIX. Esse conjunto singular permite uma visão ampla da história da azulejaria no Brasil.

Em 1940, Castro Maya adquire mais 40.000m2, e o terreno, localizado no Parque Nacional da Tijuca (Reserva Notável da Biosfera), passa a ter a área atual de 151.132m2. Ainda nesse período, constrói um pavilhão especialmente para abrigar a coleção de aquarelas e desenhos do pintor francês Jean Baptiste Debret. Do mesmo modo, surgiu o Jardim-de-Inverno para exibir um grande painel de azulejos neoclássicos, da época de D. Maria I de Portugal.

Por volta dos anos 60, quando da criação do Museu do Açude, as instalações que serviam de cavalariça tiveram seu espaço adaptado para exibir o restante do acervo de aquarelas e gravuras oitocentistas da Coleção Castro Maya. Na fachada do pátio, encontram-se aplicados painéis de azulejos que retratam alabardeiros.

Atualmente, por motivos de conservação, as pinturas e obras sobre papel são guardadas e regularmente expostas no Museu da Chácara do Céu. O rico acervo de azulejaria permitiu, então, a opção por abrigar na casa principal peças de artes decorativas. No andar térreo, mantiveram-se como espaços ambientados a sala de jantar, a cozinha e o lavatório, destinando-se as demais salas para exposição de mobiliário, escultura e cerâmica oriental, prataria e cristais, além de exemplares de arte popular brasileira. O segundo piso alterna peças de mobiliário nacional e estrangeiro com figuras de jardim, vasos, pinhas e telhas de cerâmica portuguesa, sendo também utilizado como galeria para exposições temporárias de artes decorativas.

Os pavilhões externos são usados para a promoção de atividades didáticas, culturais e de lazer. Os jardins formais são de inspiração portuguesa, construídos em forma de diversos terraços ligados por escadarias. Nas suas fontes, chafarizes, bicas e espelho d'água, bancos e piscina, distribuem-se os azulejos e as peças de louça do Porto. São vasos, estátuas, pinhas, globos e leões de gosto neoclássico, provenientes de demolições ou encomendados às fábricas de Santo Antônio do Porto, Portugal.

A grande quantidade de plantas ornamentais que florescem nas diversas estações forma um microssistema muito bem equilibrado. A área do bosque, recortada por trilhas, faz parte do Parque Nacional da Tijuca, com o qual se limita. É um pedaço de floresta tropical úmida dentro de área urbana, que sofrera grandes devastações no começo do século XVIII e passou por experiências bem-sucedidas de reflorestamento a partir de meados do século XIX. A sua aparência é a de uma floresta sempre verde, densa e intricada, com enorme diversidade vegetal e animal.

O Acervo

O acervo pertencente ao Museu do Açude apresenta qualidade excepcional, merecendo destaque especial a iconografia sobre a cidade do Rio de Janeiro (pinturas, gravuras, desenhos), com destaque para a notável coleção de desenhos e aquarelas de Debret. A coleção de mobiliário é de especial importância, assim como as coleções de louça da Companhia das Índias. De outra espécie, mas igualmente de excepcional interesse, é a coleção de esculturas de arte popular de Vitalino. O Museu conta ainda com a coleção de peças escultóricas de cerâmica, antropomórficas, zoomórficas, pinhas etc. existentes em diferentes pontos do Parque.

Exposições e Atividades

Coleção Castro Maya
Exposição de longa duração com salas ambientadas e peças de arte decorativa tais como: painéis de azulejos portugueses, louça do Porto e mobiliário brasileiro. Nos jardins, instalações de artistas contemporâneos.

Setor Educativo

Atividades agendadas para 1.º e 2.º graus e universidades. Visitas orientadas para grupos de turistas e de 3.ª idade. Tel.: (21) 2492-5443

Caminhadas Ecológicas

Caminhadas orientadas pelo Bosque do Museu do Açude nos finais de semana. Agendamento prévio pelo tel.: (21) 492-5443

Horários e Serviços
Visitação - De quinta a domingo, das 11h às 17h. Entrada franca às quintas-feiras. Fecha nos dias 1.º/Jan, Carnaval, Semana Santa, 21/Abr, 1.º/Maio, Corpus Christi, 7/Set, 12/Out, 2/Nov, 15/Nov e 25/Dez.

Gratuidade
Menores de 12 anos, brasileiros com mais de 65 anos, grupos escolares, professores e guias turísticos em serviço, membros do ICOM e da Associação dos Amigos do Museu.

Mais informações:

Museu do Açude - Estrada do Açude, 764 - Alto da Boa Vista - Rio de Janeiro/RJ
Tel./Fax: (21) 492-5443 / 492-2119