Edição 31 - Ciências: Experiências de Física, Química e Geociências de dixar o cabelo em pé


Programa dá oportunidade às crianças para que elas vivenciem as teorias e saiam da rotina da sala de aula

Por Cláudia Sanches

Em comemoração ao dia do folclore, 22 de agosto, as turmas de Educação Infantil e Classe de alfabetização, da Escola Paraíso Infantil Popeye, tiveram um dia de aula atípico, trocando os bancos escolares por uma imensa área verde de um sítio em Vargem Grande, no Rio de Janeiro. A aula extraclasse só foi possível graças ao projeto Piperama – Programa de Integração entre as Escolas, idealizado pela pedagoga Denise Conceição.

O objetivo do programa é dar oportunidade às crianças para que elas concretizem as teorias e saiam da rotina da sala de aula. O espaço foi criado para receber todas as escolas das redes pública e particular, além de profissionais de educação que queiram se reunir para seminários e congressos. O sítio também tem sido procurado para desenvolver culminâncias de projetos, principalmente com os temas Primavera, Páscoa, Folclore, Dia do Índio, Meio Ambiente, entre outros.

Um Dia Especial

Nesse dia, em especial, a parte da manhã foi reservada à recreação. A primeira atividade foi a roda de capoeira comandada por professores da tradição Abadá. A professora Alexandra, especializada em capoeira educacional, mostrou às crianças que a capoeira, vinda de Angola, era um misto de dança e defesa pessoal dos negros. Os pequenos conheceram o berimbau, instrumento usado durante a roda, e fizeram passos como o caranguejo, o martelo e a ginga. Segundo Alexandra, a capoeira é um ótimo esporte para as crianças desenvolverem a psicomotricidade.

À tarde, professores e alunos apresentaram cirandas de roda, cantigas de ninar e o esquete Ciranda da Praia do Janga. Ao som da música Marinheiro Só, as crianças dramatizaram a história na qual os pescadores vão para o alto-mar de jangada e pedem a Deus que voltem não só com a suas pescas, mas também com vida.

Em seguida, as crianças participaram das oficinas de artes, confeccionaram sacis, botos e Iaras de material reciclado, e tiveram também oportunidade de assistir à Lenda de Iara, encarnada pela professora Denise e à Lenda do Boto, que, segundo a tradição do Norte, engravida as moças casadoiras.

Entre uma diversão e outra, os alunos ainda tiveram a oportunidade de conhecer uma minicidade com banco, residências, hospital, biblioteca, horta, animais, entre outros serviços, montada nas dependências do sítio. O encontro terminou com a apresentação do Boi-Bumbá e um lanche com as comidas típicas das várias regiões do país.

Segundo a diretora da escola, Glorinha Vasconcellos, o trabalho desenvolvido é integrado com o currículo escolar. Por isso, desde 22 de agosto, quando se comemorou o Dia do folclore, os alunos começaram a trabalhar com os elementos que permeiam o folclore brasileiro. A idéia do programa é integrar o conteúdo de sala de aula com as histórias do povo. Para ela, o folclore é uma das maneiras mais ricas de desencadear os conteúdos cognitivos. E é, ainda, a forma mais eficaz para levar os alunos a conhecer e valorizar nossa cultura e origem, exercitando o seu imaginário.

Adepta da chamada pedagogia do folclore, ela acredita que a saída do país está na valorização do que é nosso. “Nós somos um povo muito musical. Devemos apresentar os conteúdos da maneira mais sedutora possível”, sugere a educadora, que trabalha as disciplinas a partir dos cancioneiros nordestinos.

Trabalhando a Interdisciplinaridade Através das Canções

Trabalhar a interdisciplinaridade através das canções é uma maneira de despertar na criança o desejo e a curiosidade de aprender os conteúdos de várias disciplinas de maneira prazerosa. Na Pré-escola, as crianças vêem nas canções as palavras com três sílabas e trabalham as rimas; as da Classe de Alfabetização aprendem acentuação com as palavras oxítonas (tutu e saci, por exemplo).

Na Matemática, trabalham a noção de conjunto. Exemplo: conjunto de meninos e meninas na ciranda, conjunto só de meninos, agora só de meninas; pertence e não pertence: pergunta-se se a menina pertence ao conjunto de menino; conjunto vazio e unitário: na ciranda o professor pode pedir um conjunto com um elemento só; depois pede-se um conjunto vazio.

Na disciplina de Estudos Sociais, os alunos cantam um frevo com muitas informações que podem servir de gancho para falar sobre os Estados do Brasil, sua produção, clima e história. Em Ciências, pode-se aproveitar o mito de Iara para falar da diferença entre lagoa, mar e rios.

Segundo os professores, a grande importância da interdisciplinaridade é o fato de ela impedir a desarticulação do aprendizado escolar com a vida, uma vez que o conhecimento não fica restrito aos livros

Escola Paraíso Infantil Popeye
Tel.: (21) 2511-2255 / 8806
Sítio Piperama – Tel.: (21) 2495-5073