Edição 31 - Ciências: Experiências de Física, Química e Geociências de dixar o cabelo em pé


Uma realção de amor: o livro e eu

Por Beatriz Dusi

O Dia do Folclore é festejado no dia 22 de agosto, mas em nosso país há sempre festejos a serem comemorados.

Folclore – do inglês folk-lore – é o estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas em suas lendas, crenças, canções e constumes (in: Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2.a edição revista e ampliada, Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira).

Ampliando o significado, podemos dizer que o folclore é formado pelos mitos, contos, versos, festas, comidas, danças, rezas, simpatias, crendices, anedotas, advinhas, cantigas, ditados, parlendas, frases feitas etc., inventados e reinventados pelo povo.

O folclore estuda a expressão do sentir, do pensar, do agir e do ser social do homem na sociedade em que vive. A vivência do grupo humano recebeu as mais variadas influências e ainda continua a recebê-las. Basta citar os fenômenos provocados pelas migrações internas.

Grupos humanos noutros ambientes repetem muito de seus usos e costumes.

O professor, em vez de trazer o produto pronto para a sala de aula, deve dar oportunidade aos alunos de se expressarem, enfatizando a importância da troca de saberes. E é bom lembrar que as crianças já trazem enraizados costumes, supertições, folguedos etc. herdados de pais e avós. E não devemos esquecer que ensino é via de mão-dupla.

Os livros sugeridos poderão ser usados em sala de aula como complemento das matérias, da Educação Infantil à 8.a série.

Ex.: Língua Portuguesa – adivinhas, parlendas, ditados, trovas tão ao gosto das crianças e também os contos populares e as lendas.

Matemática – nas receitas culinárias e enfeites, aproveitar as medidas usadas: litro, quilo, metro e dúzia.

Geografia – lugares/estados onde são encontrados os fatos folclóricos, que variam de apresentação conforme o lugar de origem.

História – legado e contribuição de europeus – principalmente de portugueses e espanhóis – africanos e indígenas.

Azevedo, Ricardo. Meu livro de Folclore e Armazém do Folclore, il. de Ricardo Azevedo. Rio de Janeiro: Ed. Ática (o segundo livro toda escola pública possui, pois foi enviado pelo MEC para o Programa Nacional Biclioteca de Escola - PNBE/2001).

Lispector, Clarice. Como Nasceram as Estrelas – Doze lendas Brasileiras, il. de Ricardo Leite. Rio de Janeiro: Ed. Rocco (Coleção Jovens Leitores).

Outros autores preferem revisitar o fato folclórico de maneira muito particular, como Fátima Miguez no livro Seu Vento Fazedor de Histórias, il. de Graça Lima, da Ed. Manati (RJ), que através do vento revisita as Cantigas de Roda.


A autora Nereide Schialaro Santa Rosa, na Coleção Arte e Raízes – Usos e Costumes / Brinquedos e Brincadeiras / Lendas e Personagens / Festas e Tradições / Religiões e Crenças, edição de arte e projeto gráfico de Ana Viola, da Ed. Moderna (SP), também revisita nossa cultura pelo olhar de artistas plásticos brasileiros e estrangeiros que tão bem souberam interpretar, através da arte pictórica, as nossas raízes e tradições.

Outro autor que revisita nossas tradições interioranas, com suas festas religiosas – hasteamento da bandeira do santo homenageado, foguetório, pastoril, comidas e bebidas típicas etc. e com suas figuras típicas – rendeiras e cancioneiros, é André Neves, com o livro Sebastiana e Severina, il. e projeto gráfico do autor, pela Ed. DCL (SP).

E, para sabermos e entendermos o extraordinário legado africano, Muniz Sodré escreveu Mestre Bimba: Corpo de Mandinga, il. Filipe Jardim, da Ed. Manati (RJ). Não só o professor de Língua Portuguesa, mas também o professor de História terão um excelente material para suas aulas. É ler e se apaixonar...