Edição 31 - Ciências: Experiências de Física, Química e Geociências de dixar o cabelo em pé

 

Herbart - A Instrução Como Fator Determinante

Johann F. Herbart nasceu na Alemanha em 1776 e morreu em 1841. Filósofo alemão, foi considerado o fundador da Psicologia Científica e trouxe grandes contribuições para a pedagogia.

Segundo o filósofo, a educação tradicional ensina muita coisa inútil. Em sua conduta pedagógica, encontram-se três procedimentos básicos para o desenvolvimento do aluno: o governo, a instrução e a disciplina.

O governo é a forma de controle da agitação da criança, inicialmente exercido pelos pais e, posteriormente, pelos mestres, com a finalidade de submeter a criança às regras do mundo adulto e viabilizar o início da instrução.

A instrução é o principal procedimento da educação e pressupõe o desenvolvimento dos interesses. O interesse determina quais as idéias e experiências que receberão atenção por parte do indivíduo. Herbart não separa a instrução intelectual da instrução moral, pois, para ele, uma é condição da outra. Para que a educação seja bem-sucedida é conveniente que seja estimulado o surgimento de múltiplos interesses.

A disciplina é a responsável por manter firme a vontade educada, no caminho e propósito da virtude, supondo autodeterminação – uma característica do amadurecimento moral que leva à formação do caráter, ao contrário do governo, que é heterônomo e exterior, mais adequado ao trato com as crianças pequenas.

Método de Instrução
Herbart propõe cinco passos formais que favorecem o desenvolvimento da aprendizagem do aluno:

1- Preparação: o mestre recorda o que a criança já sabe para que o aluno traga ao nível da consciência a massa de idéias necessárias para criar interesse pelos novos conteúdos;

2- Apresentação: a partir do concreto, o conhecimento novo é apresentado;

3- Assimilação: o aluno é capaz de comparar o novo com o velho, distinguindo semelhanças e diferenças;

4- Generalização: além das experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando a conceitos gerais, sendo que esse passo deve predominar na adolescência;

5- Aplicação: através de exercícios, o aluno evidencia que sabe usar e aplicar aquilo que aprendeu em novos exemplos e exercícios. É deste modo, e somente deste modo, que a massa de idéias passa a ter um sentido vital, perdendo o aspecto de acumulação de informações inúteis para o indivíduo.

Os fatores determinantes de sua influência no pensamento pedagógico foram: o caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos a serem seguidos para a instrução e a sistematização que imprimiu ao seu método. Para ele, o conhecimento é dado pelo mestre ao aluno, de modo que só mais tarde este o aplica às experiências vividas. Esta é uma educação pela instrução, neste caso, com um caráter intelectualista.

1.º – No princípio da existência, o espírito é desprovido de toda faculdade. A máquina espiritual passa a ser composta pelas “representações”, formadas pelas percepções que vêm do exterior. A vida psíquica é constituída essencialmente pelo jogo dessas representações.

2.º – A educação realiza-se pela instrução. Por intermédio desta, podem ser alcançados os fins da educação que são:
Necessários – o fim necessário é a moralidade que será conquistada através da educação do caráter;
Contingentes – esses fins não podem ser previstos. Portanto, deve-se preparar o educando para os mesmos, mediante o desenvolvimento da capacidade de natureza física e intelectual. A saúde corporal e espiritual são condições básicas dessa preparação.

3.º – A melhor maneira de promover a formação moral e intelectual do educando é despertar seu “interesse múltiplo”, ampliando o horizonte mental à maior quantidade possível de idéias e sugestões.

A Pedagogia de acordo com as idades

Os Três Primeiros Anos:
Nas horas em que a criança, por sua própria vontade, está plenamente desperta, aproveite sempre o tempo para fazê-la trabalhar com seus sentidos. Impressões fortes e mudanças bruscas devem ser evitadas a todo custo. É desejável que as percepções que afetam olhos e ouvidos sejam mais ou menos completas, a fim de que esses sentidos sejam exercitados na mesma medida e em toda a sua extensão.

Que a vivacidade própria das crianças tenha oportunidade de se expandir, sem naturalmente prejudicá-las. Antes de tudo, para que elas possam se exercitar no uso de seus membros, mas também para que, por experiências próprias, possam progredir na observação das coisas e de suas respectivas mudanças.

Que evitem deixar qualquer má impressão. Que a ninguém seja permitido tratar crianças como se fossem brinquedos. Contudo, ninguém se deve deixar dominar pela criança, principalmente quando esta reage com impetuosidade, pois disso resultaria a teimosia. Já a formação da fala da criança exige, desde cedo, sérios cuidados para impedir que se criem falsos costumes.

Do Quarto ao Oitavo Ano:
Não é propriamente o número de anos que marca o limite entre as várias fases, mas a cessação da falta de habilidade inicial e o uso coordenado dos membros e da língua. À medida que aumenta, na própria criança, a capacidade da auto-ajuda, deve-se diminuir a ajuda externa.

É preciso que se dê tanta liberdade à criança quanto as circunstâncias exigirem. Ela deve ter a possibilidade de se manifestar abertamente e de estudar a sua própria individualidade. As manifestações de querer mal aos outros, encontráveis em muitas crianças, são, sem dúvida, um mal sinal e devem ser levadas a sério. O caráter, uma vez corrompido sob este ponto de vista, dificilmente se sujeita a uma correção fundamental. E a corrupção, por vezes, já começa cedo.

Herbart acreditava, como Locke e Pestalozzi, que a experiência começa com a percepção sensorial dos objetos. Antes de começar a educação formal, a criança acumula muito de sua experiência sensorial.

Alguns pontos capitais da teoria herbartiana sobre a individualidade da criança:

  • A individualidade da criança representa o estado natural da mesma, e isto é a causa de sua justificação;
  • Tudo que se opõe à natureza não deixa marcas profundas e duradouras;
  • É necessário observar cuidadosamente a individualidade da criança;
  • A individualidade da criança pode servir como ponto de conexão mais seguro para toda instrução e educação;
  • Não se deve exagerar na apreciação das disposições e particularidades da criança, pois todas têm defeitos e debilidades;
  • A individualidade da criança deve alargar-se para uma finalidade moralmente estimável.
    “Todos devem receber uma educação que se ajuste às suas aptidões” (Herbart)

Fontes:
http://www.jcwilke.hpg.ig.com.br/herbart.htm
http://www.jcwilke.hpg.ig.com.br/mestres.htm
http://members.tripod.com/lfcamara/herbart.html
Fonte: www.centroreferencial.com.br