Alunos aprendem a ler e escrever com ajuda da Informática

Por Jaciara Moreira

Se os jovens de hoje acham o máximo namorar e bater papo com a ajuda da informática, os de amanhã vão vibrar com uma façanha ainda maior: aprender a ler pelo computador. Nas escolas da rede municipal de Niterói, no Grande Rio, isso já é possível. Há três anos, foi implantada nas unidades a Informática Educativa e, de lá para cá, os computadores passaram a ser os grandes aliados dos professores, principalmente na hora de alfabetizar.

A Escola Municipal Mestra Fininha, no Barreto, voltada para o primeiro segmento do Ensino Fundamental, foi a primeira a incluir a informática no cotidiano das crianças. Lá, a maior atração é a mesa-alfabeto – um computador especial com um grande teclado e teclas de encaixe. Os professores garantem que, graças ao equipamento, os alunos aprenderam a ler e a escrever mais rápido e com maior facilidade.

“A informática é um facilitador do processo leitura-escrita. Ela torna as aulas mais estimulantes. O resultado tem sido muito bom”, avalia a diretora do departamento pedagógico da Fundação Municipal de Educação, Maria Inês Azevedo.

A mesa-alfabeto começa a ser utilizada no primeiro ano de escolaridade e pode acompanhar o aluno até a quarta série. Através de jogos e brincadeiras, o equipamento permite que as crianças trabalhem as palavras que são ensinadas pelo professor na sala de aula. Em um dos jogos, o aluno deve “copiar” corretamente a palavra que aparece na tela e ele faz isso encaixando as teclas no teclado. Cada letra deve ser encaixada seguindo a seqüência da palavra mostrada. Letras erradas ou mal posicionadas são eliminadas. O jogo segue até que o aluno forme exatamente a palavra que está na tela.

Geralmente, as palavras são selecionadas pela própria máquina, mas uma professora – denominada professora multiplicadora e responsável por acompanhar as turmas na sala de informática – também pode configurar a mesa com o vocabulário e temas trabalhados pelo professor em sala de aula. Durante a Páscoa, por exemplo, os jogos continham palavras que se relacionavam com o tema da época, como coelho, ovo etc. Quando o professor ensina um vocabulário novo, o recurso da mesa alfabética também é utilizado.

“Nós mantemos um paralelismo com o que é dado na classe. Se o professor trabalha em sala de aula palavras iniciadas pela letra B, por exemplo, configuramos a mesa para que todas as palavras que apareçam na tela também comecem com B e assim por diante. Como a máquina permite que a gente controle o nível de dificuldade dos jogos, podemos acompanhar bem a evolução do aluno”, explica a professora multiplicadora, Rita de Cássia Vieira.
O encontro dos alunos com a mesa-alfabeto acontece uma vez por semana e não dura mais que uma hora – a média é de 45 minutos. Apesar de parecer pouco, o tempo é suficiente, segundo os professores, para tornar a aprendizagem mais fácil.

“A entrada desse método na escola foi fundamental, principalmente para os alunos do primeiro ano de escolaridade. O desenvolvimento aumentou muito, o interesse pela leitura cresceu consideravelmente e agora eles conseguem aprender as lições com muito mais facilidade, pois aprendem brincando”, destaca a professora Alessandra Outeiro, acrescentando que, em caso de alunos com necessidades especiais e dificuldade de aprendizagem, a mesa-alfabeto estimula a coordenação motora e viso-motora.

Outra vantagem do equipamento, de acordo com Alessandra, é o fato de ele ajudar a socializar as crianças, uma vez que elas trabalham em grupo: são seis alunos para cada mesa. “Eles aprendem a respeitar a vez do outro e a colaborar com o colega. Quando um não sabe, o outro ajuda. Temos o cuidado de formar grupos de modo que um possa ajudar o outro e isso facilita a integração”, complementa a professora.

Para completar a parte lúdica da alfabetização, a escola conta com softwares educativos como o Kid Pix, o qual permite que as crianças aprendam a tabuada brincando.

Laboratórios

Enquanto a mesa alfabética faz sucesso na Mestra Fininha, nas outras escolas as atrações são os laboratórios de informática e o Comfy. Utilizado com os alunos da Educação Infantil, o Comfy traz historinhas educativas que ensinam as crianças a identificar cores, formas, animais e a passagem do tempo (dia e noite).

“É uma espécie de teclado musical, no qual cada tecla tem um desenho relacionado a um tema. Quando a criança aperta a tecla, aparece na tela a cena correspondente. Por exemplo, se ela aciona o gato, vai aparecer na tela um desenho cujo personagem seja o gato”, explica a coordenadora de Informática Educativa do município, Omara Machado Araújo.

Já os laboratórios são utilizados para trabalhar o conteúdo das aulas, cujas atividades são realizadas através de aplicativos educativos que abrangem diversas áreas do conhecimento. Um dos softwares educacionais utilizados pelas escolas do município de Niterói é o I.E.E – Internet Empresarial Educacional, que trabalha com quatro CD-ROMs e mais de 50 títulos distribuídos, da 1.ª a 8.ª série, abrangendo as disciplinas de Ciências; História; Geografia; Matemática; Integração Social e Língua Portuguesa.

Com abordagens bastante atuais, o software prioriza a construção do conhecimento através de ambientes lúdicos e interativos, nos quais os alunos são estimulados à criatividade e ao aperfeiçoamento do saber. Para a professora de informática Cristiane Nicotra da Escola Municipal Alberto Francisco Torres, em Niterói, a informática tem ajudado a tornar as aulas mais prazerosas, uma vez que os alunos estudam com prazer aquilo que, muitas vezes, não gostam de estudar em sala de aula.

Essa forma lúdica, através de jogos, tem despertado o interesse dos alunos por disciplinas consideradas, até então, difíceis, como Matemática. “Eles chegam na sala e pedem, por exemplo, os jogos de matemática, que, na verdade, são teoremas e problemas que fazem parte da disciplina”, explicou Cristiane.

Na última semana de cada mês, todo professor, depois de agendar a programação, pode levar a turma para o laboratório de informática e utilizar os recursos que o programa oferece, tornando, assim, a sua aula mais dinâmica e descontraída.

Com a chegada da maior festa do esporte mundial, nos meses de maio e junho, os professores dos laboratórios de informática exploraram o tema “Copa do Mundo”, por ser uma temática bastante abrangente, cujos elementos puderam ser trabalhados pelos professores em todas as disciplinas.

“A informática é mais uma ferramenta de trabalho para os nossos professores. Assim como o retroprojetor e o vídeo, ela dá um apoio às aulas e serve de estímulo para os alunos. É uma forma lúdica de trabalhar e facilita muito a aprendizagem”, conclui Omara.

Escola Municipal Mestra Fininha
Tel.: (0xx21) 2613-6635.
Escola Municipal Alberto Francisco Torres
Tel.: (0xx21) 2613-6642