A Câmara dos Deputados tem discutido, votado e aprovado diversos temas de interesse da sociedade brasileira, principalmente em relação à área da Educação. Uma das pautas dispõe sobre a reserva de vagas nas universidades públicas para alunos egressos da rede de ensino oficial, até que seja alcançado, dentro de um prazo máximo de cinco anos, o percentual de 50% de seus preenchimento em todos os cursos das instituições envolvidas. As reservas das vagas deverão ajuntar-se, anualmente, a partir da entrada em vigor da lei, na seguinte proporção: 20% no primeiro ano, 30% no segundo, 40% do terceiro, 45% no quarto e 50% no quinto. O legislador entende que os dados sobre o ingresso dos jovens nas unidades públicas são eloqüentes na denúncia da segregação social que se verifica, baseando-se, inclusive, em documentos da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, segundo a qual, o Brasil tem cerca de 47 milhões de estudantes de nível Médio, sendo que desse universo, 85% estudam em escolas públicas. Por outro lado, temos anualmente 1.7 milhões de candidatos ao vestibular, sendo que 73% desses jovens – algo em torno de 1 milhão e 300 mil – são oriundos de escolas públicas de Ensino Médio. Porém, apenas 45% das vagas oferecidas nas universidades públicas são preenchidas pelos alunos egressos da rede oficial.
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Outro dado interessante levantado pelo legislador, dá conta de que as chances de os estudantes oriundos das escolas públicas chegarem às universidades oficiais são de 1 em 104, enquanto que os egressos da rede particular estão na proporção de 1 em 9. A discrepância é ainda maior se levado em consideração os cursos considerados de maior prestígio social, tais como Medicina, Direito, Odontologia, Engenharia etc. Em suma, pretende o legislador enfrentar a discriminação social que também envolve as universidades púbicas, democratizando o acesso ao ensino superior gratuito. Com isso, o projeto tende a produzir efeitos dos mais relevantes e de impacto social na área da Educação, beneficiando os segmentos populares excluídos historicamente dos cursos universitários. Simão
Sessim |