Diabetes
O que é? Como tratar? Como evitar?

Um dos processos metabólicos do nosso organismo é a conversão dos alimentos em energia e calor dentro do corpo. O alimento é "quebrado", no estômago e nos intestinos, em elementos básicos, como a glicose (açúcar). Para facilitar a penetração dela em cada célula do corpo, o pâncreas envia o hormônio insulina para a corrente sangüínea, pois só quando este se liga à superfície das células elas podem absorver a glicose do sangue. É justamente a ausência ou deficiência da produção de insulina que acarreta diabetes.

O diabetes é a alteração dos níveis de glicose no sangue. No diabético, o pâncreas não produz insulina suficiente, ou o corpo não a utiliza bem. O resultado é impossibilidade de o açúcar penetrar nas células para ser utilizado. E, uma vez no sangue, a glicose atinge níveis elevados, transbordando, pelos rins, para a urina. Dois tipos de diabetes podem daí advir.

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune, ou seja, o corpo começa a produzir anticorpos que destroem o pâncreas e o órgão pára de produzir a insulina. Os médicos não sabem o que acarreta a destruição das células do pâncreas produtoras de insulina, mas acredita-se que fatores hereditários contribuem para tanto, apesar de o distúrbio não ser diretamente herdado. É mais comum em pessoas com menos de 25 anos.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou adquire resistência à ação deste hormônio. Embora não se saiba o que causa este diabetes, diz-se que, assim como se verifica no diabetes tipo 1, a hereditariedade tem conexão com a doença, e também com a obesidade, embora ela não gere, necessariamente, o diabetes. Acomete, principalmente, adultos acima de 40 anos

Sintomas do Diabetes

Como conseqüência da falta de insulina, o açúcar vai se acumulando no sangue e, se o indivíduo não recorre a tratamento, começa a desenvolver os sintomas do diabetes. Em ambos os tipos da doença, os sintomas se assemelham. Porém, no caso do diabetes tipo 2, eles são menos evidentes. Os mais freqüentes são: poliúria (muita urina), sede excessiva, fadiga, perda de peso e fome freqüente (o corpo "sente fome" porque não está conseguindo utilizar a energia da comida que ingere). Alguns sintomas só aparecem com o tempo, tais como cegueira, doenças renais, nos músculos e nos nervos. Contudo, nem todos os diabéticos desenvolvem estes problemas.

Diagnóstico

Para diagnosticar o diabetes, os médicos devem saber qual a quantidade exata de glicose presente no sangue do paciente. Para conhecê-la, podem ser feitos vários tipos de exames: dosagem de glicose na urina; dosagem de glicose no sangue, através de uma glicofita e teste de tolerância à glicose, no qual a pessoa ingere 75Kg de glicose e são anotadas todas as variações da substância no sangue.

 

Tratamento

Segundo a endocrinologista Renata Aguiar, é importante que as pessoas façam exames periódicos para saberem se são diabéticas. "Caso seja diagnosticada a doença, o paciente precisará recorrer a tratamento e levar uma vida mais saudável" - diz ela. Os tratamentos são imprescendíveis para que o paciente mantenha os níveis de glicose dentro dos parâmetros normais. Para os diabéticos, a dieta é um dos fatores mais importantes no controle da doença. Aconselha-se que seja evitada a ingestão de alimentos gordurosos, açúcar refinado, massas e doces, e que sejam feitas de 4 a 6 refeições diárias. "É importante, também, a prática de exercícios físicos, para ajudar na manutenção do peso e reduzir os níveis de glicose" - acrescenta a doutora. No caso do diabetes tipo 1, o tratamento baseia-se em aplicações diárias de insulina, administradas subcutaneamente. Os pacientes são orientados para combinar as refeições com a quantidade de insulina que deve ser injetada, de modo a evitar a hiperglicemia (muita glicose no sangue) e a hipoglicemia (pouca glicose no sangue). Pessoas com o diabetes tipo 2 são tratadas com remédios que agem estimulando o pâncreas a produzir insulina ou melhorando a resistência à insulina. Muitas vezes, os pacientes não precisam se submeter ao tratamento com remédios, bastando apenas controlar o distúrbio com dieta e exercícios. O tratamento faz-se importante, também, para evitar a cetose, isto é, o acúmulo de cetonas (subprodutos tóxicos de metabolização da gordura) no sangue, que provocam o chamado "coma diabético". Segundo a Drª Renata, a falta de tratamento acarreta, também, o aumento dos fatores de risco para doenças cardíacas, tais como enfarto, arteriosclerose e doenças cérebro-vasculares.

Como evitar:

Quando lhe perguntam se há maneiras de evitar o diabetes, a Drª Renata responde: "Não há como impedir o diabetes tipo 1. Mas, para evitar o diabetes tipo 2, as pessoas precisam cuidar do peso, evitando a obesidade, e não ser sedentárias. Assim, diminuem os fatores de risco da doença". Aos diabéticos, ela deixa um alerta: "Diabetes não tem cura, apenas controle". E reitera: "o tratamento deve ser levado a sério!" Olho: "O diabetes é a alteração dos níveis de glicose no sangue" Legendas: "Diabetes não tem cura, apenas controle" - Drª Renata Aguiar "A falta de tratamento acarreta o aumento dos fatores de risco para doenças cardíacas"

Clínica Benchimol Drª Renata da Silva Aguiar Tel: 533-6939

Início edição 16