A aplicação da neuroeducação em sala de aula


Temos uma importante aliada quando o assunto é o processo ensino-aprendizagem, a NEUROEDUCAÇÃO, que nos dá subsídios para entender os processos cerebrais envolvidos no aprendizado. Você já sabe, mas não custa relembrar que esse campo de estudo se respalda na Psicologia, na Neurociência e na Educação. E é justamente fazendo uso das lições aprendidas com essas três áreas que compreendemos as possibilidades que os encaminhamentos metodológicos podem nos trazer.

As descobertas feitas pela neuroeducação estão descortinando uma infinidade de possibilidades que podem tornar o processo de aprendizagem mais eficaz. Vamos destacar algumas delas:

 

A ATENÇÃO

No planejamento do processo de ENSINAGEM, é preciso atentar para um importante quesito, a ATENÇÃO. É muito comum distrações e estímulos externos trazerem dificuldades para a mente, atrapalhando a concentração. A capacidade de atenção se dá a partir do momento em que o cérebro consegue focar o que realmente é importante e assim excluir as distrações.

É exatamente aqui, exercitando a atenção, que os processos de ensino e aprendizagem se iniciam. Por isso, entender quais estímulos despertam a atenção do aluno faz toda a diferença nesse percurso. Vamos compreender como isso funciona a partir de um exemplo prático de sala de aula?

 

CASE

Eu me lembro de uma situação que acompanhei de perto, com a professora Regiane, que trabalhava com uma turma de alfabetização nos anos 1990. Ela me procurou para contar que havia planejado o início do processo de alfabetização da turma com um determinado tema, mas que os alunos só pensavam nos personagens do desenho animado japonês “Cavaleiros do Zodíaco”. A atenção da turma toda estava voltada para o desenho, que era febre naquela época.

E foi trocando ideias que a professora resolveu alterar o planejamento e iniciou o processo de alfabetização tendo como pano de fundo a história dos Cavaleiros do Zodíaco.

Tornando o trabalho bem abrangente, a professora, além de trazer os personagens para a sala de aula, propôs uma pesquisa sobre a origem de cada um deles, a cultura na qual a história estava inserida e como cada aluno se identificava com os personagens, num verdadeiro show de significados, cores e imagens.

 

A EMOÇÃO

No case de alfabetização que acabamos de relatar, os estímulos despertaram a atenção que, na sequência, deu lugar à emoção composta pelo que era significativo para os alunos. O interesse e a motivação foram a tônica nesse processo, que resultou na aquisição de conhecimentos.

A tese de que a emoção é condição sine qua non para que aconteça a aprendizagem é largamente confirmada pelos médicos neurologistas que se dedicam ao estudo das memórias. Conforme afirmam, quanto mais emoção há em determinado evento, mais chances terá de ser gravado no cérebro. Não existem dúvidas, levamos nossa bagagem de experiências recheada de emoções para os nossos processos de aprendizagem, que serão mais duradouros a partir da emoção e da motivação do aluno.

Os estudantes dessa turma obtiveram rendimentos bastante superiores nos processos iniciais da alfabetização, comparando-se a outras experiências que essa mesma professora conduziu. Ela entendeu o poder da atenção e da emoção nesse processo, e as suas aulas nunca mais foram as mesmas…


Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.


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