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O Hand Talk já transformou a vida de milhões de surdos pelo país

Em um de seus plantões, o médico Davi Freitas, que trabalha na emergência de um hospital no interior de Alagoas, recebeu uma menina de 13 anos aos prantos e muito agitada. A mãe da garota disse que ela havia acordado daquela forma e não conseguia descobrir o que estava acontecendo, pois a filha era deficiente auditiva. Davi lembrou do Hugo, o intérprete virtual do aplicativo Hand Talk, que traduz de português para Libras (Língua Brasileira de Sinais). Utilizando o aplicativo na consulta, Davi foi acalmando a menina e ela conseguiu explicar que era a pior dor de cabeça que já tinha sentido na vida. Ele percebeu pelos sintomas que poderia ser um caso mais grave e imediatamente receitou analgésicos e a encaminhou para uma tomografia. Nos exames foi detectado um sangramento intracraniano que precisava de cuidados no serviço especializado em neurologia. Nessa mesma unidade a pequena recebeu o tratamento e saiu sem nenhuma sequela. “Deu tudo certo graças ao diagnóstico rápido, com a ajuda do aplicativo. Serei eternamente grato ao Hugo!”, enalteceu o médico.

Essa foi uma das muitas histórias emocionantes em que o aplicativo Hand Talk fez toda a diferença. Criado em 2008, o app já foi baixado por mais de um milhão de pessoas e teve início com um projeto de faculdade que Ronaldo Tenório idealizou quando percebeu que poderia unir duas de suas paixões – Tecnologia e a Comunicação – para resolver um problema global e ajudar milhões de pessoas. Ele conta que a ideia ficou guardada por quatro anos, até que ganhou “cara” em 2012, quando ao lado de mais dois amigos, hoje sócios, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz, resolveram pôr em prática uma solução em um desafio de startups, no qual foram campeões.

O reconhecimento da solução como inovadora e acessível veio de várias partes do mundo. Foram dezenas de prêmios, entre eles o de Melhor Aplicativo Social do Mundo em 2013, entregue pela ONU (Organização das Nações Unidas), no World Summit Mobile Award, em Abu-Dhabi. Na ocasião, a Hand Talk concorreu com cerca de 15.000 aplicativos de mais de 100 países.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, atualmente há mais de 360 milhões de deficientes auditivos no mundo. No Brasil, esse número é de quase 10 milhões de pessoas – cerca de 5% da população brasileira, de acordo com o CENSO 2010 do IBGE.

 

Uma realidade ainda mais impactante quando sabemos que 70% dos surdos no Brasil têm dificuldades de compreender o idioma do país. Por serem alfabetizados em Libras e pelo fato de o português ser uma língua basicamente fonética, seu aprendizado se torna mais difícil.

Mas, afinal, como funciona o Hand Talk?

O aplicativo é um tradutor de bolso usado como um recurso de tradução para Libras. O app é gratuito e está disponível para tablets e smartphones, nos sistemas Android (na Play Store) e iOS (na App Store). “Hoje, ele também é destaque nas principais lojas de apps do país e, graças a uma parceria com o MEC, também está presente em milhares de tablets da rede pública de ensino, auxiliando na educação de alunos surdos por todo o Brasil”, ressalta Ronaldo. Além disso, Hugo (o intérprete virtual 3D do app) também está presente em uma sessão educativa chamada “Hugo Ensina”, com uma série de vídeos que ensinam a crianças e adultos expressões e sinais em Libras.

Sites acessíveis

Como a maioria dos surdos tem dificuldades em compreender o português e a internet está praticamente offline para uma boa parcela da população, Ronaldo resolveu adotar o Hugo como tradutor em um website. “Levando acessibilidade a milhares de páginas de internet ao mesmo tempo, de forma simples e prática. O tradutor de sites é representado por um botão de acessibilidade que fica do lado direito da tela. Quando ativado, o Hugo traduz para Libras os textos selecionados pelos visitantes automaticamente. Esses espaços acessíveis passam a abrir portas para milhões de pessoas, que até então não eram alcançadas por aquele conteúdo. Com isso, o surdo ganha autonomia para obter informação e conhecimento na web”, explica Ronaldo.

Libras: a segunda língua oficial do Brasil

Desde 2002, Libras é tida como segunda língua oficial do Brasil e, em janeiro de 2016, a LBI – Lei Brasileira de Inclusão – entrou em vigor, sancionando diversas ações para a acessibilidade de todos os tipos de deficiência, dispondo em um de seus artigos que:

 

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da Internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.

 

Movimento “Site Amigo do Surdo”

Com a intenção de estabelecer uma aproximação ainda maior entre a comunidade surda e as organizações, nasceu o Movimento “Site Amigo do Surdo” – uma iniciativa da Hand Talk em prol da acessibilidade na internet, agrupando e categorizando todos os sites acessíveis em Libras com o Hugo em um único buscador, o “Google do surdo”. Acessando www.amigodosurdo.com, é possível encontrar diversas categorias entre páginas de serviços, shoppings, restaurantes, e-commerces etc. – todos acessíveis em Libras. O site Amigo do Surdo oferece mais facilidade para a comunidade e surge como uma vitrine segmentada para as organizações acessíveis.


Fonte: Mídia Kit do Hald Talk, disponível na página oficial (handtalk.me)


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